Um dos principais encantos da mulher na sociedade humana talvez seja o fato
de que elas são relativamente incivilizadas. No cipoal de repressões e inibições pueris
que tenta enreda-las, continuam a mostrar um lado cigano, meio fora-da-lei, se por
acaso a lei se puser no caminho de seus interesses particulares. Vejamos agora o
homem. Os picos da civilização são exaltados com tanto foguetório pelos
sentimentalistas, que não conseguimos enxergar seus desprogressos. Intrinsecamente,
não passam de um ardil para pôr os homens na linha. Seu símbolo perfeito é a marcha
tipo passo-de-ganso. No sentido convencional, o homem civilizado é aquele que melhor
conseguiu frear e conter seus instintos sinceros e naturais – ou seja, o homem que
cometeu as violências mais cruéis contra o seu próprio ego no interesse do bem-estar
público. O valor deste bem-estar é sempre superestimado.
Para que serve, no fundo?
Simplesmente para favorecer o maior número – de velhacos, ignorantes e galinhas mortas.
A aptidão para se submeter e prosperar confortavelmente nesta civilização de
pés-rapados é muito mais marcante nos homens que nas mulheres, e maior ainda
entre os homens inferiores do que entre os homens de categoria superior. Deve ser
óbvio, até para um asno tão patético quanto um professor universitário de História,
que pouquíssimos dos homens de primeira classe eram inteiramente civilizados, no
sentido que lhe atribuem os jornais. Pense em César, Napoleão, Lutero, Frederico o
Grande, Comwell, Barba Ruiva, Inocêncio III, Bolívar, Aníbal, Alexandre e, para
chegar aos nossos tempos, Grant, Stonewall Jackson, Bismarck, Wagner e Cecil
Rhodes.
O fato de que as mulheres têm uma capacidade maior do que os homens para
controlar e esconder suas emoções não é uma indicação de que elas sejam mais
civilizadas, mas uma prova de que elas são menos civilizadas.
Esta capacidade é uma
característica dos selvagens, não dos homens civilizados, e sua perda é um dos
prejuízos que a espécie tem pago por seus canhestros picos de civilização. O
verdadeiro selvagem – sempre reservado, digno e cortês – sabe como mascarar seus
sentimentos, mesmo diante da mais temível ameaça; o homem civilizado sempre se
rende à ameaça. A civilização torna-se cada vez mais histérica e babona e,
especialmente sob a democracia, tende a degenerar num mero bate-boca entre
dementes. O único objetivo da prática política, por exemplo, é o de manter o povo
alarmado (e, portanto, clamando por ser conduzido em segurança) por uma galeria
interminável de capetas e papões, todos, claro, imaginários.
As guerras fugiram ao controle dos homens superiores – os únicos capazes de
julgar sem paixão, mas com inteligência, as causas por trás delas e as conseqüências
que advirão.
Agora passaram a ser declaradas assim que se põe uma multidão em
pânico, e só terminam quando já esgotaram sua fúria. Neste ponto, o efeito da
civilização foi o de reduzir uma arte que era o repositório da coragem, e da vocação
inata de alguns dos melhores homens, ao nível de um assalto a um bordel ou ao de
uma briga no cais. Todas as guerras da Cristandade são agora repelentes e
degradantes; sua condução passou das mãos dos nobres cavaleiros para as dos
demagogos, agiotas e camelôs de atrocidades. Para podermos reconstituir a guerra em
grande estilo, como concebiam o príncipe Eugène, Marlborough e o velho Dessauer,
temo que recuar aos povos bárbaros.
1921
O LIVRO DOS INSULTOS
quarta-feira, 31 de maio de 2017
DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, dezembro 29, 2008 FRANÇOIS MITTERRAND SITUA O SANTO GRAAL
Já escrevi algumas linhas sobre O Código da Vinci. Sem jamais ter lido o livro nem visto o filme, considero ser uma obra ridícula. Nunca consegui entender a preocupação da Igreja em contestar uma tese sem pé nem cabeça. Não faltou quem me chamasse de preconceituoso. Que não podia criticar uma obra que não havia lido. Ora, certas obras não precisam ser lidas para serem julgadas. Basta venderem milhões de exemplares mal saem do prelo. Sinal óbvio de que não valem nada.
Hoje, o filme estava passando na Globo e decidi vê-lo até o final. Há décadas não via algo tão medíocre. Pela cena final, temos de concluir que foi François Mitterrand quem situou definitivamente o Santo Graal.
Um de meus interlocutores acha a ideia do livro interessante, por decifrar enigmas. Se os decifrasse, tudo bem. Acontece que não decifra nada. Só confunde. A tese sobre o Santo Graal é tosca. A ideia da Maria Madalena como a discípula mais amada também não se sustenta. Em suma, o que o autor quis foi ganhar dinheiro em cima dos mitos bíblicos.
Aliás, a santificação da madalena está na moda. Deve ser reflexo do feminismo. Ainda há pouco, vi um documentário sobre a Maria de Magdala. Teólogos pretendem que a madalena seja o discípulo amado - assim no masculino - que Jesus cita mas não nomeia. Estaria no masculino porque a época não aceitaria a ideia de uma mulher como apóstolo. De onde se concluiria que o Evangelho de João não foi escrito por João, mas pela madalena. Ora, especulação por especulação, prefiro então Guerra nas Estrelas.
Já um outro leitor alega que se obras que vendem milhões de exemplares não valem nada, então a Bíblia ou Dostoievski não valem nada. Alto lá, companheiro! Uma coisa são bestsellers instantâneos, que surgem do dia para a noite e sempre estão na lista dos mais vendidos. Outra coisa são obras reproduzidas aos milhões... no decorrer dos séculos.
A estes, chamamos clássicos.
Hoje, o filme estava passando na Globo e decidi vê-lo até o final. Há décadas não via algo tão medíocre. Pela cena final, temos de concluir que foi François Mitterrand quem situou definitivamente o Santo Graal.
Um de meus interlocutores acha a ideia do livro interessante, por decifrar enigmas. Se os decifrasse, tudo bem. Acontece que não decifra nada. Só confunde. A tese sobre o Santo Graal é tosca. A ideia da Maria Madalena como a discípula mais amada também não se sustenta. Em suma, o que o autor quis foi ganhar dinheiro em cima dos mitos bíblicos.
Aliás, a santificação da madalena está na moda. Deve ser reflexo do feminismo. Ainda há pouco, vi um documentário sobre a Maria de Magdala. Teólogos pretendem que a madalena seja o discípulo amado - assim no masculino - que Jesus cita mas não nomeia. Estaria no masculino porque a época não aceitaria a ideia de uma mulher como apóstolo. De onde se concluiria que o Evangelho de João não foi escrito por João, mas pela madalena. Ora, especulação por especulação, prefiro então Guerra nas Estrelas.
Já um outro leitor alega que se obras que vendem milhões de exemplares não valem nada, então a Bíblia ou Dostoievski não valem nada. Alto lá, companheiro! Uma coisa são bestsellers instantâneos, que surgem do dia para a noite e sempre estão na lista dos mais vendidos. Outra coisa são obras reproduzidas aos milhões... no decorrer dos séculos.
A estes, chamamos clássicos.
O MAL DOS SOCIALISTAS
“O mal dos
socialistas é ter um bico enorme para mamar e pouca vontade para sacrifícios e
trabalhar.” (Eriatlov)
POTROS
“Eu estava
errado, pensei que o povo aprenderia. Não, o povo não aprende. Quem nasceu para
mula jamais será um potro livre.” (Eriatlov)
O LIXO
“Generais
Geisel e Figueiredo estavam certos. A abertura política trouxe o lixo político
para dentro de nossas vidas.” (Eriatlov)
GANÂNCIA E IRRESPONSABILIDADE EM DOSE DUPLA: DILMA QUERIA CONTINUAR, LULA QUER VOLTAR. por Percival Puggina. Artigo publicado em 31.05.2017
Deu no Globo de hoje (31/05):
O caso JBS-Temer está levando parlamentares a realizar uma exumação nos empréstimos do BNDES, entre 2008 e 2014, quando o banco injetou dinheiro barato em empresas selecionadas pelos governos Lula e Dilma (os “campeões nacionais”) para que pudessem comprar outras empresas no exterior. Ontem, o senador Álvaro Dias (PV-PR) apresentou no plenário resultados de uma análise preliminar: em um período de seis anos, a União emprestou ao BNDES um total de R$ 716 bilhões. Como o Tesouro Nacional não dispunha do dinheiro, o governo foi ao mercado privado. Tomou recursos pagando juros de mercado, a 14,25% ao ano pela taxa Selic, e repassou à JBS, Odebrecht e outras empresas ao custo entre 5% e 6%, pela TJLP. Negócio de mãe para filho. O resultado, lembrou, é um subsídio sem precedentes, de R$184 bilhões. “A sociedade vai pagar por isso até o ano de 2060”, disse Dias. Faltam 42 anos para liquidar a conta.
