quinta-feira, 30 de junho de 2016
Alexandre Garcia- Mereça!
O Cristianismo ensina que Jesus deu seu corpo para salvar a humanidade. E prega que sejamos dignos do sacrifício de Cristo. O ensinamento contém um princípio: o de estejamos à altura dos que fizeram alguma coisa por nós. O sacrifício da própria vida por alguém é a mais elevada das doações que pode ser feita e também gera o maior compromisso que pode assumir o beneficiado. No premiado filme O Resgate do Soldado Ryan(Stephen Spielberg), o resgatado(Matt Damon), já idoso e acompanhado pela família, visita o túmulo de seu salvador, o Capitão John Miller(Tom Hanks), no cemitério da Normandia, para prestar contas de sua vida.
Na história, baleado mortalmente depois de resgatar o soldado, o Capitão sussura as últimas palavras para o Soldado Ryan: “Faça por merecer. Mereça.” Mereça o que fizemos por você. Mais de 40 anos depois, só diante da cruz do túmulo do Capitão, o Ryan idoso, com a família a observar à distância, presta contas: “Todos os dias penso no que você me disse naquele dia na ponte. Tentei viver a vida o melhor que pude. Acho que consegui e que, pelo menos a seus olhos, eu tenha honrado o que fizeram por mim.” A mulher de Ryan o chama e ele pede o testemunho dela: “Diga para ele que eu sou um homem bom”. Em 1977, o menino Adilson brincava no zoológico de Brasília e caiu no fosso das ariranhas que imediatamente o atacaram.
O sargento do Exército Silvio Hollembach saltou na água e salvou o menino. O sargento recebeu mais de cem ferimentos pelo corpo e morreu. Deu a vida pelo menino. Hoje Adilson tem 53 anos e foi diretor-financeiro do fundo de pensão dos Correios, o Postalis. Foi preso na sexta-feira por corrupção. Faz dez anos que vem sendo acusado por diversos atos ilícitos na direção de um dos maiores fundos do país. Nunca visitou a viúva do sargento, que precisou criar quatro filhos. Fico a imaginar Adilson diante do túmulo do sargento Hollembach, tendo que lhe prestar contas. “Não fui um homem bom. Não honrei o que você fez por mim”. Especulo como seria se cada político tivesse que prestar contas ao eleitor e contribuinte, pelo voto dado e pelos impostos pagos. Seriam os mandatários dignos dos votos que os nomearam e dos impostos que os sustentam? Fazem por merecer a reeleição? E especulo se o mandante pudesse sussurrar ao ouvido de seu mandatário: “Mereça!”.
E como perguntava seu Trajano
...E como perguntava seu Trajano, velho marinheiro octogenário, aposentado e já sem pernas, um olho furado, orelhas mordidas por piranhas do Amazonas, que morreu muito lúcido: “Para que servem os governantes além de cobrar impostos e nos roubar?”
Frases relativas
“O dinheiro não traz felicidade.”
“A velhice é a melhor idade.”
“Quem ama não mata.”
“Antes só que mal acompanhado.”
“Mãe só tem uma.”
Causa da gordura
“Fiquei assim gordo porque a minha mãe não usava talco na minha bunda, usava farinha de trigo e banha.” (Fofucho)
PODER SEM PUDOR
BENZETACIL CURA SUSTO

- Geraldo, com quem você está?...
- Com as Forças Armadas, meu coronel – mentiu.
- Não é isso, Geraldo. Eu quero saber em que laboratório você trabalha. Ando louco por uma amostra-grátis de Benzetacil...
UM ESPECIALISTA

- De batucada e galo de briga, eu entendo!
Diário do Poder
Cansei
Faz alguns anos discuti com um sujeito na fila de votação. Ele defendia não mais votar, todos farinha do mesmo saco. Eu, sempre acreditando, dizia que não, que deveríamos votar. Pois acho que o sujeito tinha razão.
DEU
Começa nos municípios, vai aos estados e governo federal. A cambada que vive da política não deseja mudar o país. Não há vontade e nem coragem. Sem reformas sérias não sairemos deste ciclo interminável, esperando um salvador que fará do Brasil um país moderno. Executivo, legislativo e judiciário, quanta podridão!
quarta-feira, 29 de junho de 2016
VIDA EM CUBA
“Antigamente em Cuba se você não estivesse doente ou estudando todo o resto era uma merda. Agora nem assim você escapa da merda.” (Cubaninho)
SUICIDA
SUICIDA
Desgostoso da vida Amauri não queria mais viver. Decidiu dar um fim à sua existência que achava totalmente sem graça. A forca foi o meio escolhido. Mas ele tinha um desejo: queria se enforcar com uma corda verde-limão. Saiu pela cidade à procura de tal corda. Procura daqui, procura dali e nada. Passou dois dias procurando nas lojas do ramo e não conseguiu encontrar. Pesquisou na internet mundo afora. Procurou por ainda vinte e oito dias. Por fim resolveu enforcar-se com uma corda rosa-pink. Enforcou-se. No fim ficou um enforcado bonito, mas meio fresco.
Desgostoso da vida Amauri não queria mais viver. Decidiu dar um fim à sua existência que achava totalmente sem graça. A forca foi o meio escolhido. Mas ele tinha um desejo: queria se enforcar com uma corda verde-limão. Saiu pela cidade à procura de tal corda. Procura daqui, procura dali e nada. Passou dois dias procurando nas lojas do ramo e não conseguiu encontrar. Pesquisou na internet mundo afora. Procurou por ainda vinte e oito dias. Por fim resolveu enforcar-se com uma corda rosa-pink. Enforcou-se. No fim ficou um enforcado bonito, mas meio fresco.
O CÃO E O HOMEM MAU
O CÃO E O HOMEM MAU
Janaína era uma boa mulher. Muito bela, honesta, cuidava com zelo da pequena casa. Só tinha olhos para o marido, Rufino, o marido, um bruto. Tinha um pequeno caminhão e fazia fretes pela cidade. Ciumento demais, seguidamente dava umas pancadas na boa mulher, sem motivo. Ela coitada, ignorava a Maria da Penha. Apanhava mais que bumbo no carnaval. Certo dia o maldito exagerou no espancamento e a pobre mulher morreu. O bandido enterrou o corpo no mato e espalhou que ela tinha ido embora com um rapagão do circo. Dias depois um caçador encontrou o corpo e Rufino foi preso. Na cadeia, curtindo um chá de grades, foi chamado a razão pelo cãozinho do carcereiro. - Então matou sua mulher covardemente, né bandido? Pessoa boa que não merecia. Você é mesmo um merda! -Sai pra lá, que cachorros não falam!-disse Rufino. O cão retrucou: -Falamos sim, mas só os burros é que nos entendem!
Janaína era uma boa mulher. Muito bela, honesta, cuidava com zelo da pequena casa. Só tinha olhos para o marido, Rufino, o marido, um bruto. Tinha um pequeno caminhão e fazia fretes pela cidade. Ciumento demais, seguidamente dava umas pancadas na boa mulher, sem motivo. Ela coitada, ignorava a Maria da Penha. Apanhava mais que bumbo no carnaval. Certo dia o maldito exagerou no espancamento e a pobre mulher morreu. O bandido enterrou o corpo no mato e espalhou que ela tinha ido embora com um rapagão do circo. Dias depois um caçador encontrou o corpo e Rufino foi preso. Na cadeia, curtindo um chá de grades, foi chamado a razão pelo cãozinho do carcereiro. - Então matou sua mulher covardemente, né bandido? Pessoa boa que não merecia. Você é mesmo um merda! -Sai pra lá, que cachorros não falam!-disse Rufino. O cão retrucou: -Falamos sim, mas só os burros é que nos entendem!
DIPSOMANÍACO
DIPSOMANÍACO
Havia na casa de campo da família
Trinta litros de aguardente
Durante os primeiros quinze dias do mês
Ficaram todos vazios
Os funcionários ficaram apavorados
Mas a patroa os tranquilizou
Dizendo que o patrão era dipsomaníaco
Ninguém entendeu nada
Porém eles ficaram com a certeza
De que tinham um patrão pinguço.
‘DESINVESTIMENTO’ APAVORA EMPRESÁRIOS DO RIO
O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Paulo Protásio, desembarca em Brasília nesta quarta (29), com uma ideia fixa: convencer o presidente Michel Temer a liderar esforços para melhorar a imagem do Brasil no exterior. Zika vírus, ladroagem da era PT e a mentira do “golpe” estão provocando o que os especialistas denominam de “desinvestimento” no País. A situação é mesmo grave.
IMAGEM NO LIXO O Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores para retomar o crescimento, mas, com imagem no lixo, isso é cada vez mais distante.
TEMOR DE SER ROUBADO Escândalos de corrupção, ainda que combatidos por operações como a Lava Jato, afugentam aqueles que temem pela sorte do seu dinheiro.
BYE BYE A perda do grau de investimento pelas maiores agência de rating do mundo foi decisiva para acelerar a debandada de investidores.
Cláudio Humberto
IMAGEM NO LIXO O Brasil precisa recuperar a confiança dos investidores para retomar o crescimento, mas, com imagem no lixo, isso é cada vez mais distante.
TEMOR DE SER ROUBADO Escândalos de corrupção, ainda que combatidos por operações como a Lava Jato, afugentam aqueles que temem pela sorte do seu dinheiro.
BYE BYE A perda do grau de investimento pelas maiores agência de rating do mundo foi decisiva para acelerar a debandada de investidores.
Cláudio Humberto
Porta de cadeia
Fábio Porchat, do Porta dos Fundos, foi contratado para animar a festa de aniversário de um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, Demarest Almeida.
A festa custou 200 mil reais. Bancados com a Lei Rouanet, segundo a PF.
Diz a Época:
“Uma auditoria da Receita Federal comprovou que o escritório deduziu do Imposto de Renda a quantia empenhada no projeto. Nesta terça-feira, policiais federais estiveram na sede do Demarest em São Paulo para cumprir mandado de busca e apreensão”.
