domingo, 14 de junho de 2015

ARTIGO, LUÍS MILMAN - BAJULAÇÃO, IMPRENSA E CONFESSIONALISMO



No ambiente jornalístico, a presença dominante dos comunistas é incontestável há décadas. Os jornalistas sempre estiveram próximos do esquerdismo. Não digo, hoje, como militância aberta, mas no plano da adesão intelectual e da adoção bajuladora e servil de um argumento da autoridade moral petista, que é um partido da esquerda confessional. Desta, que faz de Marx, Engels e seus continuadores, pensadores infalíveis. Em idioma vicário, o comunismo transmutou-se em progressismo, depois do colapso da União Soviética. Essa presença não é ativista, o que não significa dizer que não seja muito ativa.

Ela explica o apoio com que contam, nas redações jornalísticas, todas as posições esquerdistas em temas sociais controversos, como a liberação do consumo de maconha, a descriminalização do aborto, a proibição do uso de armas, a manutenção da maioridade penal em 18 anos e a tentativa de criar crimes diferenciados contra homossexuais. E isto em que pese a rejeição destas posições pela maioria da sociedade, como as pesquisas de opinião não cansam de apontar.

Darei três exemplos: na mídia circulante, o ex-tupamaro Mujica - e isto é uma forte credencial- tornou-se um estadista porque liberou a maconha no Uruguai. Chomsky é o teórico mais influente do mundo porque acusa os EUA dos mais abjetos crimes. Benjamin Netaniahu é um obstáculo à paz porque lidera a radical direita israelense. Tudo isto é risível. Mujica é um marxista incurável; Chomsky, um mentiroso cínico e compulsivo, e Netaniahu um político de direita, sim, mas prudente. Pode parecer paradoxal que a sociedade se expresse de um modo conservador e a imprensa, no pólo contrário, dessa forma sistematicamente "progressista".

É claro que existe, na chamada mídia, uma trincheira heroica, daqueles que desafiam essa quase unanimidade. No entanto, o consenso vermelho é policiado selvagemente por lideranças políticas delirantes e por uma legião de blogueiros e twiteiros da linha justa. Se apenas com ele não se pode impedir que escândalos sejam noticiados, então que se aperte ainda mais a corda nos pescoços dos bajuladores, para que aquilo que já está péssimo não desande. Não é por acaso que Lula sai por aí, enquanto o país afunda numa crise moral, política e econômica patrocinada pelo petismo, a uivar que a mídia quer destruir o PT. Muito menos que os petistas, que se lambuzaram na corrupção do Mensalão e do Petrolão, dizem que toda essa podridão não passa de uma construção da mídia reacionária. Eles sabem, é certo, que a companheirada que os ampara nas redações pode muito. Mas muitos de nós sabemos que não pode tudo.

Do blog do Políbio Braga

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