SEM
SOMBRA
Ele tinha certa dificuldade em fazer amigos. Para
dizer a verdade não tinha nenhuma facilidade em se aproximar de alguém. Para
uns era um grande chato, para outros apenas um jovem profundamente melancólico.
Algo que Joel não sabia era sorrir, sempre taciturno, vivia para si. Naquela
cidade não havia por certa pessoa mais solitária e triste; sua única amiga era
uma televisão de 20 polegadas que dele não podia fugir. Do trabalho no banco
para casa e nada mais. Não tinha empregada em casa nem bichos para cuidar.
Pensou num cachorro, mas logo desistiu, não queria ter o trabalho de limpar sua
sujeira. Teve sua tragédia pessoal quando sua noiva o trocou por outra. Não
reagiu, não lutou nem um pouquinho para sair da tristeza, apenas entrou no baú
dos solitários. E foi assim que um dia sua própria sombra resolveu deixá-lo,
abandonando um corpo quase já sem vida. E quando o sol mostrava seu brilho e
calor Joel caminhava pelas ruas sem ter sequer a própria sombra por companhia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.