O ATAQUE DOS DEMÔNIOS
O anjo
revoltoso de tantos nomes saiu do inferno juntamente com seus partidários para
fazer barbaridades sem fim. Chegaram às
areias do deserto voando com suas asas peludas e fedorentas justamente num dia
festivo. Pousaram dentro do enorme palácio Universal Dourado, construído no
deserto para grandes orgias pelo soberano Mohamed, filho do grande Parduan
Mohamed, que raios o partam; também era filho do não menos grande safado,
sultão Hedir Mohamed, conhecido pelas vizinhanças como o rei das bronhas.
Ocorria no momento a maior das sacanagens, e o soberano e a sua corte bebiam
com suas mulheres, estando elas em pelo quando foram interrompidos pela chegada
dos estranhos que, vendo tanta fartura, cresceram seus olhos e tiveram
involuntárias ereções.Os mais assanhadinhos babavam tanto que um córrego de
baba se formou nas areias palacianas.Porém engana-se quem pensa que chegaram
mostrando armas: apresentaram-se como carneirinhos de faces angelicais, nada
temíveis.Uns rezavam, outros entoavam cânticos de louvor.Diziam-se viajantes de
uma terra distante e que ali estavam para negócios com camelos.Mediante uma
certa quantia em ouro, pois o grande Mohamed era um mão –de- vaca daqueles,
conseguiram autorização para fazer uma parada.Foram aos poucos conquistando a
confiança do soberano e dos súditos. Presentinho pra lá, presentinho pra cá,
uma verdadeira orgia de escritório. Eram capazes de mágicas espetaculares e não
faltavam bebidas e diversas iguarias. Com tantos poderes maléficos adquiridos
quando estavam ainda na esfera infernal, principalmente nas especiais artes das
intrigas palacianas, ensinadas lá com muita qualidade por políticos, advogados,
bispos, padres e pastores que fazem muitas horas no inferno dando produtivas
aulas.Fizeram pois suas artimanhas, e aconteceu que os homens em pouco tempo
desconfiassem um dos outros e se engalfinhassem em duelos mortais.Usaram as
mulheres com ambições desmedidas para terminar com a pouca ordem que ali
existia.O caos promovido pelos diabos foi enorme.Aos poucos os malvadinhos
tomaram conta de tudo, e passaram a usar não somente a forma humana para
enganar os mais ingênuos e tolos membros da elite palaciana.Ansiosos para
demonstrar suas habilidades transformaram-se em cães e lobisomens; outros em
borboletas e colibris.Nesse rolo todo estava Asmodeus, organizando a partir de
então o maior festival anual de sacanagens da época.Ninguém, mas ninguém mesmo
era dono da própria retaguarda. Asda, a piranha preferida do soberano, cooptada
por Belzebu, usou sua língua poderosa para espalhar um arsenal de maldades sem
precedentes na história do mundo.Até mesmo a própria irmã foi por ela
caluniada.Em semanas capetas tomaram conta do palácio, sendo os donos do
inferno e suas alegres mulheres também os donos da situação.Lubrichaia,mulher
de peitos enormes e bunda empinada deu conta tranquilamente de Diangras e
Zarapelho, após ter jogado seu paciente marido Osmod num poço ornado de
serpentes peçonhentas.Dhasla, a negra reluzente deslizou dias pelos corredores
levando alguns diabinhos acorrentados, que usou alegremente para eliminar seus
inimigos palacianos.Dhilas, a mais bela das feras, açoitou rindo seu servo
Romerdo por trinta dias, acabando completamente com o couro do pobre.O sangue
manchou o chão do palácio e o murmúrio do vento não isolava do mundo o grito
dos sofredores aprisionados.Tabhita, a pervertida, encontrou em Pan o
companheiro ideal para noitadas sem fim.Somente descansou quando teve nas mãos
a pele do pênis do amante, feito pedaço de trapo após tanto uso.Com todos os
homens do palácio eliminados, inclusive o soberano Mohamed, corria pelos
corredores as conversas a boca pequena de quem seria o líder que comandaria os
caídos.Lubrichaia já havia chamado Asda para uma conversa.
-Precisamos
nos unir para que tenhamos mais força. Está chegando o dia em que alguém vai
querer comandar nosso grupo por aqui.Precisamos unir Diangras e Zarapelho com
Belzebu; nós, estando unidas, não deixaremos que outras assumam o comando.Vamos
nos organizar por aqui e depois partiremos para novas conquistas.O mundo é nosso,
está aí para que tomemos posse dele - disse Lubrichaia.
