quarta-feira, 5 de agosto de 2015

IMB- Os anticapitalistas de hoje continuam ignorando os problemas mais básicos do socialismo por Jonathan Newman, terça-feira, 4 de agosto de 2015



A grande ironia é que, com o colapso do modelo social-democrata e assistencialista na Europa e na América Latina, a retórica anti-mercado e pró-socialismo está ressurgindo com força nas manchetes dos jornais (ver aqui, aqui e aqui) e aparecendo cada vez mais frequentemente nas mídias sociais.

Invariavelmente, tais pessoas acreditam firmemente que organizações financiadas pelo governo — como o FMI (instituição criada por Keynes e financiada pelos impostos pagos pelos cidadãos dos países ricos) — são representantes da genuína economia de mercado.

Esse tipo de confusão conceitual não interessa a essas pessoas, pois os artigos e os memes de internet recorrem ao típico tom populista e a frases curtas e triviais, repletas de clichês e soluções fáceis — e são intencionalmente construídas assim para facilmente evitar ataques e causar mais impacto nos leigos.

Ao final, tudo pode ser resumido à seguinte mensagem: o socialismo funciona e é melhor do que o capitalismo.

Embora a maior parte dessa retórica venha da esquerda, a direita não é inocente, uma vez que a direita parece estar majoritariamente preocupada em promover sua própria versão de populismo, a qual aparentemente não envolve a defesa dos mercados. Por exemplo, "Vamos restringir a entrada de imigrantes pobres!" não é a resposta certa para "Abaixo os lucros abusivos!".

Em vez de descer a este nível tosco de argumentação ou de simplesmente dizer "Leiam Mises!" (essa, sem dúvida, uma resposta bem mais adequada), temos de mostrar, mais uma vez, que o socialismo — até mesmo sob o comando de líderes políticos angelicais e genuinamente bem intencionados — é impossível e gera consequências desastrosas.

A necessidade de haver lucros, preços e empreendedores

O socialismo é a propriedade coletiva (ou seja, o monopólio estatal) dos meios de produção. O socialismo defende a abolição da propriedade privada dos fatores de produção (indústrias, fábricas, maquinários, bens de capital, e trabalhadores). Salários e lucros são duas fatias do mesmo bolo, e o socialismo diz que a "fatia lucro" deve ser zero.

Todos os problemas teóricos do socialismo emanam de sua definição, e não de pontos específicos de sua aplicação. Os defensores do socialismo definem "propriedade coletiva" como sendo a proibição de um mercado privado para os fatores de produção. Só que, sem um mercado para esses fatores de produção, não há como haver formação de preços e salários para esses fatores. E, sem essa formação de preços e salários para os fatores de produção, não há como mensurar os custos de produção. E aí tudo se complica.

Em uma economia de mercado livre e desimpedido, os preços e os salários dos fatores de produção são determinados pela sua capacidade de ajudar a produzir bens e serviços que os consumidores querem. Em termos mais técnicos, os fatores de produção tendem a ganhar o valor do seu produto marginal ("produto marginal" se refere às unidades extras produzidas quando se aumenta em uma unidade quantidade de fatores de produção). E, dado que cada trabalhador possui alguma vantagem comparativa, há uma fatia do bolo para todos.

Se eventuais mudanças tecnológicas tornam certos fatores mais produtivos, ou se a educação e o treinamento tornam um trabalhador mais produtivo, então seus preços ou salários serão elevados a esse novo e mais alto produto marginal (um mesmo trabalhador ou um mesmo maquinário produzem agora mais bens). Um empreendedor não irá contratar ou comprar um fator de produção cujo preço seja maior do que seu produto marginal, pois isso faria com que esse empreendedor sofresse prejuízos.

Prejuízos empreendedoriais são mais importantes do que muitos imaginam. Prejuízos não são apenas um golpe no resultado financeiro do empreendedor. Prejuízos significam que os recursos que estão sendo utilizados para produzir algo valem mais do que esse algo que eles estão produzindo. Ou seja, prejuízos significam que o capital está sendo mal empregado; está sendo utilizado de maneira ineficiente. Prejuízos, portanto, mostram que está havendo uma destruição de riqueza.

Já os lucros significam o oposto. Lucros representam crescimento econômico e criação de riqueza. Uma linha de produção lucrativa é aquela cujos itens utilizados para produzir um determinado bem de consumo custam menos do que o valor que os consumidores estão dispostos a pagar por esse bem de consumo.

Sendo assim, lucros e prejuízos são mais do que apenas incentivos importantes; são mais do que uma tramóia conspiratória do sistema capitalista. Lucros e prejuízos são a única maneira de saber se está havendo criação de riqueza ou destruição de riqueza em alguma linha de produção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.