quinta-feira, 18 de junho de 2015

EDITORIAL, ZERO HORA - SINDICATOS SEM CONTROLE

O sindicalismo brasileiro, que tem protagonismo histórico na construção das relações de trabalho e na geração de lideranças com expressão política internacional, tem a obrigação de fazer um reexame interno de condutas. Situações que se multiplicam pelo país, como as mostradas pelo programa Fantástico, no domingo, são comprometedoras para a imagem das entidades.

 A reportagem abordou casos em que sindicatos, como o dos comerciários do Rio, são tomados por uma família e seus cúmplices e passam a ser geridos como uma empresa perdulária. Mesmo que tais fatos configurem exceções, a realidade tem mostrado que atitudes delituosas não são tão raras, nas mais variadas atividades. O que os exemplos mostrados revelam é a total falta de controle das ações de pessoas que se perpetuam nos cargos ou criam verdadeiras dinastias, com integrantes dos mesmos grupos atuando em rodízio em cargos de comando.

Além das falhas de fiscalização interna, os sindicatos desfrutam de complacência das autoridades, ou não continuariam agindo impunemente. Um dos líderes sindicais já indiciado chegou a representar o Brasil em um evento internacional, por deferência do governo federal. Não há desculpas para o fato de que, além desviarem recursos das entidades que deveriam representar, esses dirigentes continuem agindo. Os casos abordados indicam falhas na vigilância, enquanto alguns enriquecem com as contribuições compulsórias dos trabalhadores. É evidente a omissão do poder público, especialmente do Ministério do Trabalho, na fiscalização e no controle dessas organizações que se desvirtuaram pela falta de transparência e sob o respaldo de legislações ultrapassadas.

Do blog do Políbio Braga

*Discordo que os descalabros são excessões. Famílias tomarem conta de sindicatos por décadas é regra e não exceção, pelo menos em minha cidade.

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