Asda
concordou prontamente e decidiram que o primeiro passo seria contra Asmodeus e
sua mulher Belenot.Mas...
Antes do
cair daquela noite chegou um viajante inesperado chegou ao palácio de Mohamed
perguntando por ele. Era o coxo Rasput, mas feio e enrugado que saco de velho,
que passava por ali todos os anos vendendo charque de buchada de camelo.Achou
estranho não encontrar Mohamed e tampouco nenhum dos antigos conhecidos, apenas
suas belas mulheres.Disseram-lhe que tinham saído para caçar leões e outras
feras.Rasput era coxo, mas não ingênuo, e logo percebeu que havia alguma coisa
errada acontecendo.Disfarçou um pouco sua desconfiança e antes do dia amanhecer
fugiu rastejando para fora do palácio, mesmo enchendo a boca de areia e
deixando seus camelos carregados para trás.Foi ainda perseguido por Nicodemos
Mão-de-Sangue, fiel capanga de Belzebu, mas como estava uma noite sem luar não
foi localizado nas areias do deserto.Nicodemos não teve sorte e acabou morto
pela picada de um escorpião Red Back.Conseguiu chegar ao oásis do grande líder
das areias do deserto, Klokan, e relatou para ele os acontecimentos estranhos e
o fato de não haver encontrado o soberano. Moham Klokan ficou por alguns
minutos coçando sua enorme barba carregada de piolhos e pensando em quem seriam
os estranhos que estavam no palácio do amigo.
- Mas você
tem certeza de que de que Mohamed não está em lugar algum daquele
palácio?-perguntou Klokan.
- Acho sim
que Mohamed não está mais entre nós. Vi suas mulheres andando nuas pelo palácio
com homens estranhos - respondeu Rasput.Klokan lembrou doa velhos tempos em que
participava das festas de Mohamed, inclusive uma especial lembrança de certa
formosura turca que tinha mel na vagina.
Klokan
chamou então Maremor, o espião invisível para fazer uma visita escondida ao
palácio. Antes de tomar qualquer atitude, queria saber quem eram os forasteiros
que tomaram o palácio e quais suas intenções.Quando a noite começava a cair,
Maremor saiu de sua tenda em direção ao deserto.Após andar de camelo algumas
horas e ter o rego assado, estava ele próximo ao castelo donde ouviu altos
gemidos carregados de lascívia.Uma velha entrada secreta ao castelo há muito
não era utilizada seria seu caminho de entrada no palácio.Removeu uns arbustos
e da solidão das areias entrou no túnel que saía nos aposentos do guardião
primeiro, Raduan.Na história das grandes e poderosas famílias das areias
escaldantes, o guardião primeiro sempre fora o principal homem de confiança dos
reis e príncipes, e não menos das rainhas e princesas carregadas de grande
energia.Dotado de força e destreza descomunal, também atendia com total
dedicação os dengos das mulheres palacianas.Ao entrar nos aposentos do
guardião, Maremor ouviu alguns gemidos femininos: Raduan estava de carícias com
Asda, a preferida de Belzebu.Maremor deslizou por entre cortinas de seda e
ficou observando os acontecimentos.Raduan forte e destemido respeitava, mas não
tinha medo de Belzebu e de nenhum capeta, e se aproveitava bem da carne macia
de Asda.Quando o amante estava sobre ela iniciando o coito, foi surpreendido
por uma ferroada de um escorpião venenoso, levado até suas costas pelas mãos
invisíveis de Belzebu. Maremor ainda gritou: cuidado Raduan, suas costas!Raduan
apanhou o escorpião e enraivecido levou-o a boca destroçando o bicho com os
dentes. Sentiu na boca ainda o gosto nojento do restante do veneno. Urinou
rapidamente numa velha caneca e lavou a picada com sua própria urina.As dores
logo se acalmaram e ele pode pensar com clareza. Nisso Belzebu entrou no quarto e lançou labaredas contra o
rival, que mesmo atordoado e sapecado, conseguiu rapidamente erguer uma grande
mesa e desviou o fogo poderoso.A bela e formosa Asda,
tomada de paixão repentina por Raduan, que observava a luta sem tomar partido,
resolveu ir para o lado do seu amor; por certo não achou uma boa idéia morar no
inferno; tomou então nas mãos um frasco de água benta que tinha recebido de sua
avó cubana católica fervorosa, e derramou-o sobre a cabeça do pavoroso, que se
