terça-feira, 23 de junho de 2020

OPUS DEI

Opus Dei! Gregório ouviu essa palavra pela primeira vez num velório coletivo de uma família vitimada por febre amarela. Não sabia o que significava, mas dentro de qualquer conversa banal,antes de meter a colher , dizia com ares de sabedoria: OPUS DEI! Abria uma cerveja e antes do primeiro gole, Opus Dei! Chupava bala, Opus Dei! Sei time fazia um gol, Opus Dei!  Os pobres colegas ignaros admiravam o latim gregoriano. Não tinha nem quarenta anos quando começou a namorar uma bela mulher, Janaína,  tanto bela de rosto quanto de corpo. Corpão de torcer pesçoso e  cair da janela. Na primeira noite íntima do casal, na segunda, na terceira, nada. Tomou uns remedinhos para disfunção e o biscoito dele nem bocejou. Mandou fazer mandinga, reza da brava, e o danado lá, mais murcho que balão em fim de festa de alfinete. Já desanimada pela festa não realizada, só restou para Janaína dizer para ele, vendo o membro moribundo entre lençóis de seda: "É querido Gregório, é Opus Dei sem dúvida!". Para ele só restou estapear o danado e ir para o banho iluminado pela desgraça.

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