O Antagonista
PROGRAMA BOLSA-FAMÍLIA- O popular saco de gatos.Mais gatos que sacos.
Pesquisei alguns nomes em Chapecó que recebem do programa. Está eivado de gente sã de lombo.
terça-feira, 28 de junho de 2016
Do Baú do Janer Cristaldo- segunda-feira, março 01, 2004 MEMÓRIAS DE UM EX-ESCRITOR (VI)
O choque anafilático ocorreu na primeira reunião que participei no Departamento de Língua e Literatura Vernáculas. Duas alunas, quartanistas de Letras, pediam ao Departamento um professor para explicar-lhes o que era sujeito e predicado, que até então elas desconheciam o que fosse. Perplexo, eu não conseguia acreditar no que estava ouvindo, nem como elas haviam sido admitidas na universidade. Pior ainda, estavam se formando e já praticamente habilitadas a exercer o magistério.
Nestas ocasiões, sempre costumo evocar o professor Hugo Brenner de Macedo, dos dias de ginásio em Dom Pedrito. Certa vez cortou dois pontos numa prova de geografia, só porque um aluno escreveu feichão. Fizesse isto em Florianópolis, talvez nem dez por cento de meus alunos da universidade chegassem ao final de um semestre. Ainda em geografia, lembro do professor Hugo: "isso aí de rios, lagos, montanhas e cidades, vocês olham nos livros, está tudo lá. Nós vamos falar do que realmente importa, a geografia econômica, o empenho das nações pelo seu abastecimento, as trocas e lutas geradas pela necessidade de comer". Acabou cassado pelos militares.
Apesar do dogma e do catecismo, impostos a martelo, o Patrocínio forneceu a seus alunos uma educação de elite. Sempre me sinto um pouco dividido ao falar dos padres que foram nossos mestres. Por um lado, eram europeus arrogantes, déspotas esclarecidos. Sentiam-se como seres de uma civilização superior trazendo luzes aos silvícolas. (Luzes de uma galáxia extinta, medieval, não as luzes da Europa moderna). Por outro, com eles aprendi línguas, tive janelas abertas para o mundo. Os livros que nos proibiam sempre constituíram indicações bibliográficas excelentes, garantia de boas leituras. Em Santa Catarina, tentei usar este recurso, por vezes desaconselhava vivamente um livro, com certa indignação, para ver se os alunos o liam. Lá na ilha, nem assim deu certo.
Ao defender tese em Paris, não pude deixar de evocar Maria Veiga Miranda, que me introduziu com carinho quase materno nas guturais do francês. Não terá sido por acaso que este clima pedritense produziu um dos mais ágeis poliglotas brasileiros, o Carlos Freire. Na penúltima vez que falei com o Freire, ele já dominava cerca de quarenta línguas, que iam do ioruba ao swahili, passando pelo russo e árabe, chinês e ucraniano. Nestes últimos anos, o professor gaúcho se dedicou a um empreendimento insólito em língua portuguesa e mesmo nas demais línguas, a tradução de sessenta poemas de sessenta idiomas diferentes. A antologia está pronta e espera editor.
Falava da Bíblia. Em umas férias no Upamaruty, me encerrei por uns três dias no quarto de nosso rancho, Bertrand Russel de um lado, a Bíblia de outro. Teria uns quinze anos. Meus pais achando que eu havia "treslido", como ocorreu com Don Alonso Quijana. Comia no próprio quarto. Só saía forçado por necessidades fisiológicas ou para cavalgar na madrugada, sob um céu crivado de estrelas, que ao homem urbano não é dado ver. Naquelas plagas, tal comportamento não era exatamente sinônimo de higidez mental. Cavalo é instrumento de trabalho, meio de transporte, não pretexto para desvarios metafísicos.
Ao final dos três dias, estava livre de Deus e de todo pacotaço ético que os padres carregam sob o sovaco. A Bíblia era um livro muito maior do que pretendiam os catecismos do Vaticano, sempre preocupados em controlar a vida sexual dos católicos, perversão papista que até hoje, às portas do novo milênio, continua sendo a pedra de toque de João Paulo II. Foi doloroso no início, naqueles dias havia morrido em mim qualquer esperança de paraíso, vida eterna, transcendência. A vida perdeu todo e qualquer sentido e andou me rondando a idéia de suicídio. O que também era absurdo. Se a vida não tinha sentido, a morte muito menos. Algo assim como uma nevralgia prolongada. Como toda dor de dente, acabou passando.
A libertação do cristianismo deveu-se em boa parte à sexualidade submetida a uma camisa de força. Os catequistas nos haviam instalado na cabeça uma maquininha de tortura, a noção de pecado, fundamentalmente ligada ao prazer sexual. Mal cometíamos um "pecado contra a carne", a maricota começava a girar: ofensa ao Cristo, transgressão da lei divina, medo da morte e dos tormentos do inferno, arrependimento e contrição, votos de não mais pecar. Dia seguinte, pecado de novo. Já que havia pecado uma vez, aproveitava para pecar outras, que a absolvição valia para todas. Autoflagelação imediata: a cada masturbação ou relação sexual, um sentimento de medo e desespero me levavam correndo ao confessionário. Particularmente após uma noite de tempestade. Pode parecer megalomania, mas os raios, evidentemente, só podiam ser dirigidos a mim, pecador.
Os padres queriam detalhes, o interrogatório era basicamente obsceno. Hoje, entendo melhor a psicologia dos confessores. Adulto, me descobri um dia falando baixinho com uma parceira, em um momento de muita excitação, sem ter razão alguma para falar baixinho. Por algum mecanismo qualquer da mente do bicho-homem, naquela hora em que a pele do peito começa a avermelhar, a tendência é sussurrar. Hoje, entendo aqueles sussurros em meio à luz macia das igrejas. Eles eram os precursores do sexo por telefone, os castos oblatos.
A tensão insuportável daquela sucessão de gozo e medo, transgressão e arrependimento, humilhação ante o confessor e alegria da absolvição, é tortura que não desejo a ninguém, como tampouco dela absolvo meus algozes. Nestes dias em que tanto se fala de direitos humanos, algum dispositivo qualquer deveria punir como crime contra a humanidade este vício inquisitorial de sacerdote, o de instalar o sentimento de culpa no cérebro de uma pessoa, para que esta se torture a partir de qualquer transgressão a uma ética doentia, inimiga do prazer. Ocorreram dois suicídios inexplicáveis de ginasianos do Patrocínio naquela época, e hoje me pergunto se atrás deles não estariam estes instrumentos de tortura mental.
Nestas ocasiões, sempre costumo evocar o professor Hugo Brenner de Macedo, dos dias de ginásio em Dom Pedrito. Certa vez cortou dois pontos numa prova de geografia, só porque um aluno escreveu feichão. Fizesse isto em Florianópolis, talvez nem dez por cento de meus alunos da universidade chegassem ao final de um semestre. Ainda em geografia, lembro do professor Hugo: "isso aí de rios, lagos, montanhas e cidades, vocês olham nos livros, está tudo lá. Nós vamos falar do que realmente importa, a geografia econômica, o empenho das nações pelo seu abastecimento, as trocas e lutas geradas pela necessidade de comer". Acabou cassado pelos militares.
Apesar do dogma e do catecismo, impostos a martelo, o Patrocínio forneceu a seus alunos uma educação de elite. Sempre me sinto um pouco dividido ao falar dos padres que foram nossos mestres. Por um lado, eram europeus arrogantes, déspotas esclarecidos. Sentiam-se como seres de uma civilização superior trazendo luzes aos silvícolas. (Luzes de uma galáxia extinta, medieval, não as luzes da Europa moderna). Por outro, com eles aprendi línguas, tive janelas abertas para o mundo. Os livros que nos proibiam sempre constituíram indicações bibliográficas excelentes, garantia de boas leituras. Em Santa Catarina, tentei usar este recurso, por vezes desaconselhava vivamente um livro, com certa indignação, para ver se os alunos o liam. Lá na ilha, nem assim deu certo.
Ao defender tese em Paris, não pude deixar de evocar Maria Veiga Miranda, que me introduziu com carinho quase materno nas guturais do francês. Não terá sido por acaso que este clima pedritense produziu um dos mais ágeis poliglotas brasileiros, o Carlos Freire. Na penúltima vez que falei com o Freire, ele já dominava cerca de quarenta línguas, que iam do ioruba ao swahili, passando pelo russo e árabe, chinês e ucraniano. Nestes últimos anos, o professor gaúcho se dedicou a um empreendimento insólito em língua portuguesa e mesmo nas demais línguas, a tradução de sessenta poemas de sessenta idiomas diferentes. A antologia está pronta e espera editor.
Falava da Bíblia. Em umas férias no Upamaruty, me encerrei por uns três dias no quarto de nosso rancho, Bertrand Russel de um lado, a Bíblia de outro. Teria uns quinze anos. Meus pais achando que eu havia "treslido", como ocorreu com Don Alonso Quijana. Comia no próprio quarto. Só saía forçado por necessidades fisiológicas ou para cavalgar na madrugada, sob um céu crivado de estrelas, que ao homem urbano não é dado ver. Naquelas plagas, tal comportamento não era exatamente sinônimo de higidez mental. Cavalo é instrumento de trabalho, meio de transporte, não pretexto para desvarios metafísicos.
Ao final dos três dias, estava livre de Deus e de todo pacotaço ético que os padres carregam sob o sovaco. A Bíblia era um livro muito maior do que pretendiam os catecismos do Vaticano, sempre preocupados em controlar a vida sexual dos católicos, perversão papista que até hoje, às portas do novo milênio, continua sendo a pedra de toque de João Paulo II. Foi doloroso no início, naqueles dias havia morrido em mim qualquer esperança de paraíso, vida eterna, transcendência. A vida perdeu todo e qualquer sentido e andou me rondando a idéia de suicídio. O que também era absurdo. Se a vida não tinha sentido, a morte muito menos. Algo assim como uma nevralgia prolongada. Como toda dor de dente, acabou passando.