Os números absolutos e atualizados da escrita, conforme divulgado anteriormente, superam em 25% o total do subsídio que o Plano Marshall proporcionou à reconstrução de 16 países europeus após a Segunda Guerra Mundial.
Nos bastidores dessa conduta sinistra que arrasou o Brasil atuavam, de modo conjugado, duas diferentes forças:
• a do grupo dos economistas alinhados com Dilma Rousseff, também ela uma “desenvolvimentista”, convictos de que o Estado gastador, jogando dinheiro no mercado, cria prosperidade;
• o do grupo dos proxenetas do erário, cafetões dos negócios de Estado, olho aberto a todas as possibilidades de comissionamento que possam ser criadas com recursos públicos.
Na ocasião, nossos melhores e mais responsáveis economistas denunciavam a magnitude, a injustiça e a ineficiência daquela torrente de dinheiro barato em tempos de juro alto. Enquanto, no Brasil petista, havia dinheiro quase de graça para alguns poucos privilegiados – ditos “campeões nacionais” – a segunda e a terceira divisão do empresariado, aqueles que faziam a economia ainda se mover, tinham que se haver com juros na estratosfera. Ao custo de bilhões, adoecia-se o mercado e se quebrava o país.
São esses populistas, irresponsáveis uns, desonestos outros, que pretendem se valer da atual crise política para escapar da cadeia e voltar ao poder. Se as conseqüências de semelhante desatino recaísse apenas sobre seus fieis seguidores – perdoe-me Deus! –, seria muito bem feito. Mas o Brasil é um navio com 210 milhões de passageiros viajando em mar revolto.
________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
SUSPEITO
O jornal diz
Que o suspeito matou a vítima com seis
tiros
Diante de vinte e cinco testemunhas
Gravação em vídeo
Pego ainda com a arma na mão
Mas o jornal repete que o elemento é
apenas suspeito
Diante de tanto absurdo
Digo que suspeito mesmo é o jornal.
OPINIÃO
“Conheci
mulheres interessantes na minha vida.
Mas elas por certo não tiveram a mesma opinião sobre mim.” (Climério)
CLIMÉRIO E O VINHO
“Eu e o
vinho. Com o passar do tempo o vinho melhora; eu cada vez pior.” (Climério)
OS MÁGICOS
Dois mágicos
caminhavam por uma estrada quando se armou um temporal daqueles. O primeiro deles fez surgir do nada um
guarda-chuva e rio com sua façanha. O outro riscou o céu com sua caneta de fada
e escreveu “céu azul”. O primeiro teve que fechar seu guarda-chuva e seguir a
pé. O segundo seguiu viagem nas asas de Pégaso.
PERU INÁCIO
Dezembro
estava chegando e o peru Inácio não queria morrer. Rezava que rezava para ser
poupado nas festas de natal e novo ano. Já não dormia mais, sua angústia era
visível. Suas colegas galinhas tentavam consolá-lo dizendo que a vida é mesmo
assim; hoje uns e amanhã outros. O galo médico receitou até um ansiolítico. O
padre Bode João rogava-lhe que tivesse esperança. Inácio olhava para o céu azul
e não sentia nenhuma alegria, sua única visão era ele bem bronzeado sobre uma
farta mesa, rodeado de arroz, saladas e de pessoas embriagadas. O caso é que
dezembro chegou e o bom Inácio foi ao forno. Ficou bem moreninho como ele mesmo
imaginara; sem dúvida um belo peru. As galinhas amigas agora rezam por sua alma
orientadas pelo Bode João.
SEM SEGREDOS
Na tarde de
ontem Reginaldo seguiu sua mulher e então descobriu que era corno. Como nunca
gostou de segredinhos foi até a uma serigrafia e mandou estampar em seis
camisetas ‘EU SOU CORNO’. Á noite convidou os amigos para uma festinha e
anunciar a entrada no clube. Na manhã de hoje comprou um capacete viking e
plantou uma placa no jardim da casa ‘AQUI MORA UM CHIFRUDO APAIXONADO’. Como ela é uma safada bem bonitinha já tem
vizinho perguntando quando a moça pretende plantar mais um galho na testa do
feliz.
FOGUEIRAS
“Ainda bem
que os tempos das fogueiras já se foram. Antes um hipócrita cru que um ateu
assado.” (Mim)
JULGAMENTO
“Não se julga
as pessoas pela aparência. Normalmente as pessoas são bem piores daquilo que
aparentam.” (Mim)
NÃO SEJA INFELIZ
“Dinheiro não
traz felicidade? Não seja infeliz, deposite seu dinheiro na minha conta.” (Mim)
terça-feira, 30 de maio de 2017
OVOS
Na velha URSS um homem chegou em casa e encontrou sua
esposa na cama com um estranho. Furioso, o homem gritou: "Você não é boa
para nada! Aqui gastando seu tempo com sexo enquanto na loja da esquina eles
estão vendendo ovos, e eles têm apenas três caixas restantes!"
http://www.johndclare.net/Russ12_Jokes.htm
JANER CRISTALDO- O PARAÍSO SEXUAL DEMOCRATA- O PECADO-
Svensson, ao entrar em um supermercado ou lancheria no Brasil, ficará tão excitado quanto o turista tupiniquim visitando uma sex shop na Escandinávia. Não há povos sem tabus. Os suecos, ao eliminarem o do sexo passaram a cultivar o do álcool. Sprit só é vendido no Systembolag, loja de monopólio estatal que permanece aberta das 9 às 18 horas durante a semana, fechando às 13 horas de sábado. Nas tardes de sexta e manhãs de sábado, filas — evento raro nos países nórdicos — de previdentes cidadãos congestionam os systembolag. Nas caixas um aviso previne: esteja pronto para identificar-se. De 10 em 10 minutos um sinal sonoro lembra os funcionários de exigir documento dos clientes atendidos naquele instante. Se o identificado estiver na lista negra dos alcoólatras ou se for menor de 18 anos, não poderá comprar nada. Deverá contentar-se com o insípido melanöl (quase-cerveja, poderíamos traduzir). Este pode ser adquirido nos supermercados, tendo sido sua venda também proibida para menores em junho de 72. A bebida possui no máximo 3% de álcool. A embriaguez dos consumidores é mais psicológica que física.
O consumo atual per capita de sprit pelos suecos é bastante inferior aos índices da Itália, França ou Espanha. No entanto, em Estocolmo se tropeça em mais bêbados do que em qualquer outra capital européia. Os latinos bebem, os suecos se embriagam. Enquanto os meridionais sofrem um processo de mitridização tomando umas que outras ao final de cada jornada, Svensson encharca-se no fim de semana. Não sabe beber. Começa com akvavita, a cachaça nacional, continua com cerveja, acrescenta vinho, prossegue com vodka, finaliza com uísque ou o que houver. Os skal (saúde) se sucedem. A palavra viria de skalle (cérebro), recipiente em que os vikings brindavam a vitória sobre os inimigos, cujos crânios erguiam aos lábios. Muitos intercalam café e licores. Com tal dose, nem uma centopeia mantém-se em pé. Nos fins de semana em Estocolmo, velhos e jovens, homens e mulheres cambaleiam e vomitam pelas ruas e estações de metrô o hálito azedo de muitas misturas.
Em relação ao álcool, impera o mesmo sentimento relativo ao sexo nos países católicos. Uma latina envergonha-se ao comprar anticoncepcionais, Svensson intimida-se ao comprar álcool. As compras feitas no systembolag são postas em um pacote de plástico com a inscrição Hall Sverige Rent, Mantenha a Suécia Limpa. Como a latina sente-se mal carregando pelas ruas um pacote de cintas higiênicas, Svensson vexa-se ao portar bebidas. Quem bebe é bêbado, parece ser o axioma que determina seu comportamento. Não se admite que alguém possa beber, não para cair, mas simplesmente para degustar a. bebida e alegrar-se. Para esconder o plástico revelador, muitos usam uma pasta. E acabam identificando-se de outra forma, como a brasileira que passa a pedir nas farmácias o empacotamento das cintas higiênicas fora da embalagem padrão.
