Já rebati aqui os “argumentos” de Francisco Bosco, hoje recompensado por sua bajulação ao governo de esquerda com a presidência da Funarte, quando ele resolveu sustentar que fazer piadas contra a “maioria opressora” era legítimo, mas contra as “minorias oprimidas” jamais.
O tema é interessante por expor a hipocrisia dos “progressistas”, autoritários em cada fio de cabelo, mas que gostam de posar de “tolerantes”. Não possuem preconceitos, a menos que o alvo seja um evangélico: aí também já é pedir demais, né?
A coluna de hoje de Luiz Felipe Pondé fala do assunto, e esfrega na cara dos “inteligentinhos” sua falta de ética, ou seja, de caráter, assim como sua covardia. O fato de que os mesmos tiveram reações diametralmente opostas quando chargistas franceses foram mortos por terroristas islâmicos e quando evangélicos tentaram passar lei que proíbe piada com Jesus comprova a falta de princípios da turma. Diz Pondé:
Tem muita gente com medo dos evangélicos. Acho que deve ser trauma de infância. Talvez essa gente tenha sofrido na escola bullying de algum evangélico mais forte ou de alguma evangélica mais bonita.
A tentativa de criar uma lei multando quem fizesse piada com ícones religiosos (leia-se Jesus) deixou os inteligentinhos com medinho.
O assunto é sério. Primeiro, deixo claro que sou contra essa lei. E mais: sou contra toda e qualquer forma de proibição sobre o humor. Mas aqui é que a coisa pega. Os inteligentinhos só defendem a liberdade de expressão no que interessa a eles. Por isso, quando reclamam contra essa lei absurda, soa “fake”.
[…] Óbvio: a falha nos inteligentinhos não é intelectual, mas ética. […]
Lembremos o que muitos inteligentinhos corretinhos falaram quando aconteceu a tragédia do jornal francês “Charlie Hebdo” em janeiro.
Na época, os bonitinhos disseram coisas como: os cartunistas não respeitaram “o outro”. Adoro excepcionalmente essa coisa do “outro”. Disseram também coisas como: só se pode fazer piadas com opressores. Ao longo dos anos fui percebendo que uma das maiores falhas de caráter hoje em dia, no que se refere ao debate público, é gente que sempre coloca essa coisa de “oprimidos x opressores” quando vai analisar o mundo. Gente séria não usa isso como argumento. Em 200 anos rirão desse argumento.
[…]
Quer dizer que piadas com Jesus tá valendo, mas com o profeta não? Claro, o cristianismo é o “opressor” e blablablá. Eis a evidência máxima da incoerência de quem critica piadas com o islamismo, mas acha que tudo bem piadas com o cristianismo.
Minha hipótese é mais embaixo: bonitinhos são normalmente medrosos e, por isso, têm medo (com uma certa razão) do islamismo, porque essa moçada não vota no PSOL e não “cobra multa” para quem ofender o profeta.
[…]
Mas aqui surge a última questão: o fato é que os bonitinhos acham legal falar mal do cristianismo porque se movem por meio de argumentos do tipo “piadas só com os opressores”, e, com isso, garantem seu mercado particular de piadas, mas complica o mercado dos outros.
“Follow the money” sempre é uma boa ideia para descobrir motivações escondidas. Principalmente quando tratamos com gente que trabalha “contra a opressão”.
Touché! E que pena que desta vez não havia a coluna na página anterior do Greg, pois sem dúvida seria mais um caso de coincidência no qual o “humorista progressista” seria desmascarado pelo filósofo. O pobre coitado foi salvo pelo gongo, e poucas vezes essa mensagem lhe poupou tanto constrangimento:

Piada é assunto sério. O humor é fundamental numa sociedade livre. Os “autoritários do bem” estão conseguindo destruí-lo com seu puritanismo progressista, tudo em nome da proteção das “minorias”. Mas claro que os outros também vão aprender a jogar o jogo e vão reagir na mesma moeda. Resultado: cada vez mais gente clamando pela coerção estatal para calar os humoristas, pois se acham no direito sagrado de não se sentirem “ofendidos”. Que mundo chato!
Rodrigo Constantino
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