segunda-feira, 13 de abril de 2015

12 de abril e a Lei da Ordem Espontânea

12 de abril e a Lei da Ordem Espontânea

Hayek IL
O socialismo erra em tudo, mas talvez todos os seus erros possam ser resumidos na crença de que a ordem pode e deve ser planejada. Como já disse David Hume, “Todos os planos de governo que pressupõem uma grande reforma na conduta humana são fantasiosos” − uma fantasia que sai muito cara quando experimentada.
A Teoria da Ordem Espontânea, primeiramente descrita pelo filósofo taoista Zhuangzi (século IV a.C ) e posteriormente explorada por tantos outros pensadores como Proudhon, Hayek e Rothbard, diz que a ordem é resultado da ação de incontáveis indivíduos agindo por si mesmos, dispersos e movidos por interesses e sob condições particulares, o que direciona o desenvolvimento de uma sociedade; ou simplesmente que a ordem é resultado da liberdade, não o contrário, como prega o socialismo.
Um bom exercício de raciocínio para se entender isso é analisarmos o desenvolvimento das línguas. Novas palavras surgem, desaparecem ou se estabelecem a despeito de toda e qualquer decisão acadêmica ou governamental. A academia tenta impor normas, dicionários e estilos enquanto, nas ruas, pessoas criam e consolidam expressões, novos significados e novas linguagens. Um governo pode proibir que empresas adotem nomes estrangeiros para si mesmas ou para seus produtos, mas nunca conseguiria impor uma forma pela qual as pessoas devem se comunicar no dia a dia. A língua portuguesa é um ótimo exemplo do quanto a Teoria da Ordem Espontânea – que se apresenta como Lei − está acima de qualquer controle central.
“ Sñor
Posto que o capitam moor desta frota a asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do achamento desta vossa terra noua que se ora nesta nauegaçam achou. nom leixarey também de dar disso minha comta a vossa alteza asy como eu milhor poder ajmda que pera o bem contar e falar o sabia pior que todos fazer./ pero tome vossa alteza minha jnoramcia por boa vomtade.”; são as duas primeiras frases da Carta de Pero Vaz de Caminha sobre a descoberta desse rebolante paraíso tropical.
A transformação da língua portuguesa se deu por meio de incontáveis interações voluntárias entre indivíduos, o que remete a TODAS as inovações tecnológicas que tornaram a vida humana melhor. Nada do que nos cerca foi obra de algum governo. O único papel do Estado no desenvolvimento humano foi o de regulador das liberdades,  tendo se desenvolvido mais as sociedades que usufruíram de mais liberdade.

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