O advogado uruguaio-boliviano, Alejandro Melgar, passou os últimos quatro anos preso em uma cadeia de Montevidéu aguardado a decisão sobre um pedido de extradição apresentado pelo governo de Evo Morales. Melgar foi preso no dia no dia 23 de abril de 2012 em atenção a um pedido da polícia boliviana que alegava ter obtido junto a Interpol uma ordem de captura contra Melgar.
O governo de Evo Morales o acusa de terrorismo, em um caso controverso, no qual, o próprio Procurador que era responsável pela investigação confessou que tudo não passou de uma armação do governo para perseguir e incriminar opositores.
Nos primeiros dias que sucederam à prisão de Melgar, o escritório central da Interpol, com sede na cidade francesa de Lyon, enviou uma mensagem para as autoridades uruguaias negando que haviam pedido a captura. Segundo a mensagem (veja abaixo) a instituição disse que não atua em casos de características políticas. "Essa foi, para mim a primeira declaração oficial de minha inocência", disse à VEJA Alejandro Melgar em sua primeira entrevista concedida depois de ser solto na terça-feira passada.
Na última semana de dezembro, a Justiça uruguaia negou a extradição de Melgar e determinou que ele fosse colocado em liberdade, mediante uma série de condições. Apesar de o processo ter sido encerrado e de não existir nenhuma ação contra o ele, o Tribunal de Apelação determinou a apreensão de seu passaporte, o comparecimento semanal frente a um juiz e o pagamento de uma fiança de 100.000 dólares. "Assassinos e condenados por crimes da ditadura não foram submetidos ao rigor da Justiça, como Alejandro Melgar. O Uruguai errou ao prendê-lo e continua errando em não lhe garantir plenamente seus direitos", diz o deputado Jaime Trobo, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados do Uruguai. "Para mim, o caso de Alejandro é o Plan Condor 2".
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