terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dilma é candidata a qual cargo mesmo? Ou: Que coloquem logo João Santana no comando do show!

A presidente Dilma abriu a boca após semanas de constrangedor silêncio, no discurso da primeira reunião ministerial do novo mandato – e que mais parece uma convenção, pela enorme quantidade de ministros, quase 40.
Além da costumeira dificuldade em formar frases inteiras com sentido ou acertar o plural, Dilma tentou justificar o injustificável: que não desviou um só milímetro daquilo que foi sua plataforma vitoriosa nas urnas.
Ou seja, todas as mudanças que estamos vendo, como o aumento da taxa de juros, das tarifas públicas, o corte de gastos e o aumento de impostos, sob a batuta do ministro Joaquim Levy, foram exatamente as bandeiras que garantiram sua reeleição. É mole?
Eis o desafio de Dilma: transformar tanta mudança, que caracteriza um claro estelionato eleitoral, em “continuísmo”, em uma evidente sequência lógica daquilo que vinha fazendo e que teria justificado sua vitória nas urnas eletrônicas.
Não estamos vendo uma inflexão, portanto, e sim um “reequilíbrio” nas contas públicas, pois o modelo de estímulo teria cumprido seu papel (que este foi o de produzir apenas estagflação, ela não disse).
O PT, o partido envolvido até o pescoço em infindáveis escândalos de corrupção, teria sido mantido no poder por seu compromisso ético e sua árdua luta pelo social. E por isso Dilma aumentou impostos, tarifas e juros: para ajudar o povo!
Sobre a corrupção, em meio ao “petrolão”, a presidente repetiu que não irá tolerar “malfeitos”. Isso levando em conta que sua camarada de confiança, Graça Foster, continua presidindo a estatal mesmo depois de todos esses bilhões escorridos pelo ralo diante de seu comando. Imagine se Dilma fosse negligente com os abusos na empresa…
Além disso, voltou a atacar aqueles que criticam a gestão da estatal e pedem mais investigações, como se houvesse um interesse macabro e conspiratório por trás, para eventualmente enfraquecer a empresa e vendê-la. A mesma ladainha da época da campanha eleitoral.
Com os reservatórios se esvaziando rapidamente e o país na iminência de um racionamento, a presidente preferiu culpar a estiagem, ou seja, São Pedro. Exortou seus inúmeros ministros a defenderem o governo e seus acertos, o que marca bem a personalidade da presidente e sua incapacidade de reconhecer abertamente erros. Dilma quer ver os vários ministros como garotos-propaganda do governo. É tudo pelo marketing.
O que nos leva ao “mais do mesmo” não só da presidente Dilma, como do PT: estão eternamente no palanque, em campanha. O peso que depositam no discurso e na retórica é infinitamente maior do que a disposição para encarar a realidade. Não ligam para fatos, apenas para versões, ainda que claramente falsas.
Se é para fazer assim, inclusive interrompendo a fala para ler o material após gaguejar e se enrolar, então não seria melhor colocar logo o marqueteiro João Santana no comando do show?
Rodrigo Constantino

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