"Foi uma alfinetada com classe na presidente Dilma", escreveu hoje no seu blog o jornalista Martin Behrend, que registrou a manifestação de ontem do presidente da influente Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha, Marcelo Clark Alves, ao protestar contra a demissão da economista que trabalhava no Banco Santander, atingida por Dilma e seus companheiros do PT. Leia como foi tudo:
O presidente da ACI fazia a apresentação do convidado do evento Prato Principal, realizado hoje na Sociedade Ginástica. O economista-chefe do Banco Cooperativo Sicredi, Alexandre Barbosa, havia agendado presença há meses e veio falar sobre "Cenário e Perspectivas Econômicas para o Brasil". Tendo como base o rumoroso caso da demissão de funcionário do banco Santander, após ele repassar orientações sobre investimentos para clientes a partir da reeleição de Dilma ou da vitória de outro candidato, Alves foi bem claro: “Aqui na ACI economista pode falar. Inclusive de questões de governo, pois isto é importante para o futuro do país. Tenho receio deste tipo de postura envolvendo censura”, declarou.
Mais adiante, Marcelo Alves lembrou que após o episódio do Santander – com ameaças públicas de Dilma – foi repensada a presença de Alexandre Barbosa a fim de evitar qualquer constrangimento. Feitas as avaliações, a entidade manteve a agenda por entender que a pauta é relevante e ficava acima de qualquer interesse partidário.
Na abertura de sua fala, o palestrante deixou bem claro que faria uma análise técnica e que o momento exige cuidados, pois as opiniões se misturam mesmo não tendo qualquer conotação política. Ao final da elogiada palestra, questionei Barbosa sobre qual é a ética de mercado: se um banco deve ou não deve mostrar para seus clientes como será o futuro da economia com diferentes presidentes. Ele disse, longe do microfone, que os bancos podem e devem repassar esta informação caso sejam questionados por seus clientes.
Minha opinião: um funcionário do Santander foi demitido por falar para clientes aquilo que considerava verdadeiro. Ele foi instruir clientes sobre como investir seus patrimônios. E, por ser profissional, foi demitido. Esta é a ditadura brasileira – com alguns traços de democracia.
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