Depois da
cirurgia cerebral ele se encontra deitado na cama de ferro, imóvel sobre alvos
lençóis. De hora em hora uma enfermeira vem para ver como ele se encontra.
Observa sua pressão e sai. Na parede um quadro solitário da Santa Ceia faz
companhia ao homem que dorme sedado. Sobre o criado mudo não há nada, nem mesmo
um copo ou uma revista qualquer. O soro desce em lentas gotas e o rosto do
enfermo aos poucos ganha cor. Lá fora, entre nuvens, aparecem pedaços do azul
do céu. No canto esquerdo do quatro está largado um pequeno sofá marrom que
aguarda para acolher uma visita qualquer. Já faz quatro horas que a operação
foi realizada. O homem abre os olhos e se mexe um pouco. A enfermeira chega,
ele pede: “Onde estou?” Ela fazendo um olhar de mãe diz que ele está no
Hospital Samaritano, sofreu uma cirurgia para extirpar um pequeno tumor no
cérebro e que correu tudo bem. “Tudo bem nada!” - diz ele. Sou o encanador, vim
até aqui apenas para consertar um vazamento e acabei caindo no banheiro. E
agora me acontece isso?”
terça-feira, 14 de janeiro de 2020
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
“Eu também só uso os famosos produtos de beleza da Helena Frankenstein. ” (Assombração)
-
“Vó, a senhora já ouviu falar em algoritmo?” “Aldo Ritmo? Tive um vizinho que se chamado Aldo, mas o sobrenome era outro.”
-
BABY LAMPADA Coisa própria da juventude; o afobamento, o medo do futuro, não ter o apoio da família; tudo isso faz do ser inexperiente ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.