quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

ANO 2250 D.C. NA SAVANA


ANO 2250 D.C. NA SAVANA

Há poucos dias foi inaugurado na savana o primeiro restaurante vegetariano. Os ex-carnívoros são os maiores clientes.
É noite de sábado.
Os jovens leões Joel e Ariel entram no estabelecimento e procuram uma mesa de canto para melhor observaram as novinhas peludas que frequentam o novo lugar da moda. Dão uma olhadela no cardápio e pedem um sanduba de brócolis com repolho refogado.
Numa mesa próxima a família de Irene Hiena lambe os beiços comendo rocambole de cinamomo ao molho de sassafrás. Apenas o pequeno Tito Hiena prefere uma mistura de folhas verdes ao bafo de alho.
 No lado de fora à sombra estão  Leonildo Leopardo e esposa, saboreando bife se soja à parmigiana com suflê de mandioca. Conversam sobre o tempo quente e os filmes que fazem sucesso na velha África. 
Adentram ao recinto rebolando suas enormes bundas Arno Rinoceronte e Adélia. O garçom já sabe o que vão querer: Gramíneas ao molho de jabuticaba e amoras ao rum.
Perto da janela da direita Gil e Guel guepardo saboreiam picanha de cactos e lembram do passado saudoso quando seus pais corriam pela  savana, caçando antílopes e veadinhos em dias ensolarados. “Pois é diz Gil, agora somos todos vegetarianos, para sempre.” Guel responde: “Por enquanto Gil, por enquanto. Parece que já estão dizendo por aí que brócolis têm alma.”

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