A libertação do cristianismo deveu-se em boa parte à sexualidade submetida a uma camisa de força. Os catequistas nos haviam instalado na cabeça uma maquininha de tortura, a noção de pecado, fundamentalmente ligada ao prazer sexual. Mal cometíamos um "pecado contra a carne", a maricota começava a girar: ofensa ao Cristo, transgressão da lei divina, medo da morte e dos tormentos do inferno, arrependimento e contrição, votos de não mais pecar. Dia seguinte, pecado de novo. Já que havia pecado uma vez, aproveitava para pecar outras, que a absolvição valia para todas. Autoflagelação imediata: a cada masturbação ou relação sexual, um sentimento de medo e desespero me levavam correndo ao confessionário. Particularmente após uma noite de tempestade. Pode parecer megalomania, mas os raios, evidentemente, só podiam ser dirigidos a mim, pecador.
Os padres queriam detalhes, o interrogatório era basicamente obsceno. Hoje, entendo melhor a psicologia dos confessores. Adulto, me descobri um dia falando baixinho com uma parceira, em um momento de muita excitação, sem ter razão alguma para falar baixinho. Por algum mecanismo qualquer da mente do bicho-homem, naquela hora em que a pele do peito começa a avermelhar, a tendência é sussurrar. Hoje, entendo aqueles sussurros em meio à luz macia das igrejas. Eles eram os precursores do sexo por telefone, os castos oblatos.
A tensão insuportável daquela sucessão de gozo e medo, transgressão e arrependimento, humilhação ante o confessor e alegria da absolvição, é tortura que não desejo a ninguém, como tampouco dela absolvo meus algozes. Nestes dias em que tanto se fala de direitos humanos, algum dispositivo qualquer deveria punir como crime contra a humanidade este vício inquisitorial de sacerdote, o de instalar o sentimento de culpa no cérebro de uma pessoa, para que esta se torture a partir de qualquer transgressão a uma ética doentia, inimiga do prazer. Ocorreram dois suicídios inexplicáveis de ginasianos do Patrocínio naquela época, e hoje me pergunto se atrás deles não estariam estes instrumentos de tortura mental.
Gentilmente
Não parece doença
Mas é das brabas
Que toma o sujeito pela mente
E o conduz gentilmente
A ser um contribuinte compulsório
Dos procuradores do tal senhor onipotente
Que ninguém vê
Que ninguém sente
Salvo o sentir no bolso mensalmente.
PODER SEM PUDOR
ATEU, GRAÇAS A DEUS

– O senhor quer dizer São Tomé... – corrigiu um jornalista.
– ...é, aquele que só acredita vendo.
Diário do Poder
HRX
“Os sujeitos desse planetinha ficam de joelhos para um ser nunca viram e nem sabem se existe. Há promessa de pós morte morarem eternamente num paraíso regido por esse tal criador. Ainda bem que os mortos não se decepcionam.” (HRX, o ET viajante)
Tiro certo
O nosso direito se entorta todo pelo voto. E depois de nada adianta berrar feito cabrito. O leitor precisa de muitas informações sobre os candidatos, observar atentamente o que ele defende e bem ciente daquilo que faz dar o tiro certeiro.
Chifres
Levar chifres serve muitas vezes para fazer o ingênuo abrir os olhos à realidade. Mas nem sempre. Tem muita gente boa que navega na escuridão, enroscando as guampas em fios de alta tensão e tentando se convencer que é apenas um “choquinho”.
GAZETA DO VAI PICAR O DIABO, EU NÃO!- Melhor golfista do mundo (também) desiste da Rio-2016 por medo de zika
NÃO VIRÃO- O australiano Jason Day, atual líder do ranking mundial do golfe,
o irlandês Rory McIlroy, quarto do ranking mundial e ganhador de quatro títulos de majors do golfe e mais alguns do primeiro time.
NOTÍCIAS DA MOCRÉIA- Campanha de Dilma recebeu R$ 2 milhões de investigada na Boca Livre
Laboratório Cristália doou R$ 5,2 milhões nas eleições de 2010 e 2014.
NO PARAÍSO DOS SALAFRÁRIOS- Janot agora admite perdão da pena de Dirceu no mensalão
Tantos maus exemplos idolatrados. Com estas mentes no comando da justiça, o que nos resta?
Ciúmes
Quem se casa com uma mulher muita bela deve ter controle sobre os próprios ciúmes. Caso contrário viverá num inferno de desconfianças.
GAZETA DO BOCUDO- INSULTOS RENDEM A CIRO 90 AÇÕES POR DANO MORAL
Conhecido pelo estilo agressivo de fazer política, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, hoje filiado ao PDT, responde a pelo menos 90 processos movidos por adversários e até por cidadãos comuns. No Ceará, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), move contra ele 24 ações por dano moral, e o vice-prefeito de Fortaleza, Gaudêncio Lucena, cinco. Exigem reparação pelos insultos do destemperado Ciro. Procurado por meio da assessoria, o político não comentou o assunto.
CONDENAÇÕES
Ciro também coleciona condenações até expressivas, como os R$ 266 mil concedidos à família do ex-senador Henrique Santillo (GO).
INDENIZADOS
Senadores José Serra e Fernando Collor terão de Ciro 100 salários mínimos e R$100 mil, respectivamente, nas ações que moveram.
ARRAIA MIÚDA
Oficial de justiça não escapou de ser xingado por Ciro, que o mandou “à merda” ao ser notificado de uma ação. Foi denunciado por desacato.
O Antagonista
CONDENAÇÕES
Ciro também coleciona condenações até expressivas, como os R$ 266 mil concedidos à família do ex-senador Henrique Santillo (GO).
INDENIZADOS
Senadores José Serra e Fernando Collor terão de Ciro 100 salários mínimos e R$100 mil, respectivamente, nas ações que moveram.
ARRAIA MIÚDA
Oficial de justiça não escapou de ser xingado por Ciro, que o mandou “à merda” ao ser notificado de uma ação. Foi denunciado por desacato.
O Antagonista
Senadora da boa. Putz!
Senadora da boa esta Gleisi. Dilmista, marido enrolado, ex-assessor condenado por estupro. Dize-me com quem andas que sabereis quem tu és!
Deus e o diabo falando de Dilma
Deus e o Diabo se encontram na noite. Encostados no balão
tomando um 14 anos, observando o mulherio em volta. Deus diz para o diabo:
-Mandei tirar a tua preposta do governo brasileiro. Você
está de parabéns, ela é dos infernos mesmo! Só que quando as orações são muitas
não posso deixar de atender. Você me entende, né?
O diabo ri e assente com a cabeça.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Janer Cristaldo- segunda-feira, janeiro 26, 2004
Na Vanguarda
Em meus dias de Estocolmo, mostrei minha carteira de identidade a uma amiga sueca. “Que é isso?” – perguntou – “estás fichado na polícia?” Seu espanto era decorrente de minhas impressões digitais na carteira. Mais tarde, ouvi o mesmo tipo de comentário em Paris. Na exigente Europa, ciosa dos direitos de seus cidadãos, a impressão digital em um documento é vista como estigma de criminalidade e invasão da privacidade.
No Brasil, desde que me conheço por gente, na hora de pedir um RG, enfiamos os dedos na tinta sem estrilar. Tenho mais de meio século de existência e jamais vi, nesses mais de cinqüenta anos, alguém protestar contra tal absurdo. Mas bastou que os Estados Unidos exigissem impressões digitais para brasileiros que entrassem no país, para que um juiz dos cafundós de Judas se erguesse em seus tamancos e retaliasse com a mesma exigência para americanos que entram no Brasil. O rato que ruge rugiu no Mato Grosso e, com uma penada, passou a ditar a política externa nacional no que tange ao intercâmbio entre países. O Itamaraty, penhorado, agradece. Não precisou sequer mover um dedo para destilar seu terceiromundismo primário.
Que a medida americana é discriminatória, isso não se discute. Vinte e sete países, em sua maioria europeus, estão isentos de tocar piano, como se diz por aqui. Se a preocupação dos EUA é controlar a entrada de terroristas, teria bem mais razões para identificar europeus que brasileiros ou latino-americanos. A Europa está infestada de organizações terroristas, particularmente a França, Itália, Alemanha e Inglaterra. As madrassas que nutrem o ódio ao Ocidente estão plantadas no velho continente, não no nosso. Mas seria um tanto descortês, da parte americana, exigir dos irmãos de Primeiro Mundo, rituais reservados a criminosos. Quanto a exigir digitais dos bugres que habitam o quintal, por que não? Se até mesmo o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, se humilha tirando os sapatos para entrar no grande país do Norte, por que não se submeteriam seus míseros concidadãos a um procedimento de delegacia? Afinal, neste país incrível não é preciso cometer crime algum para entregar as digitais ao Estado.
Que a retaliação brasileira é ridícula, tampouco se discute. Os EUA estão preparados com colossais bancos de dados para determinar quem pode ou não pode entrar no país. O Brasil sequer sabe quem entra ou quem sai. De um lado, a arrogância de uma potência que vê no Terceiro Mundo um celeiro de terroristas, mesmo sabendo que o terror tem suas bases no Primeiro. De outro lado, o orgulho ferido de país pobretão, que julga equiparar-se aos ricos imitando suas tolices.
Vamos brincar de hipóteses. Imagine o leitor que os EUA, não satisfeitos de pedir fotos e digitais de seus visitantes, inventem de reter o passaporte por 24 horas, para registrá-lo na polícia local. No que dependesse do juiz mato-grossense, teríamos uma declaração de guerra. Que pensam estes senhores? Que todo brasileiro é um criminoso potencial? Uma onda de indignação varreria o país todo, pais furibundos protestariam contra a arrogância de uma potência que vê como malfeitores seus rebentos que buscam aperfeiçoamento cultural na Disneylândia.
