terça-feira, 1 de novembro de 2016

FUMANTE

Breno tinha ojeriza de cigarro. Ninguém podia fumar dentro e nem fora de sua casa, dentro do seu carro ou perto dele, mesmo se estivesse na rua. Na sua empresa não contratava fumantes, não os queria por perto. Caso visse um fumante na mesma calçada, atravessava. Mas o destino às vezes é cruel, pois o mimo de Breno, filha única, seu dengo, sua paixão, filha amada adorada da qual fazia toda e qualquer coisa para agradar, apaixonou-se por um fumante inveterado. Então agora vemos Breno, o detestador de fumantes, no meio da fumaça da sala, deixando sempre limpo o cinzeiro do futuro genro e o seu, afinal nada melhor que um cigarrinho para acalmar os nervos.

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