desmanchou no mesmo momento.Um grande estrondo foi ouvido e um clarão vermelho
cegou a todos no palácio.Capetas abriram suas asas fedorentas e voaram pelos
céus.Urravam como grandes felinos, soltando fogo pelas narinas.Quando um demônio
é evaporado por água benta jamais poderá voltar a terra; então deveriam dar
explicações aos superiores infernais.Todos os diabinhos voltaram ao inferno
para tomarem suas novas ordens.Diante do presidente do conselho infernal e do
diabo-mor, os maléficos jogaram pedras uns nos outros.Enquanto isso Raduan mais
do que depressa montou seu harém e convidou Maremor para juntar-se a ele. Maremor vendo tantas formosuras decidiu entrar
para o grupo, deixando de lado seu chefe Klokan.Raduan fez seus contatos e arrumou
um pequeno exército para defender seu harém.Porém eles não contavam que os
conselho mandasse imediatamente dois diabos para vingar o ataque a Belzebu.Os
escolhidos foram Pluto e Set, com a missão de destruir a todos que colaboraram com Raduan.Armados de todas as ferramentas
disponíveis no inferno, saíram eles para cumprir sua missão.Mas nas câmaras
infernais também reinava uma inveja desgraçada e alguns diabinhos não gostaram
da escolha, entre eles Temba e Yaotzin.Emboscaram Pluto e Set no desfiladeiro
maldito, jogando sobre eles uma mistura de pó-de-mico com folha de palmeira
abençoada na semana santa.Houve uma troca de labaredas e maldições, além do
coça-coça.Mas não valeram suas artimanhas e foram devolvidos ao inferno,
arrastados pelo saco como é de praxe no estranho mundo dos diabos.Suas penas
foram de mil dias mergulhados em tonéis de vinagre.Pluto e Set chegaram então
ao palácio como cobras, escondidos pelos cantos imundos.Rastejando pelo piso
gelado do palácio, às vezes tropeçavam em bosta de cachorro, bosta de bichanos
e diabolicamente irados gemiam de raiva. Os capetas foram acumulando
informações sobre tudo e todos. Matariam todos e voltariam ao inferno para
receber condecorações.Enquanto isso no seu grande oásis, Klokan estava beiçudo
e enciumando por perder Maremor, e mais ainda por estar nas mãos dele tantas
mulheres formosas.Pensava numa maneira de entrar no palácio e se apoderar de
tudo.Asda, que fora amante e depois traidora de Belzebu foi à escolhida para
ser a primeira das vítimas da dupla Pluto e Set. Quando tomava seu banho de
espuma e de rosas africanas, cantando feliz na sua banheira de mármore, foi
atacada com uma mistura feito de sangue de morcego gay misturado ao pó de
Cimentolik.Surpresa com o rápido ataque, não pode reagir.Jogada a mistura na
água de banho, em segundos Asda torno-se uma bela estátua de jardim.Seu
corpinho antes moreno agora cinza, totalmente endurecido foi encontrado por
Belenot, que apavorada correu para chamar Raduan.Os capetas enquanto isso se
transformaram em pulgas e foram dormir no lombo de um pobre cachorro que
perambulava por ali.Raduan e Maremor chegaram juntos da estátua de Asda, vendo
toda sua beleza petrificada.Quase enlouquecido de ira, Raduan apanhou o pobre
cachorro que por ali andava e o jogou no
forno de fundição.Pluto e Set finalmente fodidos e torrados.Nisso foi
anunciado nos portões a chegada de Klokan e sua comitiva.Vinham para tratar de
resolver os atritos antes que acontecesse uma guerra entre eles.Klokan já
estava um pouco passado e queria sossego junto de muitas mulheres; sinceramente
algo difícil de conseguir.Pelo lado dos capetas, após a destruição de Pluto e
Set houve uma nova conferência e ficou determinado que o melhor era deixar os
homens de lado e farrear no inferno,pois os humanos estavam cada vez mais
parecidos com eles. Ainda mais que o grande capeta soube que Kembo, o
destruidor de demônios estava bem próximo de chegar ao castelo. Entre muitas
conversas Raduam, Maremor e Klokan dividiram as mulheres, inclusive as feias e
banguelas, pois todas queriam entrar para o rodo.O castelo foi dividido em três
partes e todos viveram felizes por um curto espaço de tempo até que...
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