Adelante! Imaginemos que além de impor o registro de passaportes na polícia, o governo americano pretendesse monitorar os deslocamentos de todo turista no país. Antes de viajar, você precisa determinar quantos dias vai ficar em Nova York, quantos em Washington, quantos em Seattle. Por favor, determine o dia da chegada e o dia da partida de cada cidade. Não ouse descumprir prazos, sob pena de ter de entender-se com as autoridades. O Brasil todo seria tomado de um profundo ódio ao grande irmão do Norte.
Como imaginar não custa nada, imaginemos mais um pouco. Suponhamos que o governo americano, para conceder um visto ao cidadão brasileiro, exija que este reserve – e pague – antecipadamente os hotéis em que pretende parar. Nosso ódio transbordaria fronteiras. Que estão pensando esses gringos? Que somos uma nação de caloteiros?
Só mais um pouquinho de exercício. Imaginemos o cúmulo dos cúmulos: que as entradas em museus e monumentos custem um dólar para americanos e dez dólares para estrangeiros. O Brasil, em uníssono, declararia ódio eterno aos States.
Deixemos agora a imaginação de lado. Esta é a realidade com a qual se defronta todo cidadão que pretende viajar à Rússia, mesmo hoje, decorridos 14 anos da queda do Muro, 12 anos do desmoronamento da União Soviética. Ao chegar em uma cidade russa, seu passaporte é retido para registro na polícia. Seu roteiro deve ser previamente traçado. Se você pretende viajar de carro pelo país, terá pela frente longos meses de negociações com a Inturist. Ai de você se sair do roteiro ou se demorar mais do que o previsto em uma determinada cidade. Se você gostou de Moscou ou São Petersburgo e quer espichar sua estada por mais uns dias, esqueça. Isto não existe na Rússia contemporânea.
Sem hotel previamente pago, não há visto. Você faz um vôo cego. Onde aterrissar, aterrissou. E se a hospedagem já está paga, nem sonhe em trocar de hotel caso dele não goste. Na hora de visitar o Hermitage ou o palácio de verão do Czar, outra surpresa nada agradável, típica de país de moeda podre: russo paga 15 rublos. Você paga 250. Sem choro. Se quiser passear de barco pelos canais de São Petersburgo, de novo a facada. Russo paga 15. Você, conforme sua cara ou a conforme a demanda do momento, pagará de 300 a 500 ou mais rublos. Se na época anterior ao desmoronamento do comunista todo turista era um espião potencial, a ser acompanhado de perto por diligentes anjos da guarda, estes tempos são passados. Hoje o turista é um saco de dólares a ser esvaziado. Quanto mais rápido melhor.
Jamais vi ou ouvi, neste meu mais de meio século de existência, brasileiro algum protestar contra estas exigências ridículas dos antigos países soviéticos que ainda vigem na Rússia. Pelo contrário, voltavam sempre fascinados pela temporada no paraíso. Não tenho informações sobre os demais países da ex-URSS, mas não me espantaria que em algum deles ainda permanecesse em vigor a prática burra.
Articulistas eivados de antiamericanismo recorrem à metáfora simplória: o Big Brother de Orwell tornou-se uma realidade patente. Ora, o Grande Irmão queria o controle das mentes, não o de digitais. O espírito do Grande Irmão, a bem da verdade, contaminou o Leste. Mas isto esquerdista algum de boa cepa vai admitir.
O que está contaminando o Ocidente é a estupidez. Não seria o Brasil, sempre na vanguarda, que a ela ficaria imune.
Em meus dias de Estocolmo, mostrei minha carteira de identidade a uma amiga sueca. “Que é isso?” – perguntou – “estás fichado na polícia?” Seu espanto era decorrente de minhas impressões digitais na carteira. Mais tarde, ouvi o mesmo tipo de comentário em Paris. Na exigente Europa, ciosa dos direitos de seus cidadãos, a impressão digital em um documento é vista como estigma de criminalidade e invasão da privacidade.
No Brasil, desde que me conheço por gente, na hora de pedir um RG, enfiamos os dedos na tinta sem estrilar. Tenho mais de meio século de existência e jamais vi, nesses mais de cinqüenta anos, alguém protestar contra tal absurdo. Mas bastou que os Estados Unidos exigissem impressões digitais para brasileiros que entrassem no país, para que um juiz dos cafundós de Judas se erguesse em seus tamancos e retaliasse com a mesma exigência para americanos que entram no Brasil. O rato que ruge rugiu no Mato Grosso e, com uma penada, passou a ditar a política externa nacional no que tange ao intercâmbio entre países. O Itamaraty, penhorado, agradece. Não precisou sequer mover um dedo para destilar seu terceiromundismo primário.
Que a medida americana é discriminatória, isso não se discute. Vinte e sete países, em sua maioria europeus, estão isentos de tocar piano, como se diz por aqui. Se a preocupação dos EUA é controlar a entrada de terroristas, teria bem mais razões para identificar europeus que brasileiros ou latino-americanos. A Europa está infestada de organizações terroristas, particularmente a França, Itália, Alemanha e Inglaterra. As madrassas que nutrem o ódio ao Ocidente estão plantadas no velho continente, não no nosso. Mas seria um tanto descortês, da parte americana, exigir dos irmãos de Primeiro Mundo, rituais reservados a criminosos. Quanto a exigir digitais dos bugres que habitam o quintal, por que não? Se até mesmo o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, se humilha tirando os sapatos para entrar no grande país do Norte, por que não se submeteriam seus míseros concidadãos a um procedimento de delegacia? Afinal, neste país incrível não é preciso cometer crime algum para entregar as digitais ao Estado.
Que a retaliação brasileira é ridícula, tampouco se discute. Os EUA estão preparados com colossais bancos de dados para determinar quem pode ou não pode entrar no país. O Brasil sequer sabe quem entra ou quem sai. De um lado, a arrogância de uma potência que vê no Terceiro Mundo um celeiro de terroristas, mesmo sabendo que o terror tem suas bases no Primeiro. De outro lado, o orgulho ferido de país pobretão, que julga equiparar-se aos ricos imitando suas tolices.
Vamos brincar de hipóteses. Imagine o leitor que os EUA, não satisfeitos de pedir fotos e digitais de seus visitantes, inventem de reter o passaporte por 24 horas, para registrá-lo na polícia local. No que dependesse do juiz mato-grossense, teríamos uma declaração de guerra. Que pensam estes senhores? Que todo brasileiro é um criminoso potencial? Uma onda de indignação varreria o país todo, pais furibundos protestariam contra a arrogância de uma potência que vê como malfeitores seus rebentos que buscam aperfeiçoamento cultural na Disneylândia.
Adelante! Imaginemos que além de impor o registro de passaportes na polícia, o governo americano pretendesse monitorar os deslocamentos de todo turista no país. Antes de viajar, você precisa determinar quantos dias vai ficar em Nova York, quantos em Washington, quantos em Seattle. Por favor, determine o dia da chegada e o dia da partida de cada cidade. Não ouse descumprir prazos, sob pena de ter de entender-se com as autoridades. O Brasil todo seria tomado de um profundo ódio ao grande irmão do Norte.
Como imaginar não custa nada, imaginemos mais um pouco. Suponhamos que o governo americano, para conceder um visto ao cidadão brasileiro, exija que este reserve – e pague – antecipadamente os hotéis em que pretende parar. Nosso ódio transbordaria fronteiras. Que estão pensando esses gringos? Que somos uma nação de caloteiros?
Só mais um pouquinho de exercício. Imaginemos o cúmulo dos cúmulos: que as entradas em museus e monumentos custem um dólar para americanos e dez dólares para estrangeiros. O Brasil, em uníssono, declararia ódio eterno aos States.
Deixemos agora a imaginação de lado. Esta é a realidade com a qual se defronta todo cidadão que pretende viajar à Rússia, mesmo hoje, decorridos 14 anos da queda do Muro, 12 anos do desmoronamento da União Soviética. Ao chegar em uma cidade russa, seu passaporte é retido para registro na polícia. Seu roteiro deve ser previamente traçado. Se você pretende viajar de carro pelo país, terá pela frente longos meses de negociações com a Inturist. Ai de você se sair do roteiro ou se demorar mais do que o previsto em uma determinada cidade. Se você gostou de Moscou ou São Petersburgo e quer espichar sua estada por mais uns dias, esqueça. Isto não existe na Rússia contemporânea.
Sem hotel previamente pago, não há visto. Você faz um vôo cego. Onde aterrissar, aterrissou. E se a hospedagem já está paga, nem sonhe em trocar de hotel caso dele não goste. Na hora de visitar o Hermitage ou o palácio de verão do Czar, outra surpresa nada agradável, típica de país de moeda podre: russo paga 15 rublos. Você paga 250. Sem choro. Se quiser passear de barco pelos canais de São Petersburgo, de novo a facada. Russo paga 15. Você, conforme sua cara ou a conforme a demanda do momento, pagará de 300 a 500 ou mais rublos. Se na época anterior ao desmoronamento do comunista todo turista era um espião potencial, a ser acompanhado de perto por diligentes anjos da guarda, estes tempos são passados. Hoje o turista é um saco de dólares a ser esvaziado. Quanto mais rápido melhor.
Jamais vi ou ouvi, neste meu mais de meio século de existência, brasileiro algum protestar contra estas exigências ridículas dos antigos países soviéticos que ainda vigem na Rússia. Pelo contrário, voltavam sempre fascinados pela temporada no paraíso. Não tenho informações sobre os demais países da ex-URSS, mas não me espantaria que em algum deles ainda permanecesse em vigor a prática burra.
Articulistas eivados de antiamericanismo recorrem à metáfora simplória: o Big Brother de Orwell tornou-se uma realidade patente. Ora, o Grande Irmão queria o controle das mentes, não o de digitais. O espírito do Grande Irmão, a bem da verdade, contaminou o Leste. Mas isto esquerdista algum de boa cepa vai admitir.
