quarta-feira, 13 de agosto de 2014

“O Brasil não pode continuar atrelado ao atraso”, diz Rubens Barbosa

A política externa do PT virou uma piada de mau gosto. O leitor pode achar que isso não tem tanta importância, mas estaria redondamente enganado. As trapalhadas ideológicas de nossa diplomacia têm causado enorme estrago em nossa economia, o que se traduz em menos riqueza e empregos no fim do dia. A partidarização do Itamaraty, portanto, é da maior importância para o brasileiro médio, mesmo que ele não tenha a menor paciência para as notícias ligadas ao tema.
Em sua coluna de hoje, Rubens Barbosa mostra, com alguns exemplos bem recentes, como o Mercosul se transformou em um palco de bravatas dos bolivarianos, sem nenhuma preocupação legítima com o impacto de suas medidas na economia dos respectivos países membros. Hugo Chávez e Nestor Kirchner, por exemplo, foram declarados cidadãos ilustres do Mercosul, uma decisão realmente crucial para o avanço de nossas economias.
Por outro lado, nada sobre acordos bilaterais de livre c0mércio, que poderiam efetivamente ajudar bastante na criação de empregos e riqueza. O Brasil tinha levado uma proposta para antecipar a formação de área de livre comércio com a Colômbia e o Peru que sequer chegou a ser examinada, mostrando a fraqueza do nosso país dentro do bloco que, supostamente, deveria liderar. Barbosa conclui:
Olhando apenas para o estrito interesse brasileiro, a política passiva e reativa em relação ao grupo regional tem de ser revista. A redução da influência ideológica nas decisões e a flexibilização de algumas regras estão entre as mudanças que o Brasil deveria buscar a partir de 2015, com o objetivo de facilitar as negociações comerciais com países que possam ampliar o mercado para as exportações do grupo e permitir acesso a tecnologias e inovações para as empresas brasileiras. O Brasil não pode continuar atrelado ao atraso.
São palavras contundentes mesmo para o perfil moderado da diplomacia. O embaixador sabe do peso que elas têm, mas não pode se esquivar da dura realidade: sob o PT, o Itamaraty casou com o atraso, com o que há de pior mundo afora. E fez isso por questões ideológicas, abandonando qualquer resquício de foco no “interesse nacional”.
De forma ainda mais contundente disse a mesma coisa, em essência, o diplomata Paulo Roberto de Almeida em seu livro Nunca antes na diplomacia…, cujo prefácio é assinado justamente por Rubens Barbosa:
Ocorreu, de fato, como nunca antes na história do Itamaraty, uma ruptura com teses, orientações e métodos de trabalho que eram os seus desde provavelmente o início da diplomacia do Brasil independente, com a aceitação a priori de uma série de “teses” e de posturas fortemente comprometidas com a visão esquerdista – ou cubana – da política externa do Brasil.
Isso tudo precisa ser revertido urgentemente, ou vamos caminhar cada vez mais de mãos dadas com o que existe de mais atrasado no mundo. Rubens Barbosa, para quem não sabe, é assessor próximo de Aécio Neves…
Rodrigo Constantino

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