Para mim, portanto, a pesquisa é confiável. Mas é preciso saber interpretar a pesquisa e isso é bem simples: as manifestações de rejeição são mais importantes que as de intenção de voto. É a solidez do “neste eu não voto de forma alguma”. E quanto à intenção de voto, entre a espontânea e a estimulada - aquela em que o pesquisador lê a lista de candidatos - , fico com a espontânea, mais forte porque traz o nome que já está no cérebro do eleitor. Também são importantes, quando a pesquisa ainda está distante da eleição, os percentuais de votos brancos e nulos. É de gente indecisa, que ainda vai escolher candidato ou de quem não quer nenhum dos candidatos apresentados pelos partidos. Mas atenção: pela lei atual, voto branco e voto nulo não contam para formar a exigência de metade mais um para ser eleito. Se um candidato fizer 40 milhões de votos e outro fizer 30 milhões e houver 60 milhões de votos nulos e brancos, esses 60 milhões não contam.
O total de válidos será 70 milhões e será eleito o candidato de 40 milhões, porque tem mais da metade dos votos válidos. Não acredite na balela de que mais da metade dos votos nulos anula a eleição. É uma interpretação errada do art. 224 do Código Eleitoral, que fala em “voto anulado” - por fraude ou dado a alguém cujo registro não valeu e ganhou a eleição. Aí, sim, se faz nova eleição, como já aconteceu em alguns municípios. Assim, quem não quiser nenhum dos candidatos, se votar branco ou nulo, vai tornar mais fácil a eleição de quem estiver na frente. Em lugar do protesto, é mais prático o voto útil, porque será valioso para excluir o mais pior, votando no menos pior. Deu para entender, eleitor brasileiro? Infelizmente é assim que legislaram em nosso nome.
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