O que está contaminando o Ocidente é a estupidez. Não seria o Brasil, sempre na vanguarda, que a ela ficaria imune.
Gustave Le Bon
A humanidade só saiu da barbárie mental primitiva quando se evadiu do caos das suas velhas lendas e não temeu mais o poder dos taumaturgos, dos oráculos e dos feiticeiros. Os ocultistas de todos os séculos não descobriram nenhuma verdade ignorada, ao passo que os métodos científicos fizeram surgir do nada um mundo de maravilhas. Abandonemos às imaginações mórbidas essa legião de larvas, de espíritos, de fantasmas e de filhos da noite — e que, no futuro, uma luz suficiente os dissipe para sempre.
— Gustave Le Bon
Narizinho no país da pedalática. Coluna Carlos Brickmann
A História se inspira na história. Na série que Monteiro Lobato poderia ter escrito para a TV Lula, Paulinho cai nas mãos do Japonês da Federal, mas sua Narizinho continua solta - afinal, a loirinha do Narizinho Arrebitado já mora em Curitiba. E há um enigma: a rinoceronta Quindilma, como fará para pedalar e divertir-se em duas rodas se até quem se gabava de levá-la a passear de moto está também fora do jogo?
A Operação Custo Brasil da Polícia Federal atinge dois laços discretos das relações entre o PT, o Governo petista e grupos organizados para dar apoio pago às posições oficiais: um, de jornalistas, que se deram muito bem falando muito bem deste Governo; outro, de especialistas em serviços relacionados especialmente com crédito consignado. Entre os atingidos, todos importantes, dois ex-ministros de Dilma: Carlos Gabas, que a levava para passear de Harley-Davidson, e Paulo Bernardo (ministro também de Lula), marido da senadora Gleisi Hoffmann. Há Valter Correia, secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro nacional do PT, que já está preso e recebeu outra prisão preventiva; e o jornalista Leonardo Attuch, editor do jornal virtual Brasil 247. A sede nacional do PT sofreu busca e apreensão.
As ações se aceleram, cada indício leva a outros. É cada vez mais claro que as acusações de corrupção se aproximam de Lula. Ele é o alvo.
Dias de fúria
Lula é líder, tem carisma, é o grande símbolo do petismo. Não será atingido sem escândalo, sem provocar a ira de seus seguidores, por mais justo que se comprove o motivo de qualquer ação legal que se lhe mova. Não devemos esperar dias livres de protestos e de declarações de gente séria sobre a hipocrisia de condenar governistas que ordenham empresas estatais em seu benefício e do partido, enquanto todos nós já violamos a lei jogando papel de bala e guimba de cigarros na calçada. Serão chatíssimos.
A ira santa
Que é que muda, e por quanto tempo? Não teremos marqueteiros cobrando abertamente R$ 70 milhões por eleição, nem levando ao Exterior as quantias com que empreiteiras brasileiras compraram a vitória em concorrências; nem departamentos equipadíssimos em empresas gigantescas cuidando apenas do vai-vem das propinas.
Mas calma, a festa não termina. Mudará a maneira de fazer algumas coisas, e podemos confiar na capacidade criativa de subornados e subornadores para encontrá-la.
Iguais, mais ou menos
Funcionários já acusados e outros suspeitos de ordenha irregular de cofres públicos há vários na cadeia. Mas há funcionários apanhados e muito mais bem tratados. Empreiteiros são condenados e, tão logo fazem delação premiada, vão para suas belas casas (alguns ganham até tornozeleiras novinhas de presente. Se algum bandido vagabundo os maltratar, será encontrado na hora). Outros que, além de roubar, traíram os amigos e colegas de crime e os entregaram à Polícia, esses voltaram à boa vida ao devolver parte do que consideravam seu. Político na cadeia, excetuando-se militantes bem treinados e disciplinados como João Vaccari Neto e José Dirceu, há poucos. Alguns funcionários mais sortudos, como Barusco, que devolveu quase R$ 200 milhões e vive numa bela casa em Angra, com piscina e muito uísque, também desfrutam de boa vida. Por que? Que é que José Dirceu fez que os outros não fizeram e justifica a pena mais dura?
A explicação só pode ser uma, tirada da excelente A revolução dos bichos, de George Orwell: "Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros".
Juntando todos?
Curiosa a atitude do procurador-geral Janot ao pedir simultaneamente (e sem êxito) a prisão de Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan Calheiros, três caciques capazes de fazer boi voar (Renan, a propósito, já trabalhava no ramo de bois voadores e fazendas de diversos andares em sua crise anterior; Cunha atuou em ramo semelhante, mas com bois ralados que decolavam com destino à África). Janot precisa pensar melhor nas consequências de seus atos: se conseguisse prender esses três, que tipo de exemplo daria aos malfeitores que já estão na cadeia?
O mundo do dinheiro
Olhe para qualquer lado: o gari empunha um celular, a babá presta mais atenção no celular do que no bebê, o vizinho sai da garagem já com o celular no ouvido. Celular é um sucesso! Então, digam-me: como a Oi, maior empresa do ramo, conseguiu ajuntar R$ 65 bilhões de prejuízo? Celulares e banda larga só aqui dão prejuízo? Em que ponto do percurso o dinheiro todo sumiu? E como é que vão tomar de nós essa quantia?
Porque quem paga, sobre isso não há qualquer dúvida, nós sabemos.
Chumbo Gordo - www.chumbogordo.com.br
carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann
A Operação Custo Brasil da Polícia Federal atinge dois laços discretos das relações entre o PT, o Governo petista e grupos organizados para dar apoio pago às posições oficiais: um, de jornalistas, que se deram muito bem falando muito bem deste Governo; outro, de especialistas em serviços relacionados especialmente com crédito consignado. Entre os atingidos, todos importantes, dois ex-ministros de Dilma: Carlos Gabas, que a levava para passear de Harley-Davidson, e Paulo Bernardo (ministro também de Lula), marido da senadora Gleisi Hoffmann. Há Valter Correia, secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro nacional do PT, que já está preso e recebeu outra prisão preventiva; e o jornalista Leonardo Attuch, editor do jornal virtual Brasil 247. A sede nacional do PT sofreu busca e apreensão.
As ações se aceleram, cada indício leva a outros. É cada vez mais claro que as acusações de corrupção se aproximam de Lula. Ele é o alvo.
Dias de fúria
Lula é líder, tem carisma, é o grande símbolo do petismo. Não será atingido sem escândalo, sem provocar a ira de seus seguidores, por mais justo que se comprove o motivo de qualquer ação legal que se lhe mova. Não devemos esperar dias livres de protestos e de declarações de gente séria sobre a hipocrisia de condenar governistas que ordenham empresas estatais em seu benefício e do partido, enquanto todos nós já violamos a lei jogando papel de bala e guimba de cigarros na calçada. Serão chatíssimos.
A ira santa
Que é que muda, e por quanto tempo? Não teremos marqueteiros cobrando abertamente R$ 70 milhões por eleição, nem levando ao Exterior as quantias com que empreiteiras brasileiras compraram a vitória em concorrências; nem departamentos equipadíssimos em empresas gigantescas cuidando apenas do vai-vem das propinas.
Mas calma, a festa não termina. Mudará a maneira de fazer algumas coisas, e podemos confiar na capacidade criativa de subornados e subornadores para encontrá-la.
Iguais, mais ou menos
Funcionários já acusados e outros suspeitos de ordenha irregular de cofres públicos há vários na cadeia. Mas há funcionários apanhados e muito mais bem tratados. Empreiteiros são condenados e, tão logo fazem delação premiada, vão para suas belas casas (alguns ganham até tornozeleiras novinhas de presente. Se algum bandido vagabundo os maltratar, será encontrado na hora). Outros que, além de roubar, traíram os amigos e colegas de crime e os entregaram à Polícia, esses voltaram à boa vida ao devolver parte do que consideravam seu. Político na cadeia, excetuando-se militantes bem treinados e disciplinados como João Vaccari Neto e José Dirceu, há poucos. Alguns funcionários mais sortudos, como Barusco, que devolveu quase R$ 200 milhões e vive numa bela casa em Angra, com piscina e muito uísque, também desfrutam de boa vida. Por que? Que é que José Dirceu fez que os outros não fizeram e justifica a pena mais dura?
A explicação só pode ser uma, tirada da excelente A revolução dos bichos, de George Orwell: "Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros".
Juntando todos?
Curiosa a atitude do procurador-geral Janot ao pedir simultaneamente (e sem êxito) a prisão de Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan Calheiros, três caciques capazes de fazer boi voar (Renan, a propósito, já trabalhava no ramo de bois voadores e fazendas de diversos andares em sua crise anterior; Cunha atuou em ramo semelhante, mas com bois ralados que decolavam com destino à África). Janot precisa pensar melhor nas consequências de seus atos: se conseguisse prender esses três, que tipo de exemplo daria aos malfeitores que já estão na cadeia?
O mundo do dinheiro
Olhe para qualquer lado: o gari empunha um celular, a babá presta mais atenção no celular do que no bebê, o vizinho sai da garagem já com o celular no ouvido. Celular é um sucesso! Então, digam-me: como a Oi, maior empresa do ramo, conseguiu ajuntar R$ 65 bilhões de prejuízo? Celulares e banda larga só aqui dão prejuízo? Em que ponto do percurso o dinheiro todo sumiu? E como é que vão tomar de nós essa quantia?
Porque quem paga, sobre isso não há qualquer dúvida, nós sabemos.
Chumbo Gordo - www.chumbogordo.com.br
carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann
EGO ILUDIDO
“Uma imbecil como Dilma jamais reconhecerá o tamanho de sua ignorância. Seu ego iludido é alimentado todos os dias pelos bajuladores.” (Eriatlov)
Brasileirão 2016
O futebol jogado no Brasileirão 2016 é o tal soccer cólica renal. Só anestesiado para suportar.
