Meu nome é
Antero Gomes. Fui criado no interior de Chapecó. Quando eu tinha quinze anos
fomos todos morar na cidade. Completei meus estudos e fui trabalhar em Manaus. Fiquei por
muitos anos sem ver meus parentes, apenas mantendo correspondência. Já
estabilizado financeiramente resolvi tirar férias e ficar com meus pais e avós
que estavam novamente morando no interior. Sentia muita saudade deles, que
nunca foram me visitar por detestarem longas viagens. Todo o encanto do lugar
ainda estava lá; o enorme potreiro bem verdinho; frutas; rios; cascatas;
porcos; vacas; cabras e ovelhas. Meus pais e avós transbordando de felicidade.
Todo dia era dia de festa, de relembrar o passado e rir das minhas aprontadas
de menino. Mas uma coisa me intrigava: uma ovelhinha que passava o dia todo
olhando para mim. Decidi chegar mais perto dela, e bem juntinho perguntei:
- Por que
me olhas tanto?
Fitou-me com seus olhinhos brilhando de alegria e disse
baixinho:
- Papai!
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