Ao saírem de automóvel para uma festa ou giro noturno, alguém do grupo fica sempre sem tomar um gole. 0,5% de álcool no sangue, constatado pela polícia através do teste do balão, constitui rattfylleri, embriaguez ao volante. Significa prisão e perda da carteira por um ano. Ao transgressor é permitido escolher a época do ano em que deseja cumprir a pena — um ou dois dias de trabalhos forçados. Deve chegar ao local a pé, ou conduzido por outro. A condenação é inapelável e não tem instrução preliminar. Sob o ponto de vista da segurança no trânsito o rigorismo é louvável. Mas não se pode deixar de pensar em fanatismo quando se considera que a ingestão de dois ou três bombons recheados a uísque ou licor podem terminar em cadeia.
O caso de um hoteleiro que precisava passar seu carro de um lado para outro da rua ultrapassa qualquer caricatura que se queira fazer desta obsessão nacional. Como sentia-se embriagado, decidiu empurrá-lo. Surpreendido pela polícia quando “dirigia a pé”, foi condenado por um juiz intransigente.
A nossa filosofia irresponsável do “quanto mais se bebe melhor se dirige” causa horror e incredulidade ao nórdico. Uma sueca quis saber o que acontece no Brasil quando alguém, alcoolizado, é interceptado pela polícia ao dirigir em excesso de velocidade.
Paga-se 20% da multa ao guarda e diz-se boa noite.
Meu Deus, isso é corrupção! — descobriu ela.
Os imigrantes que servem em bares e restaurantes têm a melhor chance de conhecer esta psicologia. Svensson, superdesenvolvido, cosmopolita, superior, pede com segurança, e em tom que exige pressa e solicitude, um cachorro-quente ao servidor eslavo, latino ou árabe. Ao pedir cerveja, pede-a em voz baixa, sua superioridade encolhe, seu cosmopolitismo e desenvolvimento resultam inúteis.
Não faltou quem visse nesta fraqueza de Svensson promessa de grandes lucros e passasse a explorá-la. Agências de viagens organizam atualmente rápidos tours marítimos até as ilhas finlandesas Turku e Abo. Svensson paga 10 a 20 coroas por uma viagem de 12 a 24 horas, ida e volta. No navio, as bebidas são skattefria, livres de impostos. Svensson bebe quanto pode e jamais lhe passará pela cabeça descer em terra durante a rápida — e meramente formal — atracagem do barco. Navegar é preciso, chegar não é preciso.
Embriagar-se é uma das mais antigas e cultivadas tradições do país. Um de seus primeiros soberanos. Fjolner, rei dos Sveas (19), encharcou-se — literalmente — ao morrer afogado numa gamela de hidromel, ou seja, em um barril de chope da época.
Mais recentemente, em 1775, Gustav III instituiu o monopólio do álcool. As vendas beneficiavam a casa real e embriagar-se tornou-se uma questão de patriotismo. Operários recebiam parte do salário em sprit. Em frente às igrejas vendia-se bebida para animar os fiéis. O consumo per capita de álcool puro, consideradas as crianças, atingiu os 40 litros anuais. A cifra atual é de quatro.
Para combater a criminalidade e violência conseqüentes, foram fechados os bares e surgiram dezenas de nykterhetföreningar, ligas de sobriedade. Em meados do século XIX as ligas reuniam 100.000 membros numa população de 3.800.000. Vilhelm Moberg evoca a significação destes movimentos em seu romance Soldat:
“Ele sabia o que tinha de agradecer ao templo. Fora seu segundo lar, e uma escola ao mesmo tempo: os livros que tomara emprestado e lera, como aprendera a expressar-se, a escrever protocolo, liderar uma reunião. Jamais m esqueceria o que o templo significara para ele. Talvez um dia, ao tornar-se velho, escreveria as memórias de sua juventude. Não esqueceria então de falar no que tinha a agradecer ao guia n° 2078 da Ordem do Templo, mostraria ao mundo inteiro sua dívida de gratidão.”
As ligas antialcoólicas adquiriram uma influência tal no país a ponto de organizar em 1909 um plebiscito. Optou-se então por um regime seco, com a proibição total do álcool. Em 1914, Ivan Bratt liberalizou a legislação instituindo o motbok e controle individual. O motbok, abolido em 55, consistia numa ficha de controle individual a ser apresentada pelo cliente no ato de compra de bebidas. Cada cidadão tinha direito a três quartos de litro mensais de bebida alcoólica, não tendo as mulheres casadas direito nem mesmo a esta dose. A compra de vinho era livre, mas seu consumo anotado no motbok. A venda poderia ser cancelada a quem o comprasse em excesso. A concessão do motbok dependia de uma prévia investigação da vida privada do solicitante.
Um atentado aos direitos humanos é hoje consagrado como norma jurídica no direito público sueco. Em cada comuna, uma liga de temperança vigia o comportamento do cidadão. A liga dispõe de poder coercitivo para determinar o tratamento compulsório numa instituição estatal de qualquer um que “regularmente use do álcool em detrimento de si mesmo ou de outros”. Não há apelo contra essa ordem e a polícia pode recorrer à força para executá-la. “É importante observar, comenta Huntford, tratar-se de um caso no qual o cidadão pode ser privado de sua liberdade por uma ordem administrativa sem o devido processo legal.” Paralelamente, nas terras impregnadas pelo catolicismo, os abusos do poder estatal incidem acentuadamente sobre a questão sexual. Diariamente prostitutas são presas ilegalmente, sem flagrante nem ordem judicial, com a anuência da sociedade. Mas estas arbitrariedades não constituem lei, ficando no plano do poder de polícia, por definição arbitrário. Resta sempre o recurso do habeas corpus, o que inexiste na Suécia em prisões — ou internamento compulsório para tratamento, como quisermos — de alcoólatras.
A luta contra o alcoolismo é financiada com o lucro da venda do álcool. Os systembolag são certamente as únicas lojas do mundo que fazem publicidade contra suas mercadorias. Afixado em cada registradora, um cartaz tenta dissuadir o cliente da compra de bebidas fortes, sugerindo vinho como sinal de bom-gosto.
Algumas vozes começam a erguer-se contra este puritanismo em relação ao álcool. Bosse Gustavson, em seu romance Systemet, protesta contra o que considera um tratamento cruel contra os membros mais fracos da sociedade. Um de seus personagens afirma que em lugar algum do mundo um alcoólatra sente-se tão miserável, marginal e inútil como na Suécia. “Por isso tornamo-nos rapidamente imprestáveis e doentes e morremos mais rápido que em outras terras.”
Segundo Bosse, é um mito afirmar-se que quem bebe muito não pode cuidar de seu trabalho e viver em sociedade, pois desde os mais baixos aos mais altos cargos encontram-se homens que bebem e dão conta de suas funções. Muitos bebem nos locais de trabalho, e comportam-se, mas mesmo assim são despedidos. “Depois tornam-se dependentes aos langarna (20) e são forçados a ingressar nos grupos de alcoolistas que perambulam em volta dos systembolag. O que cair na lista de alcoólatras jamais conseguirá um emprego.”
Bosse Gustavson reivindica a venda de vinhos nos supermercados, a descentralização dos systembolag e sua abertura às 8, e um tratamento mais humano e isento de preconceitos para com os bêbados. Condena a rattfylleri mas acha que não deve ser punida com a cassação da carteira de motorista. “Conheço um escritor que se mantém vivo graças à carteira. Para dirigir é obrigado a manter-se sóbrio ao menos de vez em quando. A carteira de motorista é um importante fator de sobriedade.”
Rígido em relação ao álcool, o governo é bastante liberal em relação ao tóxico. Seu consumo não é proibido, mas sim o tráfico. (Como os consumidores teriam então acesso ao produto é algo ignorado pela lei, pois a venda do tóxico não é legal.) A prefeitura de Estocolmo financia bares onde centenas de adolescentes se reúnem para drogar-se. Oferecendo aos viciados um local de reunião, tem melhores condições de assisti-los e controlar o tráfico. Três gramas de marijuana é o máximo que cada um pode ter consigo. Se tiver uma quarta será considerado traficante. As batidas policiais são sempre recebidas com entusiasmo e alegria pelo pessoal. Para livrar-se dos gramas comprometedores o traficante as distribui gratuitamente três a três.
MANTEIGA COMUNISTA
Para aliviar a escassez perene de manteiga, o
Politburo do Partido Comunista ordenou aos cientistas soviéticos que
desenvolvessem uma tecnologia para converter a merda em manteiga e completar
este projeto antes do aniversário da Grande Revolução Socialista de outubro.
Após seis meses de trabalho, o Politburo exigiu um relatório do progresso. Os
cientistas relataram que alcançaram um sucesso de 50%. A resposta da Academia de
Ciências foi: "Já pode espalhar sobre o pão, mas ainda não dá para comer.”
http://www.johndclare.net/Russ12_Jokes.htm
CAMARADA IVANOV
CAMARADA IVANOV
Ivanov foi intimado pelo Partido Comunista. O comitê do partido
conduz uma entrevista.
