A PIOR TEMPESTADE ESTAVA POR VIR
O céu ficou escuro e houve uma sensação de pânico geral. As nuvens ruidosas pareciam cair sobre as casas. Ventos enfurecidos revoltavam as melenas cobertas de poeira e faziam arder os olhos. Pequenos galhos e folhas já corriam pelas ruas sem lugar para ficar. Placas publicitárias de pernas fortes voavam como penas. As gentes fechavam suas casas, cães e gatos eram recolhidos para lugares abrigados. Apressei o passo para chegar logo em casa e fugir das nuvens ameaçadoras. Algumas lesmas pegaram carona em pneus de bicicletas, enquanto outras eram rápidas em seus patinetes. Entrei em casa a tempo de observar pela janela o mandatário- mor da cidade passar voando em sua cadeira de trabalho. A secretária sentada em seu colo fazia anotações e ajeitava os cabelos negros. Não muito distante dali a primeira-dama já sabendo do fato, visto por centenas de olhos comunitários, tirava do baú um chicote de três tentos e dava um lustro num cassetete de aroeira.
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“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
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