Os teólogos
há muito o notaram: a esperança é o fruto da paciência. Deveríamos acrescentar:
e da modéstia. O orgulhoso não tem tempo de esperar... Sem querer nem poder
estar à espera, força os acontecimentos, como força a sua natureza; amargo,
corrompido, quando esgota as suas revoltas, abdica: para ele, não há qualquer
forma intermédia. É inegável que é lúcido; mas não esqueçamos que a lucidez é
própria daqueles que, por incapacidade de amar, se dessolidarizam tanto dos
outros como de si próprios.
Emil
Cioran, in 'A Tentação de Existir'
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