PODER SER PUDOR
FISCAL DO SARNEY

- Eu era “fiscal do Sarney”. Briguei no supermercado por causa do preço de um sabonete e fui parar na delegacia. O Garotinho teve de ir lá me tirar.
Sarney adorou.
POLÍTICA ZOOLÓGICA

- Se FHC fizer uma aliança com o PFL, você se alia ao seu colega Herth?
- Moço – descartou o vereador, coçando a orelha – Aqui, tucano é tucano, camaleão é camaleão!
TOQUE DE HUMOR

- Teu pai transporta sonhos, mas jamais direi que é manso ou que sabe se vestir!
BENGALADA CATARINENSE

- Eu acompanhei a recuperação médica da senadora com a coleira cervical e nem por isso a chamei de “senadora da coleira” ou “do cabresto”.
Fonte: Diário do Poder
Há os que duvidam que...
Não se faz uma nação sem governo austero, trabalho forte, ensino de primeira, poupança interna , liberdade política e econômica.
domingo, 26 de junho de 2016
Alagoas aprovou lei que regula Escola Sem Partido
Alagoas aprovou lei que regula Escola Sem Partido
Alagoas foi o primeiro estado a aprovar uma lei inspirada no projeto Escola Sem Partido, no final do ano passado. Ela chegou a ser vetada pelo governador Renan Calheiros Filho (PMDB), mas o veto foi derrubado neste ano na Assembleia. Ela passou a valer no mês passado. Além do Estado, também são discutidas leis similares em Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal, segundo levantamento do Movimento Professores Contra a Escola Sem Partido.
Veja a seguir os principais trechos da Lei 7800/2016 aprovada em Alagoas:
- Fica criado, no âmbito do sistema estadual de ensino, o Programa “Escola Livre”, atendendo os seguintes princípios:
(...)
IV – liberdade de crença;
VII – direito dos pais a que seus filhos menores recebam a educação moral livre de doutrinação política, religiosa ou ideológica;
CLIQUE AQUI para saber mais sobre a lei.
DO BLOG DO POLÍBIO BRAGA
As pedaladas, as campeãs e o assalto aos velhinhos - ROLF KUNTZ
O Estado de S. Paulo - 26/06
O assalto de R$ 100 bilhões aos velhinhos e outros clientes do crédito consignado ainda era o grande assunto do dia, turbinado pela prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, quando foi noticiado o desastroso balanço da Petros, com déficit de R$ 23,1 bilhões. O buraco será coberto pelos mutuários, pelos aposentados e pela patrocinadora, a Petrobrás, empresa sob controle financeiro da União e, portanto, dos cidadãos brasileiros. A conta, portanto, vai também para eles. O tamanho do prejuízo pode ser inesperado, mas a condição miserável das fundações de previdência das estatais é bem conhecida. Também sujeitos ao jogo partidário, ao aparelhamento e ao loteamento, esses fundos de pensão têm perdido bilhões em aplicações mal feitas, frequentemente orientadas pelos interesses do grupo no poder. Exemplo: investimentos na Sete Brasil, criada para fornecer sondas à Petrobrás, impuseram perdas a todas as grandes fundações, assim como aos bancos federais.
Um caso ou outro poderia ser acidente. Mas os maus negócios dos bancos, a queima de recursos das fundações, a devastação das grandes estatais e a crise da Oi, sem condições de pagar R$ 65,4 bilhões de dívidas, trazem as marcas de um estilo de governo. Esse estilo foi implantado em 2003 e só interrompido, por enquanto provisoriamente, em abril deste ano. O escândalo do crédito consignado apenas acrescentou um toque de perversidade, um tempero especial, a uma longa história de bandalheiras.
Os R$ 23,1 bilhões perdidos pela Petros podem ser uma cifra assustadora, mas esse valor parece até modesto quando se pensa no balanço da Oi. A quebra, ou quase quebra, da operadora estabeleceu um recorde. Nenhum outro processo de recuperação judicial havia envolvido tanto dinheiro. Mas outros detalhes também tornam especial esse episódio. A Oi, uma das maiores empresas de telecomunicação do Brasil, é uma das mais discutíveis criações do governo petista.
O toque final de sua constituição dependeu de uma alteração legal promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Formatada para ser a grande companhia nacional do setor, capaz de enfrentar as multinacionais, essa operadora resultou em mais um fracasso, mais uma prova contra a política de criação de campeãs nacionais. Uma de suas poucas realizações notáveis foi a instalação de uma antena ao lado do sítio do ex-presidente Lula.
A nova ação da Polícia Federal, com prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, condução de seu colega Carlos Gabas e visita à sede do PT em São Paulo, foi classificada por aliados da presidente Dilma Rousseff como tentativa de reforçar o processo de impeachment. A manobra seria destinada, além disso, a desviar a atenção das acusações a membros do governo provisório. Alegações como essas poderiam ter alguma respeitabilidade em outras circunstâncias. Mas é impossível, agora, levá-las a sério. Afinal, a Operação Custo Brasil, mais um desdobramento da Operação Lava Jato, só escancara mais detalhes de uma enorme sequência de crimes.
Alguns desses novos detalhes, como o desvio de dinheiro de clientes do crédito consignado, funcionários ativos e aposentados, são especialmente hediondos. Mas, além de mais escabrosos que outros, podem ser especialmente informativos. A denúncia vai além do assalto e aponta o PT como um dos beneficiários do dinheiro subtraído.
Cada novo capítulo da Operação Lava Jato confirma os vínculos entre aparelhamento, loteamento e corrupção nos governos entre 2013 e meados de abril de 2016. Esses governos foram guiados essencialmente por um projeto de poder. Todo o discurso a respeito de planos de integração social e de mudança econômica nunca foi mais que um esforço de construção de imagem. Esse esforço pode ter enganado parte do público brasileiro e, com certeza, uma parte considerável do público estrangeiro. Mas a chamada política social do PT nunca foi principalmente um instrumento de dominação, baseado muito mais na transferência de renda – um mecanismo de fácil manejo – do que na efetiva absorção dos pobres na economia moderna. Sem as transferências, a maior parte das famílias provavelmente voltaria às condições miseráveis.
Os aumentos do salário mínimo superiores aos ganhos de produtividade também proporcionaram alguma melhora do consumo, mas políticas desse tipo são insustentáveis. Depois de algum tempo, a inflação tende a anular seus efeitos.
Além disso, nenhuma economia administrada sem disciplina fiscal, uso criterioso de recursos e atenção ao investimento e à produtividade vai muito longe. A recessão brasileira, com mais de 11 milhões de desempregados, é mais uma prova dessa obviedade ignorada pelos petistas – principalmente pela presidente Dilma Rousseff e por seus incompetentes favoritos.
Não há como fixar uma linha divisória entre o estilo de ocupação do governo – aparelhamento, loteamento e apropriação partidária do Estado – e o desastre econômico. A mediocridade do primeiro mandato, com crescimento médio anual de apenas 2,1%, foi um claro prenúncio da recessão. Em 2014 a economia, já atolada na crise, cresceu 0,1%, enquanto a inflação bateu em 10,67%. A piora do quadro a partir daí foi um desdobramento normal, até porque a presidente rejeitou os esforços do ministro Joaquim Levy de reconhecer e enfrentar os problemas.
Quem vincula a Operação Custo Brasil ao processo de impeachment acerta, no entanto, pelo menos num ponto. Há um parentesco indisfarçável entre o projeto de poder do PT, os desmandos na administração direta e indireta, a desastrosa política econômica e as pedaladas fiscais. São estas, formalmente, a base do processo de impeachment. Mas só com muito esforço de abstração é possível separá-las do resto. O resto inclui, entre outros detalhes, o desemprego de mais de 11 milhões e o assalto aos velhinhos do crédito consignado. Esse jogo político é indivisível.
DO BLOG DO MURILO
O assalto de R$ 100 bilhões aos velhinhos e outros clientes do crédito consignado ainda era o grande assunto do dia, turbinado pela prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, quando foi noticiado o desastroso balanço da Petros, com déficit de R$ 23,1 bilhões. O buraco será coberto pelos mutuários, pelos aposentados e pela patrocinadora, a Petrobrás, empresa sob controle financeiro da União e, portanto, dos cidadãos brasileiros. A conta, portanto, vai também para eles. O tamanho do prejuízo pode ser inesperado, mas a condição miserável das fundações de previdência das estatais é bem conhecida. Também sujeitos ao jogo partidário, ao aparelhamento e ao loteamento, esses fundos de pensão têm perdido bilhões em aplicações mal feitas, frequentemente orientadas pelos interesses do grupo no poder. Exemplo: investimentos na Sete Brasil, criada para fornecer sondas à Petrobrás, impuseram perdas a todas as grandes fundações, assim como aos bancos federais.
Um caso ou outro poderia ser acidente. Mas os maus negócios dos bancos, a queima de recursos das fundações, a devastação das grandes estatais e a crise da Oi, sem condições de pagar R$ 65,4 bilhões de dívidas, trazem as marcas de um estilo de governo. Esse estilo foi implantado em 2003 e só interrompido, por enquanto provisoriamente, em abril deste ano. O escândalo do crédito consignado apenas acrescentou um toque de perversidade, um tempero especial, a uma longa história de bandalheiras.
Os R$ 23,1 bilhões perdidos pela Petros podem ser uma cifra assustadora, mas esse valor parece até modesto quando se pensa no balanço da Oi. A quebra, ou quase quebra, da operadora estabeleceu um recorde. Nenhum outro processo de recuperação judicial havia envolvido tanto dinheiro. Mas outros detalhes também tornam especial esse episódio. A Oi, uma das maiores empresas de telecomunicação do Brasil, é uma das mais discutíveis criações do governo petista.
O toque final de sua constituição dependeu de uma alteração legal promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Formatada para ser a grande companhia nacional do setor, capaz de enfrentar as multinacionais, essa operadora resultou em mais um fracasso, mais uma prova contra a política de criação de campeãs nacionais. Uma de suas poucas realizações notáveis foi a instalação de uma antena ao lado do sítio do ex-presidente Lula.