"Camarada Ivanov, você fuma?"
"Sim, um pouco".
"Você sabe que o camarada Lenin não fumou e aconselhou outros
comunistas a não fumar?"
"Se o camarada Lenin disse assim, eu deixarei de fumar".
"Você bebe?"
"Sim, um pouco."
"O camarada Lenin condenou fortemente a embriaguez".
"Então eu deixarei de beber".
"Camarada Ivanov, e as mulheres?"
"Um pouco..."
"Você sabe que o camarada Lenin condenou fortemente o comportamento
amoral?"
"Se o camarada Lenin condenou, serei um moralista".
"Camarada Ivanov, você estará pronto para sacrificar sua vida pelo
partido?"
"Claro. Quem precisa de tal vida?"
http://www.johndclare.net/Russ12_Jokes.htm
BEIJO DE LÍNGUA
Saí aos pulos
da minha casa felpuda, pois ouvi um grito de socorro rouco vindo do banheiro.
Fui procurar para ver o que acontecia e num canto encontrei uma barata que
envenenada, agonizava. Fui ter com ela e disse-lhe: ‘Não tem jeito amiga, para
você não há volta, faça o seu último pedido. Então gaguejou ela: ‘Um beijo de
língua, um beijo de língua... - Puta que pariu barata morra logo! Saí de
fininho antes que meu mole coração fizesse uma besteira da qual iria me
arrepender para o resto da vida.
Pulga Lurdes
UMA NOVA VIDA
Naquele dia
Arnaldo estava um traste. O céu era marrom, a saliva tinha fel. Queria um
abismo só para chamar de seu. Chegou em casa e foi direto para o canil. Mandou
o Duque para dentro da residência e se deitou na casinha do cão.
Espreguiçou-se, lambeu os beiços e passou a roer um osso. Antes da meia-noite
já estava latindo para os passantes.
MINHOCAS E ALGO MAIS
Carlos,
pescador de final de semana saiu para apanhar minhocas. Terra preta e mole, bem
adubada, um criadouro perfeito. A cada enxadada brotavam meia dúzia de boas
cobrinhas. Com o baldinho já repleto foi dar a última e brotou da terra algo
inusitado: a vergonha na cara de Luis Inácio Lula da Silva, enterrada num terreno em São
Bernardo do Campo próximo do Sindicato dos Metalúrgicos. Ela toda suja e ainda
cuspindo terra perguntou: “já prenderam o maldito?”
AO PÉ DO POÇO
Ao pé do poço
o Pedro Paulo pediu ao padre Primo a benção porque iria se jogar no poço. O
padre respondeu que não daria benção porra nenhuma a um suicida ainda mais numa
tarde em que também estava puto da vida com tudo e todos. O padre resolveu
ficar nu no pé do poço só para mostrar que maluco por maluco ele também
era. Tudo isso irritou profundamente
Pedro Paulo que por fim desistiu de se matar não sem antes jogar o padre Primo
no poço e ficar com suas cuecas.
O PEDIDO
O sujeito
entrou no bar, sentou-se num canto e chegando o garçom fez o pedido: dois
pasteis de graxa de motor elétrico, um litro de ácido de bateria e uma salada
mista de arruelas temperada com pólvora e gasolina azul. Diante do olhar
atônito do atendente disse: sou o Super-Homem, portanto não esquente, hoje
resolvi radicalizar na dieta.
AREIA MOVEDIÇA
Um sofrido
brasileiro andava perdido num pântano quando caiu numa areia movediça. Do
nada apareceu uma mulher para ajudá-lo. Quando viu que a dita cuja era Dilma
ele disse:
-Obrigado! Prefiro ficar aqui, posso me safar.
Já contigo existe o risco de eu me enterrar de vez.
BARBARIDADE DE RUIM!
“Ontem
comprei uma lasanha muito ruim. Para se
ter uma ideia a embalagem de alumínio tinha mais sabor que o recheio. E ainda
cobram por esse veneno.” (Climério)
SÃO PEDRO E DEUS
“Sabe velho,
tu estás neurótico. Pare de alucinar, o diabo é tua cria, não vai ter levar
para o inferno não!” (São Pedro )
BILU HUND
“Ainda bem
que a Ásia fica distante. Só de pensar em virar cozido faço xixi no tapete.”
(Bilu Cão)
BILU CÃO
“Recebi
alguns pedacinhos de uma comidinha que imita o sabor da picanha. Não me
enganam, prefiro a original.” (Bilu Cão)
MESTRE YOKI
“Mestre, qual
é a idade da sabedoria?”
“Não existe
uma idade própria. Há burros jovens e burros velhos. Há os que muito aprendem
cedo e existem também aqueles que já caindo aos pedaços nada aprenderam.”
MESTRE YOKI
“Mestre, qual
é o futuro de um país que não investe em educação de qualidade?”
“O futuro
será igual boi na moenda: Roda, roda e não sai do lugar.”
segunda-feira, 29 de maio de 2017
ESQUELETOS
Meia-noite.
Uma lua de prata brilhava no céu estrelado. Pisava eu com meus sapatos quarenta
e dois por uma estradinha deserta, rumando para casa. O vento soprava manso,
mas mesmo assim mexia com pequenos arbustos. Tudo calmo na noite, nem um pio da
coruja se ouvia. Nisso pensava quando percebi passos atrás de mim, só ouvidos
por causa do silêncio absoluto, tão leves eram. Parei para ver quem caminhava
junto comigo naquele lugar ermo, ainda mais por aquelas altas horas. E vi:
cinco esqueletos completos estavam lá e caminhavam em fila indiana na minha
direção. Usavam chapéus, riam e batiam seus dentinhos. Como nunca acreditei em
fantasmas, segui o meu caminho sem pressa. Não parei mais, mas podia ouvi-los
dizendo: espera, espera aí! Chegando em casa soltei da coleira os meus quatro
cachorros. Saíram como loucos. Olhei pra estradinha e ainda consegui ver no
clarão da lua um dos esqueletos correndo com uma perna só.
BLECAUTE
Vivíamos
a Era do Sangue. A capital da República Federativa de Ignorabis, Ailisarb,
ficou às escuras por muitas horas aquela noite de verão. Um inexplicável
blecaute tomou conta de toda área urbana provocando um medonho caos. Acidentes
de trânsito, assaltos, quebra-quebra nas lojas, estupros e outras violências.
Corruptos e corruptores até saíram dos seus esconderijos. Alarmes da polícia e
gritos da população se misturavam. A polícia não conseguiu atender nem metade
dos casos, para desespero dos cidadãos. Também milhares de presos-vampiros
foram liberados por seus parceiros dos seus caixões-celas e saíram às ruas em
busca de alimento. Muitas pessoas indefesas foram atacadas pelos
humanos-morcegóides em suas próprias casas fechadas. Nem mesmo mendigos
escaparam de ter caninos cravados nos seus pescoços. A desgraça só não foi maior porque todos os
Bares de Sangue permaneceram abertos por toda noite. Existiram baixas nos dois
lados. O que se sabe é que muitos vampiros morreram de indigestão por excesso
de sangue de corruptos e corruptores. Tipos assim não possuem sangue bom. Com o
nascimento do sol a vida voltou ao normal.
O VOO
Tomas dormia
durante o voo. A aeronave estava em velocidade de cruzeiro quando ele acordou.
Após olhar detalhadamente em volta percebeu algo estranho. Naquele voo pareciam
estar reunidas inúmeras pessoas famosas já falecidas. Ao seu lado, por exemplo,
estava o Mahatma Ghandi. Do outro lado do corredor viu com clareza Airton Senna
gargalhando ao brincar com amigos. Alguma coisa diferente acontecia naquele
voo, o que seria? Quando foi ao banheiro deu de frente com uma pessoa muito
conhecida aos católicos, o Papa João Paulo II, usando crachá de copiloto.
Quando Madre Tereza de Calcutá uniformizada de aeromoça passou com o carrinho
de lanche pelo corredor Tomas ficou pálido e perguntou ao senhor ao lado o que
estava acontecendo naquele avião. O ancião olhou rindo para ele e respondeu:
- Acorde
tonto, você está sonhando!
O GUARDA-COSTAS DE DEUS
Fundamentalistas
islâmicos saíram do inferno carregados de bombas e entraram sorrateiramente no
paraíso para destruir o trono do Senhor. Disfarçados de anjos buscavam o melhor
lugar para colocá-las quando tiveram uma surpresa desagradável e voltaram
correndo para o inferno sem fazer nada; o guarda-costas de Deus era ninguém
menos que John Wayne e seu revólver de duzentos tiros.
