segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Alexandre Garcia- Aloprados

Na última sexta-feira, dia 8, o jornal O Globo revelou mais um escândalo; saíram de computadores do Palácio do Planalto alterações fantasiosas e ofensivas nos perfis da Wikipedia dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg. Aloprados que têm acesso a computadores da Presidência da República teriam feito o vergonhoso trabalho. Por coincidência histórica, naquele mesmo dia fez 40 anos que o presidente Nixon renunciou por causa do escândalo de Watergate. Aloprados da Casa Branca haviam invadido o escritório do Partido Democrata no edifício Watergate, para plantar microfones e espionar o adversário na campanha eleitoral. Nixon alegava não saber de nada, ganhou a reeleição, mas quando investigações de dois repórteres do Washington Post revelaram que ele estava próximo de tudo, acabou tendo que renunciar. Agora temos, no Brasil, uma atualização de Watergate, na versão digital, fazendo na internet o que os soviéticos no poder faziam com os que haviam caído em desgraça, alterando fotografias. 

Mesmo depois da denúncia exposta na sexta-feira, ainda fizeram mais uma alteração no perfil de Miriam Leitão. Ousados e confiantes na impunidade, já que a primeira reação da Presidência da República fora de que seria impossível identificar os responsáveis. A pressão cresceu e a presidente, na rua em São Paulo, acabou sendo perguntada a respeito. Respondeu que a ação é “inadmissível” e que iria constituir uma comissão interministerial para investigar autoria. Ora, para descobrir de onde saiu a intromissão, basta chamar um ou dois especialistas da Polícia Federal e esperar meia hora. Esses aloprados vêm de longe, desde o governo Lula, que lhes deu o nome, quando vagavam com mala cheia de dinheiro ou com dinheiro na cueca. Agora a contadora do doleiro Youssef conta à Polícia Federal que malas cheias de dinheiro continuam a circular. Aloprados compraram uma refinaria no Texas gastando mais de 1 bilhão de dólares por algo que não valia 50 milhões. 

A propósito, a aloprada manutenção dos preços dos combustíveis derrubou em 25% o lucro da Petrobrás no primeiro semestre e aumentou a dívida da estatal para 241 bilhões de reais. Com preço baixo de gasolina a alopragem faz fechar usinas de álcool, sem mercado. E para enxugar o gelo, o cúmulo da ação aloprada: agora querem adulterar a gasolina com 27,5% de álcool. Nenhum país do mundo adiciona mais de 10% de álcool em motores a gasolina; só chega a 15% em motores flex. A alopragem deve estar por trás da medida provisória que desorganizou todo o setor elétrico; a Eletrobrás está definhando. Os aloprados devem estar felizes por demonstrar que têm mais competência que o governo neoliberal na tarefa de acabar com a Petrobrás e a Eletrobrás. O BNDES que se cuide, financiando obras na falida Cuba. E os aloprados do fundo de pensão dos Correios conseguiram comprar quase 200 milhões de títulos podres da Argentina. Aloprado fica mais nervoso quando embarca em ano eleitoral, e faz ainda mais besteira. Deve se por causa da mala. -

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