terça-feira, 26 de agosto de 2014

Caio Blinder- Muçulmanos protestam contra o terror. Mais, mais, mais.



Protesto contra o terror islámico no Irã. No Irã?
Protesto de iraquianos contra o terror islâmico no Irã. No Irã?
No domingo, VEJA.com destacou uma reportagem sobre uma subcultura jihadista na Gr ã-Bretanha que seduz os jovens e engrossa as fileiras do grupo terrorista Estado Islâmico. Reportagem pertinente devido ao sotaque britânico do carrasco do jornalista americano James Foley  (o suspeito-chave pelas informações é o rapper Abdel Majed Abdel Bary, de 23 anos) e ao temor do retorno destes jovens para casa para a missão terrorista, depois do estágio no Oriente Médio. É uma subcultura que prospera na Internet, nas redes sociais, vergando-se ao “jihadismo cool”. Ser terrorista no deserto se tornou uma coisa bacana e cosmopolista. E como deve ser combatido o “jihadismo cool”? Para começo de conversa, dentro da própria Internet, das redes sociais. Moçada, it’s not cool!
Sites e blogueiros islamofóbicos na sequência da decapitação de Foley pelo Estado Islâmico, do qual ele era refém, se esbaldaram para despejar suas diatribes, inclusive questionando a integridade do “pobre” jornalista. O tom geral nesta subcultura islamofóbica é apontar a perdição total de uma religião e o estado de negação de dirigentes ocidentais diante do problema.
Sem dúvida, comunidades islâmicas precisam se posicionar vigorosamente contra ensandecidos que falam, decapitam e praticam genocídio em nome de uma religião. Trata-se uma tarefa mais urgente do que nunca para neutralizar a diatribe islamofóbica de que o islamismo é uma causa perdida. Afinal, onde está a maioria moderada, em contraponto ao jihadismo e sua celebração tão cool?
A reportagem de VEJA.com traz as palavras de alerta de lideranças da comunidade islâmica na Grã-Bretanha e o veterano jornalista Bobby Gosh, agora no promissor site Quartz, observa que extremistas -e alguns dos mais sofisticados terroristas – têm usado plataformas da mídia social, mas o Twitter e o Facebook também estão mais sofisticados para se desfazer das ervas daninhas.
É vital que a mídia social também sirva de plataforma para muçulmanos rejeitarem a visão niilista do fundamentalismo islâmico e dos grupos terroristas. Bobby Gosh diz que a ascensão de um culto da morte como o Estado Islâmico foi saudada por um coro de condenação entre muçulmanos no mundo inteiro, que ficou mais barulhento com suas recentes atrocidades no Siraque (Síria + Iraque). O drama é que estas recentes atrocidades também serviram de alavanca para o recrutamento de militantes na Europa. Por este motivo, é preciso ágil convicção de comunidades islâmicas no combate a esta Internacional Jihadista.
Bobby Gosh termina seu texto, dizendo que jamais iremos nos livrar de pessoas que colocam todos os muçulmanos na mesma categoria dos sádicos do Estado Islâmico, mas que a Internet se tornou um espaço vigoroso de condenação islâmica ao radicalismo e ao terrorismo praticado por muçulmanos em nome da religião. Gosto do Bobby Gosh desde os tempos em que ele escrevia na revista Time, mas a foto que ilustra seu texto (e o meu) é enganosa, é constrangedora. Ela mostra iraquianos protestando no Irã contra o terror do Estado Islâmico. No Irã, Bobby, e com os manifestantes carregando fotos do aiatolá Khamenei? No Irã, Bobby, país dominado por uma teocracia que sustenta o terror global, o regime genocida do ditador sírio Bashar Assad e milícias xiitas no Iraque metidas na espiral de violência sectária.
Da minha parte, eu quero um coro ainda muito mais barulhento de denúncia ao “jihadismo cool” (e ao terror islâmico, em geral), assim como de condenação do anti-semitismo que está em alta na Europa.

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