SEU TUPI
Seu Tupi era
um cão muito fino que diariamente levava seu homem chamado Lúcio para passear.
Muito belo o homem, de roupinha colorida, coleira de prata e tudo mais. Porém
senhor Tupi nunca levava o kit cocô e o seu homem de estimação era pródigo em
defecar nos gramados e calçadas. Faz alguns meses seu Tupi andava só por uma
dessas calçadas de sua rua quando resvalou num cocô, bateu a cabeça e morreu.
Que lástima! Lúcio triste e com sentimento de culpa entrou em depressão. Deixou
de comer e até de mostrar a língua. No momento o pobre Lúcio mora num Homil
para homens loucos.
TENHA CALMA
Entrando em
sua casa na maior solidão e ouvir vozes estranhas, antes de assustar-se e
pensar que está ficando louco ou a casa mal-assombrada, verifique se o rádio
não ficou ligado.
LÃ E CARNE
Genara era
uma ovelha descontente que resolveu fugir dos campos e ir à cidade para cortar
sua lã, pois sofria com o calor e principalmente queria ver como era o mundo
longe da verde relva. Após muito andar chegou à terra do cimento e aço. Obteve
informações e correu até o primeiro barbeiro. Lá chegando perguntou:
-O senhor
corta lã de ovelha?
Respondeu o
barbeiro um pouco espantado:
-Não só corto
a lã como também degusto a carne.
E dito isso
deu uma paulada na ovelha Genara que morreu no ato. O barbeiro foi para casa feliz
levando nas costas o futuro assado da noite do seu aniversário.
POR DENTRO
-O senhor é a favor da eutanásia?
-Nem a favor, nem contra. A verdade é que eu nem conheço
a moça.
NA FARMÁCIA
Na juventude quando a gente entrava na farmácia com
aquela cara de anteontem, franzindo a testa e arqueando as sobrancelhas para o
farmacêutico, ele já sabia
“Então teu tio pegou gonorreia novamente? Venha aqui atrás que vamos dar uma injeção nele."
SÍLVIA, A LESMA
Silvia era
uma lesma madura grudenta nojenta que vivia solitária num quintal minado de
folhas caídas. Podemos dizer que vivia sem problemas. Porém um dia aconteceu de
ver-se num espelho quebrado e ficou horrorizada com sua aparência. Entrou em
parafuso. No ápice do desespero acabou
por suicidar-se entrando dentro de um saleiro.
O GOLPISMO DAS CELEBRIDADES EM COPACABANA por Percival Puggina. Artigo publicado em 29.05.2017
Quando se trata de juntar gente para dizer que o povo comparece a seus eventos, a esquerda reúne companheiros de viagem, pilotos de vôo pelos ares da utopia, figurinhas carimbadas, cantores, atores, músicos e promovem grande espetáculo. Alguma conta no exterior paga os cachês ou o crédito fica gerado e certificado para futuros resgates.
Então, pequenas multidões são atraídas pela oportunidade de um show que seria totalmente grátis não fora o dever de escutar discursos políticos proferidos por pessoas cujo pouco conhecimento enche a paciência antes de encher uma xícara de cafezinho. Sem artistas e celebridades, vai-se o público. Cria-se, então, um insolúvel mistério: quem é que estava ali, mesmo? A permanência dessa dúvida nos eventos da esquerda é uma clamorosa denúncia do esvaziamento de suas pautas e de sua credibilidade.
A concentração ocorrida em Copacabana neste último domingo reuniu numa dessas aglomerações algo entre 10 mil e 30 mil pessoas. A turma do palanque queria diretas já. Ali estavam, pelo que li, Caetano Veloso, Criolo, Mano Brown, Maria Gadu, Milton Nascimento, Gregório Duvivier, Sophie Charlotte, Daniel Oliveira, Maria Casadeval, Antônio Pitanga, Bete Mendes e Zezé Motta. Não sei se alguém se deixa conduzir pelas posições políticas desse pessoal, mas o evento em si, misturando música, dança de rua e diretas já, como afirmei antes, tem o peso político de uma rolha.
Por outro lado, os oradores, ao apelarem para a ruptura com a ordem constitucional, alegam uma suposta ilegitimidade do Congresso para cumprir o preceito que determina eleição indireta se a vacância ocorrer depois da primeira metade do mandato presidencial. Ora, a legitimidade do Congresso só foi contestada pelo PT após o impeachment da presidente Dilma; e se ele é ilegítimo para cumprir o preceito constitucional e promover a eleição indireta, onde irá buscar legitimidade para alterar a Constituição e romper a periodicidade das eleições presidenciais?
Sublinhe-se: foi para evitar casuísmos golpistas, voltados a atender interesses de oportunistas como os que recheavam o palanque de Copacabana, que os constituintes de 1988 definiram a periodicidade das eleições como cláusula pétrea da Carta maior da República.
Mas não podemos querer que a turma daquele palanque entenda e se conforme com isso, não é mesmo?
________________________________
* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
IRINEU
Irineu, dois
anos sem tomar banho. Ontem estava na calçada quando o caminhão do lixo passou
e levou ele. Não gritou, não esperneou, apenas no seu rosto viu-se um risinho
de satisfação.
A CANETA
Havia uma
bela caneta que só gostava de escrever coisas relacionadas ao amor. Porém por
essas coisas da vida foi parar nas mãos de um bruto cheio de ódio na Síria.
Certo dia já cansada de ver cabeças cortadas, bombas dilacerando inocentes e de
escrever discursos abomináveis contra a vida, transformou-se num pequeno
lagarto e enterrou-se na areia do deserto para sempre.
NADA
Quando Éder acordou no hospital o médico disse-lhe que esteve morto por cinco minutos.
Sacanagem pura! Nada do outro lado! Quando saiu do hospital a primeira coisa
que fez foi dar um pau no pastor da sua igreja, além de exigir a grana do
dízimo de volta. E prometeu ir atrás do padre da sua infância e do professor de
religião.
O FORTE E VALENTE
Turíbio era
muito forte e valente como nenhum outro. Na verdade não tinha mais adversários
na sua região. Derrubou todos que estiveram em seu caminho. Seus amigos o convenceram de sair no braço
com um leão, na porrada. Pois os tais
conseguiram um leão e colocaram os dois frente a frente numa jaula enorme . O
valente foi todo pintado pra batalha, uma mistura de ninja, apache e soldado em
guerra na floresta. E o dito leão por
ser um bicho burro e desinformado não sabia quem era Turíbio, o forte e
valente. E assim sendo um animal totalmente por fora, comeu o valente ainda no
primeiro round.
NÃO SE META
A ponte, o
rio veloz lá embaixo, a névoa e o desejo de saltar. O homem salta, bate n’água,
um barco que passava salva o suicida. O homem balança a cabeça, xinga o
pescador que o salvara, fica fora de si ,queria morrer. O pescador não se faz
de rogado; saca do revólver e o mata com dois tiros. Pegou quinze anos por
matar um suicida.
OS ROEDORES
Os ratos
atacam a família. Os ratos atacam o bolso dos cidadãos. Os ratos atacam o
ensino de qualidade. Os ratos bloqueiam a porta que leva ao futuro e à
modernidade. Os ratos roem as bases das instituições democráticas. Os ratos
urinam e defecam sobra a Constituição. Os ratos têm muito espaço na mídia, não
deveriam ter, pois já sabemos e estamos cansados de tanto rói e rói. Ou
destruímos os ratos ou eles destruirão o pouco que nos resta.
domingo, 28 de maio de 2017
NELSON RODRIGUES
Em 1932 o jovem Nelson Rodrigues foi trabalhar da
distribuidora de filmes que representava a RKO, Ponce & Irmão. Seu trabalho
era criar anúncios para os filmes. Para Dr. Topaze, com John Barrymore e Myrna
Loy, ele criou o slogan “Um filme só para inteligentes.” Não deu certo, pois
com isso afastou da bilheteria os burros, que ficaram com medo de não entender
o filme.
DISSEONÁRIO PEDRA- MULA SEM CABEÇA
MULA-SEM-CABEÇA- Bicho asqueroso que transita constantemente entre
Brasília e Porto Alegre.
DISSEONÁRIO PEDRA- FUNDAMENTALISTA
FUNDAMENTALISTA- Sujeito que come merda se acreditar que foi o deus dele que
mandou.
FILHO DE BOLIVARIANO É FOGO
-Papá, não temos mais papel-higiênico em casa, nem
revistas, nem jornais.
-Não vamos reclamar, é pelo bem da Venezuela.
