segunda-feira, 4 de março de 2019

NOVIDADES NO IMPASSE VENEZUELANO 
Percival Puggina


 Concluída sua peregrinação pelos países vizinhos e seguindo uma rota de ingresso não revelada, Juan Guaidó afirmou ontem que estava retornando à Venezuela. Em tese, seu mais provável destino, seria a cadeia. Tampouco parece possível que se mantenha como foragido no próprio país dada a convocação que fez para novas e fortes manifestações oposicionistas em sequência a seu retorno. Em artigo publicado também ontem no periódico El país, Carlos Alberto Montaner afirma, referindo-se ao emprego de força militar contra o regime de Maduro: Não obstante, é improvável a utilização dessa força militar, a menos que matem ou detenham ao presidente interino Juan Guaidó quando regresse à Venezuela. Essa é a linha vermelha desenhada pela administração de Donald Trump no conflito venezuelano. Um porta-voz do governo norte-americano o disse claramente: “Se tocam em Guaidó, essa seria a última decisão tomada por Maduro”. Como assinalou acertadamente o jornalista Andrés Oppenheimer, Nicolás Maduro encara um dilema em quem não pode ganhar. Se mata ou detém Guaídó, enfrentará a imediata demolição de seu regime. Se não o faz assassinar ou deter, perderá a autoridade e o controle sobre o país a médio ou longo prazo. É bem nisso que dá enfrentar militarmente personalidades como Maduro. Guaidó pediu aos países do Grupo de Lima uma intervenção militar, que produziria vítimas entre os lados em conflito. É interessante e elogiável que ele se tenha disposto a dar o exemplo, oferecendo-se como provável primeira vítima para alcançar a solução que propõe. Temendo essa possibilidade, aliás, Guaidó deixou uma série de vídeos gravados com orientações para os próximos passos a serem seguidos pela oposição.

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