Nota oficial do partido no governo diz que os manifestantes do domingo anterior “não escondem seus propósitos antidemocráticos”. Os propósitos dos manifestantes espontâneos do dia 20 foram impeachment e anti-corrupção. Ora, impeachment é essencialmente democrático, como defendeu o PT no processo contra o presidente Collor. Portanto, o que deve ser antidemocrático é a luta contra a corrupção. Supõe-se, portanto, que corrupção seja democrático, como se depreende da nota oficial. Mas é bom que a presidente não saia, pois é preciso assumir tudo o que foi feito. Que ela e o partido dela vivam as consequências do que cometeram nesses últimos anos. Difícil será corrigir o desmonte do país, a continuar com as idéias que fracassaram na União Soviética, na China, em Cuba, na Albânia, nos ridículos desastres da Coreia do Norte e da Venezuela.
O governo escolheu como parceiros políticos e comerciais países para onde não estão indo brasileiros que buscam uma vida melhor - à razão de 36 emigrantes por dia, só considerando as saídas formais e legais. No plano interno, os que desfrutavam do poder estão abandonando um governo à deriva, numa demonstração de esperteza e covardia, com olhos nas eleições do ano que vem. O PMDB, que deu ministros a Sarney, Itamar, Fernando Henrique e o Vice de Lula e de Dilma, e também governou nessas últimas décadas, agora ensaia uma retirada, percebendo o fracasso de que é sócio. O partido, aparentemente saciado, se motiva pela eleição municipal do ano que vem. Teria que permanecer governo, assumindo seus compromissos, suas responsabilidades.
E o eleitor, que elegeu essa gente toda, vai purgar seu voto, para aprender que votar é mais importante que time de futebol e gera sérias consequências para todos. Aliás, por falar em futebol, o esporte nacional com mais público, revelou um barômetro, na meca do rodeio, Barretos. Num show no Parque do Peão, madrugada de domingo último, ergueram-se em uníssono as 40 mil vozes das arquibancadas, de gente nervosa como touros antes de entrar na arena. O coro condenava Lula e Dilma com palavras de ordem que não ouso repetir. Um barômetro prevendo tempestade.
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