A nova ação da Polícia Federal, com prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, condução de seu colega Carlos Gabas e visita à sede do PT em São Paulo, foi classificada por aliados da presidente Dilma Rousseff como tentativa de reforçar o processo de impeachment. A manobra seria destinada, além disso, a desviar a atenção das acusações a membros do governo provisório. Alegações como essas poderiam ter alguma respeitabilidade em outras circunstâncias. Mas é impossível, agora, levá-las a sério. Afinal, a Operação Custo Brasil, mais um desdobramento da Operação Lava Jato, só escancara mais detalhes de uma enorme sequência de crimes.
Alguns desses novos detalhes, como o desvio de dinheiro de clientes do crédito consignado, funcionários ativos e aposentados, são especialmente hediondos. Mas, além de mais escabrosos que outros, podem ser especialmente informativos. A denúncia vai além do assalto e aponta o PT como um dos beneficiários do dinheiro subtraído.
Cada novo capítulo da Operação Lava Jato confirma os vínculos entre aparelhamento, loteamento e corrupção nos governos entre 2013 e meados de abril de 2016. Esses governos foram guiados essencialmente por um projeto de poder. Todo o discurso a respeito de planos de integração social e de mudança econômica nunca foi mais que um esforço de construção de imagem. Esse esforço pode ter enganado parte do público brasileiro e, com certeza, uma parte considerável do público estrangeiro. Mas a chamada política social do PT nunca foi principalmente um instrumento de dominação, baseado muito mais na transferência de renda – um mecanismo de fácil manejo – do que na efetiva absorção dos pobres na economia moderna. Sem as transferências, a maior parte das famílias provavelmente voltaria às condições miseráveis.
Os aumentos do salário mínimo superiores aos ganhos de produtividade também proporcionaram alguma melhora do consumo, mas políticas desse tipo são insustentáveis. Depois de algum tempo, a inflação tende a anular seus efeitos.
Além disso, nenhuma economia administrada sem disciplina fiscal, uso criterioso de recursos e atenção ao investimento e à produtividade vai muito longe. A recessão brasileira, com mais de 11 milhões de desempregados, é mais uma prova dessa obviedade ignorada pelos petistas – principalmente pela presidente Dilma Rousseff e por seus incompetentes favoritos.
Não há como fixar uma linha divisória entre o estilo de ocupação do governo – aparelhamento, loteamento e apropriação partidária do Estado – e o desastre econômico. A mediocridade do primeiro mandato, com crescimento médio anual de apenas 2,1%, foi um claro prenúncio da recessão. Em 2014 a economia, já atolada na crise, cresceu 0,1%, enquanto a inflação bateu em 10,67%. A piora do quadro a partir daí foi um desdobramento normal, até porque a presidente rejeitou os esforços do ministro Joaquim Levy de reconhecer e enfrentar os problemas.
Quem vincula a Operação Custo Brasil ao processo de impeachment acerta, no entanto, pelo menos num ponto. Há um parentesco indisfarçável entre o projeto de poder do PT, os desmandos na administração direta e indireta, a desastrosa política econômica e as pedaladas fiscais. São estas, formalmente, a base do processo de impeachment. Mas só com muito esforço de abstração é possível separá-las do resto. O resto inclui, entre outros detalhes, o desemprego de mais de 11 milhões e o assalto aos velhinhos do crédito consignado. Esse jogo político é indivisível.
DO BLOG DO MURILO
sábado, 25 de junho de 2016
NO CADAFALSO
O que pensa um condenado no cadafalso?
-Tomara que esta corda esteja podre.
-Será que o carrasco não ficou doente?
-Bem que eu poderia ter o pescoço de aço.
-Minha amante irá ao enterro?
-Não seria mau um terremoto agora.
-Este juiz é um filho da puta!
Arnaldo Comissão
“Já disse para meu filho que dificilmente conseguirei uma Petrobras só para ele. Mas um sindicato para mamar pelo resto de sua vida é bem viável.” (Deputado Arnaldo Comissão)
Bicho geográfico
“A sujeira nossa de todo dia começa pelos municípios, caminha pelos estados e se espraia no governo federal.” (Mim)
Sobra carniça
“O Brasil político fede apodrecido. Não há urubu que consiga dar conta de tanta carniça.” (Eriatlov)
Vegetarianos
“Respeito os vegetarianos, desde que eles não metem o bedelho no meu assado.” (Pócrates)
O marido desta comunista também está enrolado com a justiça
O Globo informa hoje que a senadora Vanessa Grazziotin também está enrolado. Acontece que Eron Bezerra, pré-candidato do PCdoB à prefeitura de Manaus, teve os direitos políticos suspensos por oito anos após decisão da Justiça amazonense no início deste mês.
O ex-deputado estadual foi condenado por improbidade administrativa acusado de contratar irregularmente serviços de empresas terceirizadas.
Vanessa, que é catarinense de nascimento, fez carreira política no Amazonas, onde casou com Eron, que aparece na foto ao lado.
Na Comissão Especial do Impeachment, ela integra a tropa de choque dilmista, atualmente desfalcada de Gleise Hoffmann.
PB
Artigo, Luiz Carlos da Cunha, blog do Puggina - Desordeiros precoces ou autoridades infantis
Assistimos nestes tempos tumultuados a irracionalidade avassaladora estrangular o bom senso. Escolas são invadidas por garotos, bloqueando colegas dispostos a frequentar as salas de aprendizado, desassistidos por seus pais, responsáveis legais por seus filhos, sob a inépcia das autoridades. Tanto as autoridades adstritas à educação e ensino, como as jurídicas focadas na infância. A tibieza das autoridades vem de longe, passo a passo, palmilhando a rota descensional da tolerância ao erro e ao crime. O secretário da Educação, ao invés de chamar os rebelados para debaterem pleitos em seu gabinete — o átrio legal de sua autoridade —, vai ao encontro dos invasores, parolar na escola violentada, dilapidada, agredida na postura acovardada de um refém. Consolida assim sua fragilidade perante a lei, ao mesmo tempo que alimenta os jovens na crença do desrespeito à ordem, à disciplina, aos princípios formadores da democracia. Constroem na atmosfera delinquente a inversão tolerada e estimulada dos valores legais e democráticos no rumo catastrófico da falta de limites.
Cabe aos adultos instruir as crianças, igual a outras espécies, na prática educativa e protetora dos limites necessariamente impostos aos filhotes em defesa da vida e integridade física; o homo sapiens inclui os limites de ação prejudicial ao semelhante, à coletividade na expressão peculiar e humana da moral. A consciência social. Impõe-se ao poder público e educacional a convocação dos pais e responsáveis pelos menores invasores da propriedade comunitária, esteada no juizado da infância e da juventude e no dever administrativo imposto pela Constituição.
Ou incute-se o império da lei, ou destrambelha-se o país pela dissolução social. Não há meios termos a decidir. Flagramos um paradoxo irreprimível: uma infância precocemente revigorada no desrespeito à convivência social, por aqueles adultos, pais ou eleitos para o exercício da autoridade, anestesiados pelo infantilismo, irmanados na construção do desastre nacional.
César Augusto Trinta Weber: Brasil, um país tomado de assalto como nunca antes
Encontro nas palavras do ministro Gilmar Mendes uma síntese do sentimento da maioria da população ao que vivenciamos hoje: "Olhando-se o mal-engendrado conjunto formado por esse impressionante ciclo de descalabros, tem-se a viva impressão de que nossa combalida República parece ter sido tomada de assalto por empedernida trupe de insensatos".
As expressões "ciclo de descalabros" e "trupe de insensatos" são brandas em sua intensidade e comedidas em sua moderação para descreverem a gravidade dos fatos e circunstâncias reveladores de engenhosa máquina de corrupção concebida com artifício e destreza e que transformaram o Estado Brasileiro em um balcão de negócios como nunca visto antes.
A historiografia brasileira registra ciclos de promiscuidade pelas vias do corrompimento. No período colonial, o contrabando e propinas no comércio ilegal de pau-brasil, especiarias e ouro. No Império, o tráfico de escravos, ainda que proibido por lei. Na República a corrupção eleitoral e a concessão de obras públicas. A primeira, como um objeto sui generis de enriquecimento fácil e rápido associado ao descumprimento de compromissos eleitorais e à influência e subordinação aos interesses de grupos econômicos. A segunda, ligada à obtenção de contratos junto ao governo para execução de obras públicas ou à conquista de concessões ou permissões para a prestação de serviços públicos pelo setor privado.
Atualmente, a corrupção alcançou limites inimagináveis e os "insensatos" superaram-se fazendo a República ruir, deixando os poderes constituídos vivendo a descrença popular de serem capazes da "sensatez" e responsabilidade necessárias para "limpar" e "recomeçar".
Para o ministro Mendes: "O Brasil requer políticas públicas eficientes em vez de estratégias publicitárias. O Brasil clama por planejamento realista e execução competente, ao invés de ilusões pirotécnicas". Com a devida vênia, reitero ser preciso fazer da indignação dos "sensatos" o combustível para reinventar um novo país. Fazer do "jeitinho brasileiro", do "levar vantagem em tudo", do "rouba, mas faz", da impunidade, da falta de ética e espírito republicano e da submissão do interesse público, práticas banidas e tornadas um capítulo da história recente a ser lembrado de modo a não recrudescer nas futuras gerações.
Médico
CORREIO DO SELO- Diretor do Postalis preso
A Polícia Federal prendeu em Brasília Adilson Florêncio da Costa, ex-diretor financeiro do Postalis, que injetou R$ 80 milhões no grupo Galileo. Também já estão presos Paulo Gama, herdeiro da Gama Filho, e Roberto Roland, advogado do grupo Galileo.
A informação é do blog O Antagonista. Leia mais:
Florêncio foi indicado ao cargo numa espécie de 'consórcio peemedebista', formado por Renan Calheiros, Hélio Costa e Edison Lobão.