-Poxa! Eu não
sabia que ficar de bunda suja é sinal patriotismo!
VADIAGEM CONTEMPORÂNEA
"O vírus da vadiagem contemporânea está disseminado.
O negócio agora é deitar, esperar o tempo passar enquanto se aguarda o dia de
passar no banco para receber. O feijão? Não pensei nisso. Boa pergunta: Quem
irá plantar e colher o feijão?"
ASSIM É
O pacote da vida chega para alguns sobrando perfume e rosas
Para outros a constância é receber dores e espinhos
A verdade é que a vida é assim e querer muitas explicações é como chover no molhado.
Para outros a constância é receber dores e espinhos
A verdade é que a vida é assim e querer muitas explicações é como chover no molhado.
É PRECISO DUVIDAR
Quem não
duvida
Engole o
pronto
Gosto é gosto
dizem
Não
se discute
Absorvido o
pronto
O pensar não
repercute
Morre no ser
que o recebeu
Como verdade
absoluta.
sábado, 27 de maio de 2017
NA TOCA DO TATU
Na toca do
tatu tinha um toco
Tinha um toco
na toca do tatu
O tatu deu um
totó no toco
E o toco caiu
no colo da toupeira
Tatu toco
Totó toco toupeira
A turma do
buraco na maior encrenqueira.
CONHECIMENTO
Quando penso que estou chegando ao meu
destino
Descubro que ainda não saí
Assim é a viagem pelo conhecimento.
O COMUM E O ESTADO
O comum deseja que o estado lhe forneça uma árvore de boa
sombra e que os frutos sejam moedas fortes.
Já o estado paternalista espera em troca o voto e que a esperança de
receber os frutos desta árvore não morra jamais. Ou seja, o comum deseja tudo
do estado e vida boa, e o estado ladrão quer mais poder e servidão total.
HUMOR ATEU- ORAÇÃO
“Pai nosso que estais no céu levai todos os cristão até
aí e deixai para esse pobre ateu aqui na terra todo o dinheiro do Vaticano.
Amém.”
NO PORTÃO DO PARAÍSO
Cidadão chega ao
portão do céu. Fica horas esperando e ninguém aparece, nem São Pedro. Nisso passa um anjo e ele pergunta:
-Onde estão todos? Estou há horas aqui esperando ser
atendido.
Responde o anjo:
- Meu amigo, aqui estão todos no Bolsa-Família. Reza para ver se aparece alguém.
FILHO DE BOLIVARIANO É FOGO
-Papá, Comandante Maduro é um guerreiro?
-Sim, um santo guerreiro, como São Jorge.
-Mas papá, se ele é como São Jorge, por que o dragão da
inflação venezuelana continua vivo?
HUMOR ATEU- PREGAÇÕES DO IVAN GELHO
O Senhor disse: “É mais fácil um rico passar pelo buraco
de agulha que um camelo entrar no céu.”
Falou Jesus: “Vinde para mim às criancinhas que eu tenho
lugar na creche. Paga naturalmente.”
FRASE DE EVANGÉLICO COM PROBLEMAS DIGESTIVOS- “O mentruz é a minha salvação.”
FRASE DE EVANGÉLICO ALCOÓLATRA- “ O mé me fortalece.”
FRASE DE EVANGÉLICO COM CHIP- “Rastreado por Jesus.”
FAMÍLIA DE EVANGÉLICOS GARÇONS- “ Eu e minha família
servimos ao Senhor.”
FRASE DE UM EVANGÉLICO ADÚLTERO- “Deus é fiel”
CHURRASQUEIRAS SEM USO
Eu não acreditei quando me contaram que churrasqueiras
sem uso criam morcegos. Pois dentro da minha encontrei o Batman.
HRX
“Os sujeitos desse planetinha ficam de joelhos para um
ser nunca viram e nem sabem se existe.
Há promessa de pós morte morarem
eternamente num paraíso regido por esse tal criador. Ainda bem que os mortos não se decepcionam.” (HRX, o ET
viajante)
ACONTECEU NO TEMPO QUE TODAS AS COISAS NOMINADAS FALAVAM
-Toc-toc-toc!
O homem detrás da porta perguntou:
-Quem bate?
A resposta:
-É o frio!
Então o homem abriu a porta e com um lança-chamas
espantou o frio.
ATRACAÇÃO SEM RESPONSABILIDADE
Embalados pelo álcool e pelo fumo o casal se atraca.
Excitação, esfrega, esfrega, mão aqui e ali, cabeça na lua, semente posta. A
barriga cresce, a futura está nem aí, o bebê nasce e o reprodutor não se sabe por onde anda. Então vai a
criança crescer sem pai nas mãos de uma mãe transloucada para engordar a conta
do cidadão contribuinte que nada tem a ver com isso. E por aí vem mais.
DEUS E ULISSES
Deus caminhava pelo paraíso quando encontra Doutor
Ulisses Guimarães
-Ulisses, o que é o Brasil? Uma roubalheira sem fim, um
caos. Milhões de direitos, deveres nada!
E aquela tua Constituição de 1988? Que rombo!
Ulisses saiu de fininho.
VIDA EM MARTE
Vida em Marte é uma
possibilidade. O novo telescópio da Nasa observou DUAS inscrições em grandes
rochas marcianas: “CASAS PERNAMBUCANAS” E “PARA DEPUTADO VOTE EM RONALDO
JABUTI”.
DE JOELHOS
“Os humanos são risíveis. Acreditam num ser invisível e ficam de
joelhos diante de homens de barro.” (HRX,o ET viajante)
HRX , O ET VIAJANTE
“Algumas seitas existentes na terra cortam
a cabeça daqueles que ousam não acreditar no seu profeta bárbaro.” (HRX)
RARO
Apenas vivendo do nome estamos com sobra de
excelências. Mas achar um Sobral Pinto
está cada vez mais difícil.
DILEMA
Só de grandes salafrários a população nacional é maior
que a população do Uruguai. Como construir presídios para tanta gente?
H.L. MENCKEN- TIPOS DE HOMENS- O ALTRUÍSTA
Uma grande parte do altruísmo, mesmo quando perfeitamente honesto, baseia-se
no fato de que é desconfortável ver gente infeliz ao nosso redor. Isto se aplica
especialmente à vida familiar. Um homem faz sacrifícios para satisfazer os
caprichos de sua mulher, não porque adore desistir da idéia de comprar o que ele
realmente quer para ele, mas porque seria pior ainda vê-la d cara amarrada na
mesa do jantar.
1920
no fato de que é desconfortável ver gente infeliz ao nosso redor. Isto se aplica
especialmente à vida familiar. Um homem faz sacrifícios para satisfazer os
caprichos de sua mulher, não porque adore desistir da idéia de comprar o que ele
realmente quer para ele, mas porque seria pior ainda vê-la d cara amarrada na
mesa do jantar.
1920
sexta-feira, 26 de maio de 2017
O PREGADOR
Renato tinha
apenas dezoito anos quando saiu a pregar pelo mundo. Pregou em muitos lugares.
Mas infelizmente deixou de pregar por força maior antes mesmo dos trinta anos.
Aconteceu que acabaram os pregos e também o dinheiro para comprar mais.
FOI
Quando Joel
completou trinta e três anos viu uma luz e dentro dela uma voz que dizia ‘vá!’.
Ele foi, errou um degrau, caiu da escada e quebrou o pescoço. Foi mesmo.
JOIA DA COROA por Alexandre Garcia. Artigo publicado em 26.05.2017
O último Ministro do Exército e ex-comandante da Força Terrestre, General Gleuber Vieira, hoje na reserva, me disse o outro dia que o Ensino é a jóia da coroa do Exército. Deduzo que graças a esse ensino que dá conhecimento e formação, a Instituição não se afeta pelas turbulências políticas e sociais do país e muito menos pela decadência moral que nos destrói. Um ensino sempre atualizado, moderno e firme, com princípios e disciplina - que, aliás, é condição para êxito em qualquer atividade humana.
Esse espírito está presente, entre outros e além dos quartéis, nos colégios militares, na preparatória de Campinas, na Academia Militar das Agulhas Negras, nos institutos como o Militar de Engenharia, o CEP(Centro de Estudos de Pessoal), as escolas de sargentos, a de Saúde, a de Administração, a de Aperfeiçoamento de Oficiais, a de Comando e Estado-maior, a Escola Superior de Guerra. Outro dia visitei a AMAN e fiquei encantado. Escolas de ponta e de excelência na formação. Basta ver os resultados das avaliações em escolas públicas; os jovens dos colégios militares estão sempre à frente. O mérito está presente sempre. Quem chega ao topo da carreira é porque é muito bom.
