sexta-feira, 5 de junho de 2015

Stuhlberger vê alta brutal de imposto, Brasília ‘em negação’

Segurem suas carteiras. Vem aí uma brutal alta de impostos.Luis Stuhlberger
Em uma entrevista às Páginas Amarelas de VEJA que chega às bancas nesta sexta-feira, Luis Stuhlberger, o gestor de investimentos mais respeitado do Brasil, tem más notícias para quem acredita que as coisas vão melhorar em breve, só por causa de Joaquim Levy.
“O que vai acontecer é o que ocorre no Brasil desde a Constituição de 1988: aumentos de impostos,”, diz o gestor do fundo Verde. “Posso garantir que haverá alta não só neste ano, mas também no próximo, no próximo e no próximo.”
A entrevista é uma aula de economia que lembra o Inferno de Dante, pois exige que o leitor ‘deixe aqui toda a sua esperança, ó vós que entrais.’
Com o ajuste fiscal este ano, será que o PIB volta a crescer em 2016? Esqueça.
“Desde o semestre passado, entramos com força num período de baixo crescimento, que não chegará ao fim em 2016, nem em 2017 e talvez nem mesmo em 2018,” diz Stuhlberger.
O diagnóstico de Stuhlberger tem um peso particular porque ele critica a vulnerabilidade do modelo econômico brasileiro há pelo menos cinco anos, e é conhecido por monitorar os humores da economia real junto empresários e grandes executivos — muitos dos quais, investidores em seu fundo.
“Os deputados e senadores sabem que a situação é crítica, mas não querem arcar com o desgaste do corte,” diz. “O Congresso e o Executivo estão em estado de negação. Se tudo o mais falhar, eles acham que se pode aumentar mais ainda os impostos.”
Stuhlberger diz que o País não vai quebrar ‘como no passado’, mas que vai viver num ‘equilíbrio vicioso.’
“O cenário virtuoso seria o aumento da produtividade, com reformas e inflação baixa. Mas como não existe nem debate, nem liderança, nem espírito patriótico para fazer esse tipo de reforma, só resta fazer remendos. Enquanto isso a economia vai sendo sucateada, como um transatlântico, afundando lentamente.”
A entrevista também traz uma ‘dica de investimento’ de Stuhlberger: ele não compraria ações da Petrobras.
“Um dos meus princípios é fugir de estatais. Por uma questão básica: elas não visam ao lucro. Por que vou investir em uma empresa cujo objetivo é servir o Estado?”
Nesta sexta, em VEJA.
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Por Geraldo Samor

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