A maior parte gostou do desempenho de Dilma no primeiro mandato, embora fosse um tempo de desmonte do país. Ainda que todos soubessem que o país naufragava, a maioria optou pelo naufrágio. Paciência, a vontade da maioria tem que prevalecer. Se entre os que votaram nela alguns possam estar arrependidos, que na próxima pensem na seriedade que é uma eleição. A responsabilidade é tão grande que eleitores do eleito tornam-se cúmplices do que o vitorioso tenha feito ou vier a fazer. Sei que muitos eleitores de Dilma reconhecem que foram ingênuos e enganados facilmente. Pode ser até uma virtude reconhecer o erro, ainda que tardiamente. Aliás, virtude que a presidente não tem. Ela continua pensando que fez tudo certo e que o mundo é que conspira contra o Brasil, que a burguesia e o capitalismo conspiram contra ela, inclusive a imprensa golpista.
Seria bem mais racional, simpático e inteligente reconhecer que uma série de gigantescos erros econômicos e políticos cometidos por ela é que nos levaram a esta situação, em que empresas estão quebrando e assalariados se desempregando. Anunciam seus porta-vozes que é precisa diálogo e união, mas ela não muda o linguajar arrogante e desafiador. Assim vai ser difícil evitar a solidão. Fico lembrando do apelo final de Collor presidente: “Não me deixem só”. A propósito, ela acaba de aceitar sugestões do ex-ministro de Collor, Renan Calheiros. Se quiser tomar a iniciativa de diálogo ela terá que começar por seu próprio partido. Enquanto a Lava-Jato vai descobrindo que o Mensalão nunca acabou e começou quando começou o governo Lula, a presidente dizia no Maranhão que é preciso primeiro pensar no país, depois nos partidos. Foi o contrário do que o partido dela tem feito há mais de 12 anos. Como ainda temos três anos e meio pela frente, alguém precisa de uma panela mágica que percutida com uma varinha de condão, possa salvar o país que despenca.
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