Isso se passa no mesmo Brasil que tem escolas públicas quase abandonadas, desde a municipal do ensino básico até a universidade federal - e a droga presente em todo currículo, tão atuante quanto a militância política-partidária docente. Os resultados, em geral, são sofríveis e medíocres. Pesquisa recente do Movimento Todos pela Educação, entre o ensino médio, com jovens de 15 a 19 anos, mostrou que a maior preocupação dos alunos não é estudar, como se espera, mas com segurança: 85,2% dos entrevistados responderam que a aspiração deles na escola é ter segurança. Com 81,3% das respostas, outro atributo relevante na escola é ter professores sempre presentes.
Segurança e professor presente é algo óbvio e uma necessidade inexistente no ensino militar brasileiro. Ou na escola pública do Uruguai, do Chile, de Portugal, só para citar alguns próximos na geografia e na cultura. A diferença acontece no mesmo país, com o mesmo povo brasileiro. Por que não é possível que o ensino público civil tenha as mesmas características do ensino público militar? Falta de vontade? Falta de percepção, preguiça, ou intuito deliberado de não combater a ignorância para convencer mais facilmente o eleitor? Se o ensino fosse a jóia da coroa do Brasil, seríamos um país com o mesmo cerne da instituição militar, a mesma força moral. O índice de confiança da Fundação Getúlio Vargas aponta as Forças Armadas em primeiro lugar. Será por quê? A resposta é: o Ensino que as forma.
- See more at: http://www.sonoticias.com.br/coluna/joia-da-coroa#sthash.kKwT8hK8.dpuf
Ênio Bacci avisa:"Sartori é um homem honesto, mas Lula, Dilma, Aécio, Temer e Maluf são todos ladrões !"
O que disparou há pouco o deputado Ênio Bacci, PDT, usando seu WhatsApp:
Li seu blog. O PDT não defende o impeachment de Sartori. O governador é um homem honesto, ao contrário de Temer, que já tinha fama de ladrão quando presidiu a Câmara. Eu estava lá.
Não, meu caro: ladrão é ladrão. Não importa a sigla partidária.
São Lula, Dilma, Aécio, Michel, Maluf.
Escolha.
Do blog Políbio Braga
Li seu blog. O PDT não defende o impeachment de Sartori. O governador é um homem honesto, ao contrário de Temer, que já tinha fama de ladrão quando presidiu a Câmara. Eu estava lá.
Não, meu caro: ladrão é ladrão. Não importa a sigla partidária.
São Lula, Dilma, Aécio, Michel, Maluf.
Escolha.
Do blog Políbio Braga
IMPOSTOS
“O governo
arrecada impostos pela boca de um tubarão e nos devolve em serviços pelo ânus
de um lambari.” (Limão)
JOÃO LUIZ MAUAD: QUEM SÃO MESMO OS VENDIDOS?
INSTITUTO LIBERAL
Quem quer que defenda ou divulgue publicamente o liberalismo já foi alguma vez acusado de estar a serviço de “interesses comerciais” – ou pior, de prostituir suas opiniões ao vendê-las a grandes corporações.
Quem acredita nessa bobagem supõe que a defesa de mercados livres envolve uma agenda “pró-negócios”, cujo corolário necessário é a crença ingênua de que as empresas lucram somente porque prejudicam consumidores e trabalhadores. Nada poderia ser mais falso.
De fato, os liberais defendem o empreendedorismo – o que é bem diferente de defender empresários -, a liberdade de mercado, as transações voluntárias e o intervencionismo mínimo possível. Mas fazem isso não pensando nos lucros das grandes corporações, mas, ao contrário, porque acreditam que mercados livres são interessantes para os consumidores, os trabalhadores e a economia em geral.
Ao contrário do senso comum, a atitude liberal contra o intervencionismo, longe de visar os interesses empresariais, é conseqüência lógica da certeza de que boa parte dos empresários detesta concorrência, controle de custos, investimentos pesados em tecnologia e inovação, razão pela qual nos acostumamos a vê-los ao redor de políticos e burocratas, locupletando-se com a bufunfa e as benesses públicas. Esse empresariado sabe que é precisamente o governo o único que pode evitar a saudável competição dos mercados, atuando discricionariamente para favorecê-los, em detrimento de concorrentes, consumidores e pagadores de impostos.
Peguemos alguns exemplos de políticas econômicas abraçadas pelos liberais em geral e vejamos a quem elas realmente interessam:
Protecionismo: os liberais são radicalmente favoráveis ao livre comércio entre indivíduos e empresas, o que inclui as transações internacionais. Tal postura vai de encontro a muitos interesses empresariais, já que prejudicam os lucros de empresas nacionais estabelecidas, as quais, não por acaso, vivem pedindo tarifas e proteções aos seus negócios, sempre em detrimento dos consumidores e dos pagadores de impostos. Os efeitos das Políticas protecionistas, de forma geral, são: a transferência de renda dos consumidores para determinados produtores; a proteção de empresas ineficientes; a manutenção de alguns empregos em detrimento de outros tantos; o desestímulo a novos investimentos; a insatisfação dos consumidores e o empobrecimento geral da nação, graças à redução da oferta de produtos e serviços, bem como do respectivo aumento geral de preços.
Subsídios: os liberais também são contra a concessão, pelos governos, de subsídios a empresas estabelecidas, seja através de transferências diretas ou créditos subsidiados, via bancos de fomento e assemelhados (BNDES). Entendemos que tais procedimentos prejudicam a concorrência e fomentam a ineficiência, além de punir os pagadores de impostos. Distribuir benesses a certos setores da economia costuma frear a competitividade, alimentar incompetência e corrupção, além de distorcer os preços relativos, com efeitos nefastos sobre toda a cadeia produtiva e, conseqüentemente, sobre a eficiência mesma dos mercados.
Incentivos fiscais: embora sejamos radicalmente favoráveis à redução da carga tributária, não apenas sobre aquela que incide sobre a renda, o trabalho e o consumo, mas também sobre a renda das empresas, somos contrários à concessão de incentivos fiscais que não sejam amplos e irrestritos, ou seja, que não se apliquem à totalidade da economia. Assim, combatemos incentivos pontuais, como aqueles concedidos amiúde à indústria automobilística brasileira, por entendermos que esses recursos acabam saindo dos bolsos dos pagadores de impostos.
Desregulamentação: erra quem acredita que a defesa da desregulamentação beneficia as empresas. Considere os setores tipicamente regulados em qualquer país do mundo, onde um pequeno número de grandes empresas é regulado e vigiado para (supostamente) defender um grande número de usuários. Os liberais sabem que, dependendo do poder concedido à autoridade responsável, a lucratividade de cada uma dessas empresas será fortemente influenciada pelas decisões daquela autoridade, e parece óbvio que irão operar com grande empenho e altas doses de recursos para influenciá-la – ou capturá-la, como ensinam os teóricos da Escolha Pública. Por outro lado, embora as agências reguladoras sejam criadas justamente para incitar a competição, na maioria dos casos elas acabam atuando em sentido diametralmente oposto. Por exemplo, estabelecendo requisitos mínimos de capital, licenças para operar e um sem número de rigorosas barreiras de entrada, supostamente com o intuito de proteger os consumidores, acabam tornando aquele setor altamente cartelizado.
Combustíveis fósseis: a defesa da utilização dos combustíveis fósseis por boa parte dos liberais – embora não todos – costuma gerar grande celeuma, principalmente no meio ambientalista, que nos acusa de proteger os interesses das grandes companhias petrolíferas. Nada poderia estar mais longe da verdade. Defendemos a utilização de combustíveis fósseis porque são os mais eficientes e baratos. Se consumimos hidrocarbonetos é porque eles nos garantem níveis de prosperidade, conforto e mobilidade como nenhum outro combustível. A energia deles obtida melhora nossa saúde, reduz a pobreza, permite uma vida mais longa, segura e melhor. Ademais, o petróleo não nos fornece somente energia, mas também plásticos, fibras sintéticas, asfalto, lubrificantes, tintas e uma infinidade de outros produtos. Não importa se medido por peso ou volume, o petróleo refinado produz mais energia do que praticamente qualquer outra substância comumente disponível na natureza. Essa energia é, além de tudo, fácil de manusear, relativamente barata e limpa.
