terça-feira, 10 de setembro de 2019


SOLIDÃO
Mochila nas costas, aposentado e feliz com a própria solidão, o bombeiro Inácio caminhava na madrugada por uma estrada erma e poeirenta, curtindo a natureza e buscando um novo projeto para enriquecer o viver. Ouviam-se alguns sons na mata e o ladrar de cães de moradas distantes. A lua brincava sem vergonha de esconde-esconde entre nuvens claras. Sem demora topou com um rio estreito e de corredeiras bravas. Sentou-se à beira e aguardou o amanhecer. Quando o sol mostrou sua face jogou-se n’água e nadou até o outro lado. Nada temeu, pois, era um bicho de rio. Então entre árvores separadas fez uma fogueira e esquentou um enlatado de feijão. Após ferveu água do rio e matou sua sede em paz. Antes do meio-dia admirou o céu muito azul, encontrou uma trilha e seguiu pela mata. Pássaros coloridos fazendo belos trinados, micos e esquilos saltitando encantavam o caminhante. Mais adiante observou de entre arbustos alguns jovens acampados, que bebiam, ouviam música alta de péssima qualidade e faziam brincadeiras sem graça e brutais. Meneou a cabeça, ficou mais um pouco onde estava, voltou à trilha e seguiu acariciando seus ouvidos com encantadores trinados e seus olhos com plumagens de muita cor.




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