Do site de VEJA
Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em Recife, no dia 10 de agosto de 1965 — ele completou 49 anos no último domingo. Era filho do poeta e cronista Maximiano Campos e de Ana Arraes, que atualmente é ministra do Tribunal de Contas da União. Neto de Miguel Arraes (1916-2005), era considerado o herdeiro político do três vezes ex-governador de Pernambuco e importante líder da oposição ao regime militar no exílio.
Campos deixa a mulher, Renata, e cinco filhos: Maria Eduarda, de 21 anos, João, 19, Pedro, 17, e José, 8 — o caçula, Miguel, nasceu em janeiro e foi diagnosticado com síndrome de Down.
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Reportagens sobre Eduardo Campos
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A militância política de Campos começou ainda na universidade, como presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Pernambuco. Ele se graduou em economia em 1985, aos 20 anos.
No ano seguinte, se envolveu na campanha eleitoral que reconduziu Arraes ao governo de Pernambuco [Arraes havia sido eleito pela primeira vez em 1962, mas foi cassado, preso pelo regime militar na Ilha de Fernando de Noronha e posteriormente seguiu para o exílio na Argélia, de onde só retornou após a anistia, em 1979].
Após a vitória do avô, então filiado ao PMDB, assumiu o posto de chefe de gabinete. No governo, encabeçou a criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste — no governo Lula, ele ocuparia o ministério da Ciência e Tecnologia.
A filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) ocorreu em 1990. Pela legenda, Campos conquistaria o primeiro mandato eletivo, como deputado estadual. Quatro anos depois, seria eleito para uma cadeira como deputado federal, com 133.000 votos.
Em 1995, voltou a Pernambuco para exercer os cargos de secretário do Governo e da Fazenda. Em 1998 e 2002, foi reeleito deputado federal. Foi apontado por avaliação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) como um dos cem parlamentares mais influentes do Congresso por três anos consecutivos.
A partir de 2003, Campos se tornou um dos articuladores do governo Lula no Congresso. Na administração do petista, assumiu o ministério da Ciência e Tecnologia. Em 2005, passou a chefiar a presidência nacional do PSB e, no ano seguinte, candidatou-se ao governo de Pernambuco. Foi eleito e, em 2010, reeleito para o cargo com 82,83% dos votos válidos.
O distanciamento de Lula começou nas eleições municipais de 2012, quando candidatos do PSB enfrentaram adversários do PT em capitais e outras cidades importantes do país.
Pouco antes do pleito, Campos sinalizou que pretendia desgrudar sua legenda dos petistas. “Sempre tivemos uma relação com o PT muito correta. Nunca nos sujeitamos a ser sublegenda do PT ou partido satélite. Sempre respeitamos muito o PT, mas temos nossa identidade, opiniões e divergências”, disse.
Em setembro de 2013, o PSB oficializou sua saída da base de apoiodo governo federal.
A decisão vinha sendo discutida intensamente pelos peessedebistas desde que estouraram os protestos de junho. “Naquela oportunidade, houve a proposta de entregarmos os cargos para começarmos uma reforma ministerial, inclusive com a redução de ministérios. Mas nós argumentamos que não poderíamos fazer isso com a presidente Dilma em um momento delicado”, disse Campos ao anunciar o rompimento com o governo.
Os líderes da legenda reclamavam que integrantes do governo Dilma tentavam minar a virtual candidatura de Campos.
Em outubro de 2013, Campos anunciou a aliança com a Rede Sustentabilidade, comandada pela ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Foi o pontapé inicial para a formação da chapa presidencial encabeçada por Campos, que seria oficializada em junho deste ano. Em abril, ele havia se desvinculado do governo para disputar a eleição.
Na última pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope na quinta-feira da semana passada, Campos tinha 9% da preferência dos eleitores. Dilma liderava, com 38%, e Aécio Neves, do PSDB, tinha 23%. Em campanha, prometia criar um fundo federal para a segurança pública, ampliar a isenção do IR, promover uma reforma tributária, entre outras medidas. Uma delas era extremamente arrojada para alguém de um Partido Socialista: tornar, por lei, independente o Banco Central.
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