Uma pequena
luz surgiu e ele começou a ter consciência de si. Perguntas fazia sem ter noção de como aprendeu
a fazê-las... Quem sou eu? Que lugar é este? O que estou fazendo aqui? O que é
mãe? Onde está a minha mãe? Tenho pai? Quem é o meu pai? Tenho um nome? Qual
será o meu nome? Apertado dentro da casa queria sair correndo, mas como correr
se não tinha pernas, se estava dominado por cordas? Sentiu um pulsar de um
coração, bem próximo, alguém o tirando do sufoco da casa, deixando-o menos
apertado e sufocado. Viajou pelo ar e quedou-se dentro de um enorme lugar
escuro, de cheiro um pouco azedo e viu que lá existiam outros como ele, mas
silenciosos, não faziam qualquer movimento ou barulho. Na escuridão fazia mais
perguntas , queria saber...Que cheiro é esse? Por que ninguém fala comigo? Deus
existe? Por que este lugar é tão abafado? Quem é Madona? Estou desesperado,
quero sair daqui! Impostos, o que são impostos? Jesus, cadê Jesus? Serei
ateu? Por que tenho quatro furos no
peito? As perguntas não cessavam e acabaram irritando um zíper de calça jeans
que também estava no mesmo cesto de roupa suja. O zíper foi duro: ‘Cale-se
imbecil! Você é apenas um botão de quatro furos que agora raciocina, vivendo
sua vidinha miserável numa camisa de flanela xadrez! Basta!’
domingo, 18 de junho de 2017
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