O fundo FI-FGTS, que usa parte de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do conjunto de trabalhadores, tem mais 11 bilhões de reais aplicados em empresas citadas na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo. O valor corresponde a mais de um terço do total de 32 bilhões de reais de recursos de fundo, criado para investir em projetos de infraestrutura.
Ao jornal, Marcos Vasconcellos, vice-presidente da Caixa, banco responsável pela gestão do fundo, explicou que a maioria das empresas do setor de infraestrutura está na operação Lava Jato. "É natural que seus projetos façam parte de um fundo com foco em infraestrutura", disse.
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A Sete Brasil, fornecedora de navios plataformas e sondas para exploração do pré-sal, responde pela maior parcela do investimento: 2,378 bilhões de reais em títulos de dívida de longo prazo (debêntures). O fundo também têm 2,379 bilhões de reais em ações da Odebrecht TransPort e 1,079 bilhão de reais na Odebrecht Ambiental, ambas empresas de capital fechado do grupo. Mas o investimento mais arriscado é o de 800 milhões de reais na OAS Óleo e Gás, grupo que atrasou pagamentos e que deve pedir recuperação judicial nas próximas semanas.
Para Vasconcellos, no entanto, o escândalo ainda não trouxe perdas ao fundo, que rendeu 7,71% em 2014. Mesmo assim, afirma que deve reduzir o apetite devido ao risco crescente das empreiteiras. "Estamos esperando que novos players [empreiteiras] voltem a participar da infraestrutura", disse.
Petrobras - Ainda de acordo com o jornal, outros fundos de investimento tem pelo menos 9 bilhões de reais em papéis diretamente ligados à Petrobras e aos seus fornecedores. Estes ativos são aplicações que surgiram no período de pujança financeira da estatal, mas que agora tornaram-se sensíveis a eventuais atrasos nos pagamentos, tanto da Petrobras, quanto de sua cadeia de fornecedores.
Neste caso, a situação mais delicada é a de 217 fundos que somam 7,3 bilhões de reais em dívida e participações em empreiteiras acusadas de pagar propina para conseguir contratos - o Fundo de Dívidas e Participações. Só a Caixa Econômica Federal tem sob gestão 3,8 bilhões de reais, espalhados em 15 fundos.
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