segunda-feira, 13 de março de 2017

INFARTO DO MIOCÁRDIO

Borda do Cafundó, três mil almas. No dia 15 de outubro de 2010 nasceu o primeiro filho de Jurema e Deodato. Ele escolheu o nome do menino; nome este que não saiu da sua cabeça deste que ouviu alguém falar no hospital da capital quando o pai estava lá internado: ‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’. -Como?- Perguntou perplexo o tabelião Amadeu. -‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’. -‘Infarto do Miocárdio’ não pode seu Deodato! -Não pode, não pode por que seu Amadeu? -Porque não é nome de gente, é um mal que acomete o coração! -Não me interessa se é ou não é, é diferente, soa bem e eu quero! -Mas seu Deodato, onde já se viu? Pobre do menino! -Vai ver está com ciúme! Faça filho e meta nele o nome que quiser! O meu filho será ‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’ e o apelido dele será ‘Infartinho do Deodato’! O tabelião andou de lá para demovê-lo da ideia e nada de conseguir. A tarde já findava e o Deodato não arredava o pé. E quando viu que o tabelião não iria mesmo registrar o Miocárdio não teve outra saída senão sacar da peixeira e do trinta e oito, que são dois tipos de muita argumentação. O menino foi registrado e seu Amadeu ganhou mais um afilhado.

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