
Outra ilustração perfeita dessa profundamente importante constatação é a deste homem que resolveu fabricar, também do zero, um simples sanduíche. Ele plantou o trigo para fazer o pão, retirou o sal da água do mar, ordenhou uma vaca para fazer o queijo e a manteiga, matou uma galinha para retirar o filé de frango, fez o próprio picles e teve até de extrair o mel do favo. Além de demorado, o processo custou cerca de US$ 1.500 dólares. (E, a julgar pela reação dele próprio, a qualidade do produto final foi medíocre).
Nesse sentido, a produção e a distribuição das próprias encíclicas nas quais Francisco critica o capitalismo são façanhas capitalistas. Para serem produzidas, elas requerem os esforços integrados de plantadores de árvores e de madeireiros (talvez na Alemanha), de trabalhadores das fábricas de papeis (talvez na Eslovênia), de produtores de tinta (talvez no Canadá), e de impressoras (talvez na Itália). E cada um desses fornecedores depende de inúmeros veículos para transporte (talvez construídos no Japão), de investidores (talvez em Nova York), de seguradoras (talvez em Londres), e de criadores de hardware (talvez na China) e de software (talvez em Seattle).
O capitalismo fornece até mesmo os meios e os instrumentos para se criticá-lo.
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