A presidente Dilma Rousseff parece disposta a corrigir o descompasso que ainda persiste no Brasil entre a gestão da política econômica – que sob o comando de Joaquim Levy retoma o curso da racionalidade -e a formulação e execução da política externa, que nos últimos doze anos tem sido marcada pela incompetência e a esquizofrenia.
Admirado pelo Partido dos Trabalhadores, onde chegou a ser considerado um expert em assuntos internacionais – por ter escrito alguns livretos de segunda classe e estabelecido o relacionamento do partido com gente como Muammar Khadaffi -o professor Marco Aurélio Top-Top Garcia, nosso chanceler de fato desde 2003, é o responsável por imensos danos e perdas causados ao País e que muito custarão a ser reparados.
Utilizando-se de ministros das Relações Exteriores subservientes e de pequena expressão (quatro, até o momento) o Garcia forjou um castelo de areia, baseado numa suposta aliança estratégica do Brasil com regimes autoritários e populistas da região que, enriquecidos por temporária valorização dos preços das commodities, acreditaram-se descobridores de alguma formula mágica para o sucesso de seus países.
Destaca-se, nesse contexto, o comportamento esquizofrênico de nossa política externa, antes referido, cuja principal característica é a perda de contato com a realidade. A descrição da doença psiquiátrica adequa-se ao nosso comportamento externo desde 2003, formado sob a base de alucinações e delírios.
Na Cúpula da OEA recentemente realizada no Panamá, o Brasil apresentou-se com modestíssima expressão, quase um ausente, no máximo como fosse uma república subordinada à Venezuela e à Argentina, os dois países sul-americanos que mais se destacam pela precaríssima situação econômica e pelo currículo de desrespeito aos direitos humanos e da cidadania.
O destaque do encontro foi Cuba. Na cerimônia de reintrodução do país caribenho à comunidade hemisférica, o Brasil - que doou, sem a autorização do Congresso Nacional, bilhões em projetos subsidiados em Cuba (projetos que, diga-se de passagem, não estão sendo pagos)- apresentou-se na condição de mero espectador. Uma vergonha!
A presidente Dilma pode não ter lá muita simpatia pelo Itamaraty e pelos assuntos de política externa, mas não é cega ao que vê. E o que vê é o Brasil sentado no banco de reservas, mesmo em momentos fundamentais da vida diplomática regional.
Ainda é tempo de se modificar o cenário. Em primeiro lugar, Dilma deve de fato visitar os Estados Unidos no próximo 30 de junho e ter longa conversa com Obama, com acadêmicos e empresários. Que não se emprenhe a presidente pelos ouvidos, pois para os marcos aurélios garcias da vida, a aproximação com os EUA significa uma imensa derrota.
Poderá a presidente mostrar que o Brasil pode se comportar com um País sério e confiável. Mas, importante, deve achar um modo de se livrar do Top-Top Garcia até junho. Seu afastamento muito vai enriquecer o Governo e o País.Novo emprego ele terá fácil, talvez como novo tesoureiro do PT, já que vem pregando abertamente o afastamento do atual, João Vaccari Neto.
Informação para os mais novos: O Top-Top que se agrega ao nome de Marco Aurélio decorre do gesto chulo que fez o petista ao tomar conhecimento de que acidente com avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em 2007 – e do qual resultaram 199 vítimas fatais – havia decorrido de falha técnica do aparelho e não de problemas com a pista do aeroporto, o que teria sido responsabilidade do governo.
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