quarta-feira, 11 de setembro de 2019


CAFÉ DA MANHÃ

O branco que dormia sereno sobre a mesa foi cortado ao meio. A faca com suas afiadas serras deslizou sobre a superfície cremosa e lambuzou o corpo partido com abundância. Feito o trabalho a bocarra cheia de dentes entregou-se a realizar seu intento com voracidade, deixando filhotes de creme espalhados pelos cantos dos lábios. O filho do trigo fora finalmente estraçalhado e no ato misturado ao creme saboroso. A grande batalha da fome estava vencida. A bocarra ainda sorveu de líquido negro fumegante e de bom odor antes o ato final.

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