domingo, 15 de janeiro de 2017
FUJÃO
Há anos Herneus anos era proprietário de funerária, na verdade herança do pai. Ele também era responsável por embelezar os mortos. Maquiava os corpos com estilo, deixando o morto com aparência de quase vivo; sem dúvida um artista dos cadáveres. Mas há acontecimentos inusitados mesmo para quem lida com gente que não berra. Estava ele na sala de ajustes maquiando um velho defunto que acabara de chegar, quando foi chamado ao telefone na outra sala. Quanto voltou minutos depois para dar continuidade ao trabalho, o defunto havia sumido. Entrou em contato com a família do dito para informá-los do ocorrido e chamou a polícia. Uma confusão sem tamanho, ninguém conseguia explicar o sumiço do corpo. A família, em vez de se preocupar com o morto fujão, falava em processar o dono da funerária por negligência. Mas quem iria roubar um defunto, ou, como um morto poderia fugir? Correndo? Voando?
Horas depois tudo foi esclarecido: o hospital da cidade informara à polícia que cometera um engano: o defunto verdadeiro ainda estava no hospital aguardando para ser retirado. O que eles haviam mandado era um pobre homem anestesiado que aguardava por cirurgia. Que por sinal fora visto correndo pelado pelo interior do município.
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