“A verdade é que eu fui muito um grande amante no tratamento
com as prostitutas. As de antigamente, na minha juventude pelo menos, tinham
uma espécie de sabedoria, uma experiência da vida que não encontrei em nenhuma
outra parte. Eu frequentava-as muito na Romênia, e aprendi muito, porque me
agradava falar com elas. Bem, não só falar, é claro! Em minha breve temporada
como professor de instituto falava a meus alunos que não queria vê-los pelos
bordéis a partir das nove da noite: nesta hora começava o turno dos
professores… Certa noite, uma disse-me que seu marido acabara de morrer. Era
jovem, bonita. Disse-me que quando fazia amor com alguém via o cadáver do
marido na cama, a seu lado. Deve-se ir aos bordéis para escutar coisas tão
profundas! Por mais duvidoso que seja esse romantismo, sempre se aprende algo.”
Emil Cioran (Rășinari, 8 de
abril de 1911 — Paris, 20 de junho de 1995) foi um escritor e filósofo romeno
radicado na França. Em 1949, ao publicar "précis de decomposition",
passa a assinar E.M. Cioran, influenciado por E.M. Forster -esse "M"
não tem nenhuma relação com outros nomes do filósofo (como Michel, Mihai, etc.)
Um dos melhores conhecedores da obra de Cioran é o
filósofo espanhol Fernando Savater
Wikipédia
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