Caso o petróleo não existisse, nossas vidas seriam muito mais difíceis. Como bem colocou Roger Pielke, em artigo no “Financial Times”, “Se quisermos reduzir as emissões sem condenar vastas áreas da humanidade à pobreza eterna, teremos de desenvolver tecnologias de energia de baixo custo e baixo teor de carbono que sejam apropriadas tanto aos EUA quanto à Bulgária, Nigéria ou Paquistão. Mas isto implicará sacrifício; exigirá investimentos de recursos significativos ao longo de muitas décadas. Até que estas tecnologias sejam trazidas à fruição, devemos trabalhar com o que temos. No mundo rico escolhemos crescimento econômico. É cruelmente hipócrita que nós tentemos impedir que os países pobres cresçam também. Se formos realmente forçados a nos adaptar a um planeta com clima menos hospitaleiro, os pobres, no mínimo, devem enfrentar o desafio com as mesmas vantagens de que hoje dispõem os ricos.”
Salário mínimo: Se os liberais se colocam frontalmente contra as políticas de salário mínimo, não é porque isso beneficie os empresários, mas porque acreditamos que essas políticas prejudicam sobremaneira os mais pobres, impedidos muitas vezes de vender o seu trabalho, se assim desejarem. Conforme explico neste artigo, o salário mínimo legal muitas vezes prejudica justamente aqueles a quem deveria beneficiar.
Como se vê, os defensores de privilégios corporativos não são os liberais, mas aqueles que, entre outras coisas, pregam o protecionismo, os subsídios, os incentivos fiscais pontuais, os controles de preços, a inflação e os combustíveis “verdes” que, ademais, requerem enormes quantidades de dinheiro público para serem economicamente viáveis. Enfim, aqueles que defendem uma série extensa de políticas econômicas de esquerda.
Fonte: Instituto Liberal, 20/08/2014
Quem quer que defenda ou divulgue publicamente o liberalismo já foi alguma vez acusado de estar a serviço de “interesses comerciais” – ou pior, de prostituir suas opiniões ao vendê-las a grandes corporações.
Quem acredita nessa bobagem supõe que a defesa de mercados livres envolve uma agenda “pró-negócios”, cujo corolário necessário é a crença ingênua de que as empresas lucram somente porque prejudicam consumidores e trabalhadores. Nada poderia ser mais falso.
De fato, os liberais defendem o empreendedorismo – o que é bem diferente de defender empresários -, a liberdade de mercado, as transações voluntárias e o intervencionismo mínimo possível. Mas fazem isso não pensando nos lucros das grandes corporações, mas, ao contrário, porque acreditam que mercados livres são interessantes para os consumidores, os trabalhadores e a economia em geral.
Ao contrário do senso comum, a atitude liberal contra o intervencionismo, longe de visar os interesses empresariais, é conseqüência lógica da certeza de que boa parte dos empresários detesta concorrência, controle de custos, investimentos pesados em tecnologia e inovação, razão pela qual nos acostumamos a vê-los ao redor de políticos e burocratas, locupletando-se com a bufunfa e as benesses públicas. Esse empresariado sabe que é precisamente o governo o único que pode evitar a saudável competição dos mercados, atuando discricionariamente para favorecê-los, em detrimento de concorrentes, consumidores e pagadores de impostos.
Peguemos alguns exemplos de políticas econômicas abraçadas pelos liberais em geral e vejamos a quem elas realmente interessam:
Protecionismo: os liberais são radicalmente favoráveis ao livre comércio entre indivíduos e empresas, o que inclui as transações internacionais. Tal postura vai de encontro a muitos interesses empresariais, já que prejudicam os lucros de empresas nacionais estabelecidas, as quais, não por acaso, vivem pedindo tarifas e proteções aos seus negócios, sempre em detrimento dos consumidores e dos pagadores de impostos. Os efeitos das Políticas protecionistas, de forma geral, são: a transferência de renda dos consumidores para determinados produtores; a proteção de empresas ineficientes; a manutenção de alguns empregos em detrimento de outros tantos; o desestímulo a novos investimentos; a insatisfação dos consumidores e o empobrecimento geral da nação, graças à redução da oferta de produtos e serviços, bem como do respectivo aumento geral de preços.
Subsídios: os liberais também são contra a concessão, pelos governos, de subsídios a empresas estabelecidas, seja através de transferências diretas ou créditos subsidiados, via bancos de fomento e assemelhados (BNDES). Entendemos que tais procedimentos prejudicam a concorrência e fomentam a ineficiência, além de punir os pagadores de impostos. Distribuir benesses a certos setores da economia costuma frear a competitividade, alimentar incompetência e corrupção, além de distorcer os preços relativos, com efeitos nefastos sobre toda a cadeia produtiva e, conseqüentemente, sobre a eficiência mesma dos mercados.
Incentivos fiscais: embora sejamos radicalmente favoráveis à redução da carga tributária, não apenas sobre aquela que incide sobre a renda, o trabalho e o consumo, mas também sobre a renda das empresas, somos contrários à concessão de incentivos fiscais que não sejam amplos e irrestritos, ou seja, que não se apliquem à totalidade da economia. Assim, combatemos incentivos pontuais, como aqueles concedidos amiúde à indústria automobilística brasileira, por entendermos que esses recursos acabam saindo dos bolsos dos pagadores de impostos.
Desregulamentação: erra quem acredita que a defesa da desregulamentação beneficia as empresas. Considere os setores tipicamente regulados em qualquer país do mundo, onde um pequeno número de grandes empresas é regulado e vigiado para (supostamente) defender um grande número de usuários. Os liberais sabem que, dependendo do poder concedido à autoridade responsável, a lucratividade de cada uma dessas empresas será fortemente influenciada pelas decisões daquela autoridade, e parece óbvio que irão operar com grande empenho e altas doses de recursos para influenciá-la – ou capturá-la, como ensinam os teóricos da Escolha Pública. Por outro lado, embora as agências reguladoras sejam criadas justamente para incitar a competição, na maioria dos casos elas acabam atuando em sentido diametralmente oposto. Por exemplo, estabelecendo requisitos mínimos de capital, licenças para operar e um sem número de rigorosas barreiras de entrada, supostamente com o intuito de proteger os consumidores, acabam tornando aquele setor altamente cartelizado.
Combustíveis fósseis: a defesa da utilização dos combustíveis fósseis por boa parte dos liberais – embora não todos – costuma gerar grande celeuma, principalmente no meio ambientalista, que nos acusa de proteger os interesses das grandes companhias petrolíferas. Nada poderia estar mais longe da verdade. Defendemos a utilização de combustíveis fósseis porque são os mais eficientes e baratos. Se consumimos hidrocarbonetos é porque eles nos garantem níveis de prosperidade, conforto e mobilidade como nenhum outro combustível. A energia deles obtida melhora nossa saúde, reduz a pobreza, permite uma vida mais longa, segura e melhor. Ademais, o petróleo não nos fornece somente energia, mas também plásticos, fibras sintéticas, asfalto, lubrificantes, tintas e uma infinidade de outros produtos. Não importa se medido por peso ou volume, o petróleo refinado produz mais energia do que praticamente qualquer outra substância comumente disponível na natureza. Essa energia é, além de tudo, fácil de manusear, relativamente barata e limpa.
Caso o petróleo não existisse, nossas vidas seriam muito mais difíceis. Como bem colocou Roger Pielke, em artigo no “Financial Times”, “Se quisermos reduzir as emissões sem condenar vastas áreas da humanidade à pobreza eterna, teremos de desenvolver tecnologias de energia de baixo custo e baixo teor de carbono que sejam apropriadas tanto aos EUA quanto à Bulgária, Nigéria ou Paquistão. Mas isto implicará sacrifício; exigirá investimentos de recursos significativos ao longo de muitas décadas. Até que estas tecnologias sejam trazidas à fruição, devemos trabalhar com o que temos. No mundo rico escolhemos crescimento econômico. É cruelmente hipócrita que nós tentemos impedir que os países pobres cresçam também. Se formos realmente forçados a nos adaptar a um planeta com clima menos hospitaleiro, os pobres, no mínimo, devem enfrentar o desafio com as mesmas vantagens de que hoje dispõem os ricos.”
Salário mínimo: Se os liberais se colocam frontalmente contra as políticas de salário mínimo, não é porque isso beneficie os empresários, mas porque acreditamos que essas políticas prejudicam sobremaneira os mais pobres, impedidos muitas vezes de vender o seu trabalho, se assim desejarem. Conforme explico neste artigo, o salário mínimo legal muitas vezes prejudica justamente aqueles a quem deveria beneficiar.
Como se vê, os defensores de privilégios corporativos não são os liberais, mas aqueles que, entre outras coisas, pregam o protecionismo, os subsídios, os incentivos fiscais pontuais, os controles de preços, a inflação e os combustíveis “verdes” que, ademais, requerem enormes quantidades de dinheiro público para serem economicamente viáveis. Enfim, aqueles que defendem uma série extensa de políticas econômicas de esquerda.
Fonte: Instituto Liberal, 20/08/2014
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