Após aprovar o investimento do Postalis no Galileo, Florêncio deixou o fundo de pensão e ganhou emprego no conselho administrativo do grupo educacional. Não se importou com as digitais na cena do crime.
O procurador Márcio Barra Limado, falando sobre o esquema de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros e Postalis ao tempo dos governos do PT, avisou aos beneficiários dos fundos e alunos da Gama Filho e UniverCidade:
1. O prejuízo em suas aposentadorias sofrido pelos segurados dos fundos de pensão afetados
2. O irreversível dano que milhares de alunos das universidades Gama Filho e UniverCidade tiveram que suportar em razão do conexo descredenciamento efetivado pelo MEC por conta da ruína dessas instituições de ensino.
O procurador Márcio Barra Limado, falando sobre o esquema de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros e Postalis ao tempo dos governos do PT, avisou aos beneficiários dos fundos e alunos da Gama Filho e UniverCidade:
1. O prejuízo em suas aposentadorias sofrido pelos segurados dos fundos de pensão afetados
2. O irreversível dano que milhares de alunos das universidades Gama Filho e UniverCidade tiveram que suportar em razão do conexo descredenciamento efetivado pelo MEC por conta da ruína dessas instituições de ensino.
PB
Vida e morte na mesa da mãe natureza
Na mesa da mãe natureza a vida e a morte se encontraram para
um café. A vida orgulhosa quis tirar uma
casquinha e falou: ”eu sou mais importante que você, eu movo o mundo, fazem
tudo por mim.” A morte retrucou: ” Digo
que todos se preocupam comigo todos os dias e quando surjo todos choram. ”
Nisso a mãe
natureza pôs as duas nos seus devidos
lugares dizendo: “Tolas! Vocês se completam, uma está enlaçada a outra. A morte
é sempre dura e dolorosa, porém se vida
fosse eterna, viveríamos num mundo de desperdício e loucura total. A morte é
que torna a vida interessante e sua brevidade aguça o desejo do ser de
deixar marcada a sua passagem.”
Escuridão
“Há luz nas casas, nas ruas. Porém falta luz nas mentes. Escuridão tenebrosa.” (Filosofeno)
Bocas grandes
“Antigamente os dominadores de mentes ingênuas eram poucos. A Católica e mais uma meia dúzia. Hoje são centenas de entidades. O dízimo é perseguido por bocas grandes.” (Toninho Extrema-Unção)
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Considerações sobre a vitória do Brexit Por Adolfo Sachsida
O debate do dia é sobre a recente decisão da população do Reino Unido deixar de integrar a Comunidade Européia (CE). Essa certamente é uma questão complicada, com custos e benefícios difíceis de mensurar.
Em primeiro lugar, deve-se ter claro que o reino Unido NÃO É signatário do Acordo de Schengen. Isto é, suas fronteiras não são livres a circulação de pessoas de outros países. Não era esse acordo que estava em discussão, logo boa parte da crítica de que os britânicos votaram pela saída da Comunidade Europeia (CE) por questões de xenofobia são simplesmente equivocadas.
A questão da migração que marcou o debate sobre a saída do Reino Unido da CE refere-se a facilidade que estrangeiros (membros de países da CE) tem em trabalhar lá. Por exemplo, parte significativa dos postos de trabalho nos setores de educação e saúde são preenchidos por estrangeiros. Tais postos demandam alto capital humano. Mas, nos setores de construção, alimentação, e serviços, onde o capital humano é bem mais baixo, também há forte presença de trabalhadores estrangeiros.
De maneira geral, não gosto do argumento de que migrantes tiram emprego da população local. Afinal, do ponto de vista econômico, migrantes também dinamizam a economia e costumam se empregar em setores onde a população local tem menos vantagens comparativas (em relação ao migrante). Logo, acho tal argumento equivocado. Dessa forma, o argumento do migrante tirando postos de trabalho do cidadão britânico me parece fraco.
Prefiro uma economia aberta a qualquer país do mundo (independente deste país fazer parte da CE), em resumo: por mim abre-se a economia e deixa-se que o próprio cidadão escolha de quem e de onde comprar. Dessa forma, tendo a acreditar que, numa análise puramente econômica e num mundo ideal, seria melhor para o Reino Unido sair da CE. Contudo, não vivemos num mundo ideal. Existem barreiras ao comércio. A própria CE coloca barreiras a produtos produzidos fora de seu bloco. Sendo assim, parece-me evidente que existem claras vantagens econômicas de se pertencer a CE.
Vale também ressaltar que a CE não é um arranjo econômico, mas sim um arranjo político. Depois de séculos de guerras que devastaram o continente os europeus buscam por um arranjo político estável que, apesar de ser por vezes economicamente ineficiente, garanta a paz e a prosperidade na comunidade.
Dadas as condições atuais – a questão da migração (de cidadãos de outros países da CE), a questão geopolítica, e dos ganhos econômicos de se pertencer a um grande bloco econômico – me parecem fortes as razões para se votar pela permanência do Reino Unido na CE. Contudo, eu tenderia a votar contra tal permanência. Abaixo exponho meus motivos.
Quando estive na Europa no começo desse ano me chamou a atenção o expressivo número de bandeiras da Comunidade Europeia. Fiquei surpreso também com a existência de um hino “nacional” europeu. Assim, me parece evidente que o que se busca na CE é a criação de um grande país (e não apenas a formação de um bloco). Gosto demais da ideia (muitas vezes defendida por Milton Friedman) de se votar com os pés. Tal ideia tem como fundamento o pressuposto de países pequenos. Assim, caso a política de um país te desagrade você poderia migrar para outro país (dai o termo votar com s pés). Ora, tal possibilidade desaparece na presença de um país com as dimensões da CE. Isto é, torna-se muito mais difícil a migração. Tornando assim boa parte da população refém das políticas adotadas no grande bloco.
Desagrada-me sobremaneira a concentração de poderes em poucas mãos. A CE é um arranjo burocrático que transfere enorme volume de decisões para burocratas que não foram eleitos e nem tem representatividade em seus países de origem. Isso dá uma grande margem para que “iluminados” passem a governar. Não é incomum ouvir que o povo não sabe de nada e que decisões importantes deveriam ser tomadas pela alta burocracia. Desnecessário dizer que essa é a base de todo regime totalitário. Tirar do povo, para concentrar na alta burocracia, decisões que afetam a cultura, a economia, a história, os hábitos e costumes, a tradição, o senso de dever e de responsabilidade, a identidade nacional, entre outros assuntos fundamentais, me parece um erro grave.
Não nos esqueçamos da famosa lição de Lord Acton: “O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. A CE é a concentração maciça de poder nas mãos de burocratas não eleitos, e que nem devem prestar esclarecimentos a sociedade. É poder demais em poucas mãos, é risco demais. Prefiro um Estado pequeno onde o governante está próximo ao governado. Onde os mecanismos de checagem (check and balance) estejam muito mais visíveis e próximos a população. Eu teria votado pela saída do Reino Unido da Comunidade Europeia, acredito que o povo britânico acertou em sua decisão.
Adolfo Sachsida
Doutor em Economia (UnB) e Pós-Doutor (University of Alabama) orientado pelo Prof. Walter Enders. Lecionou economia na University of Texas - Pan American e foi consultor short-term do Banco Mundial para Angola. Atualmente é pesquisador do IPEA. Publicou vários artigos nacional e internacionalmente, sendo de acordo com Faria et al. (2007) um dos pesquisadores brasileiros mais produtivos na área de economia.
Millôr- As grandes consequências das pequenas descobertas
O Fósforo


Pais, cheios de preconceitos como sempre, podiam, até os dias anteriores a Marco Pólo, fazer vista grossa sobre os deslizes de suas filhas. Chamam-se deslizes, ninguém ignora, certos senões de caráter que o são mais de corpo e que conduzem passo a passo ao que o povo sabiamente denomina de Mau Passo. No escuro anterior à pólvora, era difícil o controle da natalidade, digo da fatalidade, que leva as moças aos rapazes. De modo que chegamos aos 2.000.000 de habitantes. Mas lá veio o dia em que se juntou um paiol de pólvora ao tronco de uma árvore. Daí saíram milhões de fosforinhos. Fosforinhos esses que iluminaram tudo e mostraram aos pais horrorizados o quanto sua linda filhinha já estava adiantada no ars amandi. Frase essa que o leitor arguto saberá traduzir no devido calão.
PORCO CAN! Laboratório antidoping do Rio tem credenciamento suspenso a seis semanas dos Jogos
Wada constatou "erros procedimentais" e suspendeu o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem.
FAÇA-SE ENTENDER
FAÇA-SE ENTENDER
O professor Tadeu entrou na sala de aula e deu bom dia aos
alunos. Percebia-se que estava de bom humor, cheio de bons propósitos. Disse à
turma: “Hoje a minha aula será diferente, todo aluno poderá fazer o quiser
dentro da sala. Irei dar nota pela criatividade e originalidade. Vamos lá!”
O problema das antinhas foi compreender o que o professor
Tadeu queria. Nem bem terminou de falar tomou doze pauladas e oito riscos de
canivete. Isso além da tontura causada pelos
cinco cigarros de maconha que o fizeram fumar.
Analgésico
“O dinheiro não consegue aliviar todas as dores. Mas não deixa de ser um bom analgésico.” (Eulália)
ELA
Mentirosa e demente
Incapaz e inconsequente
E diante do comprovado
Por delações e documentos
Só resta à Coisa Ruim
Fazer-se de vítima eternamente.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Assinar:
Postagens (Atom)
-
“Eu também só uso os famosos produtos de beleza da Helena Frankenstein. ” (Assombração)
-
“Vó, a senhora já ouviu falar em algoritmo?” “Aldo Ritmo? Tive um vizinho que se chamado Aldo, mas o sobrenome era outro.”
-
BABY LAMPADA Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente ...