sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Instituto Ordem Livre- Empregos de verdade geram riqueza

Por meros US$787 bilhões, o presidente Obama prometeu “salvar ou gerar” 3.5 milhões de empregos. Dá apenas US$224.857 e uns trocados por emprego! (Se eu ainda tiver o meu emprego no ano que vem, será que ele vai levar o crédito por salvá-lo?)
Mas espere aí. 3.5 milhões de empregos, só? Por que tão poucos? Até parece que criar empregos é difícil.
O Egito construiu mais de 100 pirâmides em algum momento do terceiro milênio A.C. para guardar os corpos dos faraós e de seus parentes e amigos. Pense só em todos os empregos que esse projeto gerou. Aposto que a taxa de desemprego ficaria muito bem na campanha de reeleição de qualquer faraó - se ele precisasse se eleger, é claro. A construção de pirâmidaes é uma obra pública de primeira.
Pirâmides, terremotos, guerras
A importância econômica destes não foi ignorada por aquele grande defensor do pleno emprego por meio de obras públicas, John Maynard Keynes. O economista inglês, tão na moda hoje em dia, escreveu famosas palavras na Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (1936): “A construção de pirâmides, os terremotos e mesmo as guerras servem para aumentar a riqueza”.
De fato, as pirâmides são até mellhores do que os projetos governamentais comuns. Disse Keynes: “Duas pirâmides... são duas vezes melhores do que uma; mas não duas ferrovias de Londres a York”.
O sucesso do antigo Egito tem muitas aplicações hoje em dia. Poderíamos ter o pleno emprego do dia para a noite se o governo simplesmente proibisse as máquinas. A taxa de desemprego [nos EUA] de 8% simplesmente desapareceria.
Novamente vemos uma defesa disso na Teoria geral de Keynes: “Cavar buracos no chão, pagando com nossa poupança, aumentará não apenas o emprego mas o dividendo nacional real de bens e serviços úteis”.
O segundo exemplo é Franklin Delano Roosevelt. Não me refiro a seus projetos governamentais, como os Civilian Conservation Corps. Estou falando de sua mais séria ação para a criação de empregos: o recrutamento militar.
Se não se pode empregá-los, é preciso recrutá-los
Em setembro de 1940, Roosevelt assinou o Selective Service Act [“Lei do serviço seletivo”], que ordenava todos os homens de 21 a 35 anos a alistar-se para o serviço militar. “Das 16 milhões de pessoas que serviram nas forças armadas em algum momento durante a guerra, 10 milhões foram obrigadas a servir, e muitos dos que se voluntariaram só queriam evitar o alistamento obrigatório...”, como escreve Robert Higgs em Depression, War and Cold War.
O alistamento obrigatório marcou o início do fim dos dois dígitos na taxa de desemprego que assolava os EUA há uma década. Dois anos antes, o secretário do tesouro de Roosevelt, Henry Morgenthau, lamentava: “Depois de oito anos deste governo, temos tanto desemprego quanto no início”. O alistamento obrigatório era a resposta que eles buscaram todo aquele tempo.
Assim, não é difícil para o governo gerar empregos. O que é difícil para o governo é gerar empregos que produzam riqueza. Pirâmides, buracos no chão e guerras não produzem riqueza. Eles destróem riqueza. Eles tomam recursos valiosos e os convertem em algo menos valioso.
Em vez de iPods, grandes obras de arte, curas para doenças e máquinas que fazem trabalhos que dão dor nas costas, temos algo equivalente a cavar buracos e tapá-los.
Com o plano de “estímulo” do presidente Obama, serão gerados empregos para climatizar edifícios, construir escolas e turbinas eólicas, e reparar pontes e estradas. Mas, fora do processo do mercado, não há como saber se estes usos de capital escasso são melhores do que qualquer coisa que seria produzida se o capital ficasse com a economia privada.
Como os serviços governamentais são pagos com impostos compulsórios, não têm preço de mercado. Mas sem preços de mercado, não temos como saber qual importância pessoas livres dariam a estes serviços versus outras coisas que desejam.
Assim, apesar de vermos os governo dando trabalho às pessoas e até algumas escolas e pontes novas, não teremos como saber quanta riqueza perdemos porque recursos escassos foram mal alocados pelos políticos.
No entanto, podemos ter certeza de que todos teremos perdido. Se os projetos governamentais realmente valessem a pena, seriam realizados por esforços privados, e, em sua busca por lucros, os empreendedores os tratariam com mais eficiência.
Lembrem-se disso quando o presidente Obama começar a se gabar do sucesso de seu plano de estímulo.
John Stossel é jornalista e apresentador do programa Stossel. Stossel é autor do livro "Myth, Lies, and Downright Stupidity".
* Publicado originalmente em 28/05/2009.

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