SOLIDÃO
Mochila nas costas,
aposentado e feliz com a própria solidão, o bombeiro Inácio caminhava na
madrugada por uma estrada erma e poeirenta, curtindo a natureza e buscando um
novo projeto para enriquecer o viver. Ouviam-se alguns sons na mata e o ladrar
de cães de moradas distantes. A lua brincava sem vergonha de esconde-esconde
entre nuvens claras. Sem demora topou com um rio estreito e de corredeiras
bravas. Sentou-se à beira e aguardou o amanhecer. Quando o sol mostrou sua face
jogou-se n’água e nadou até o outro lado. Nada temeu, pois, era um bicho de
rio. Então entre árvores separadas fez uma fogueira e esquentou um enlatado de
feijão. Após ferveu água do rio e matou sua sede em paz. Antes do meio-dia
admirou o céu muito azul, encontrou uma trilha e seguiu pela mata. Pássaros
coloridos fazendo belos trinados, micos e esquilos saltitando encantavam o
caminhante. Mais adiante observou de entre arbustos alguns jovens acampados,
que bebiam, ouviam música alta de péssima qualidade e faziam brincadeiras sem
graça e brutais. Meneou a cabeça, ficou mais um pouco onde estava, voltou à
trilha e seguiu acariciando seus ouvidos com encantadores trinados e seus olhos
com plumagens de muita cor.
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