quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Astor Wartchow - A Grande Contradição

Uma das contradições mais profundas no comportamento do eleitor e cidadão brasileiro diz respeito a sua preferência pela ação e presença do Estado combinada com o desprezo que tem pelos políticos.

Infantil e estupidamente, é como se ignorasse que os gestores do Estado (o Poder Executivo, especialmente) serão aqueles eleitos por ele.
Responsabilizamos o Estado por tudo. Diante de qualquer frustração pessoal e coletiva, corre-se diretamente ao Estado, aos seus gerentes e interlocutores, os políticos. Mas não são eles os objetos e alvos diários de nossa crítica e ojeriza? Qual é a novidade?
Só na cabeça de um cidadão ingênuo ou de um romântico ideólogo partidário poderia o Estado nos proporcionar algo útil sem que houvesse uma particular contrapartida fraudulenta. Afinal, o tamanho da corrupção corresponde ao tamanho do Estado.
Se mesmo em nações com elevado nível de consciência política e educação básica e superior, e que têm uma compreensão sobre a importância do serviço público e da ação do Estado, ocorrem atos de desvios e abusos, que diria em nossa pobre, miserável e inculta comunidade?
Evidentemente, as coisas não começaram ontem. Trata-se de uma má formação histórica. A contradição tem raízes coloniais e patrimonialistas. Em vários momentos da história os interesses e a onipresença da burocracia estatal e dos aparelhos político-partidários se confundem e confundiram com questões nacionais, perturbando nossa formação social.
Nos últimos anos, porém, a situação agravou-se haja vista a ascensão (ao poder) de uma visão intervencionista e estatizante absoluta.



Ou seja, nada é tão ruim que não possa piorar!

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