sábado, 25 de abril de 2020

OPINIÃO- POLÍBIO BRAGA

Fortalecido politicamente pelas duas mais controversas posições na condução do combate à pandemia do vírus chinês (confinamento+cloroqujina), mas conduzido como nunca a um confronto político capaz de resultar em ruptura institucional (golpe parlamentar ou auto-golpe), o presidente Jair Bolsonaro decidiu buscar uma composição com a maioria formada dentro do Congresso, no caso com o Centrão (PTB, DEM, MDB, PR e PSD). A fala de domingo do ex-deputado Roberto Jefferson fez parte do pacote e a inevitável renúncia do ministro Sérgio Moro, ameaça permanente aos políticos, foi a cereja do bolo. O presidente optou pela composição para se manter no governo, levando adiante o que puder da causa, porque percebeu que apenas milhões de pessoas nas ruas poderiam protegê-lo do golpe de Estado parlamentar em curso rápido e ainda assim sob risco de romper o estado democrático de direito. A presença de milhões de pessoas nas ruas era urgente para conter o golpe a tempo e nem seria possível em plena crise de pandemia. A inesperada demissão do chefe da PF, sem aviso prévio e sem o assentimento do ministro, foi sinal de que um dos principais peões do governo seria sacrificado - e às pressas. Os golpistas do Eixo do Mal (Maia, Alcolumbre, Dias Toffoli, Rede Globo, PT, DEM, PSDG, governadores e seus asseclas da esquerda, empresários patrimonialistas) estavam caminhando rápido demais, sempre sob a liderança de Rodrigo Maia, e era preciso contê-los.

Começou o Governo Bolsonaro 2.0.  Isto chama-se reapolitik (CLIQUE AQUI para saber do que se trata). Toda a discussão enfadonha sobre as razões de um ou de outro é periférica, embora possa transformar-se na razão principal, dependendo das circunstâncias.

É isto.

O presidente decidiu mudar a formação do seu governo, incluindo indicações de parlamentares e de líderes partidários para cargos de relevo, inclusive ministérios. Não foi por menos que sua agenda passou a incluir os líderes do MDB, PSD, PTB, DEM e PR, mas não apenas eles. Vai começar um governo de semi-coalizão.

Aos parceiros que chegarão, estabeleceu estas duas pré-condições:

Ajuste fiscal

Rompido o ajuste fiscal em função do vírus chinês, o governo, no entanto, retomará as medidas de ajuste fiscal assim que se estabelecerem as pré-condições objetivas e subjetivas de dado momentos econômico e social.

Valores sociais e de legalidade
Bolsonaro não abrirá mão do combate à corrupção e do restabelecimento dos princípios da legalidade e da moralidade.

Os novos auxiliares do governo serão aceitos mediante duas condições:

1) Não podem ser lulopetistas e assemelhados.
2) Precisam ter ficha limpa.
às 4/24/2020 10:26:00 AM

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