JEAN
Jean rapaz; Ele não estuda, não trabalha, não projeta o futuro, vive
apenas o presente aprisionado por pesadelos e fantasmas. Caiu no poço da
desgraça faz tempo, não consegue sair. Grita ”meu pai me ajude, minha mãe me ajude!
” Porém onde eles estão não podem mais
ouvi-lo e os amigos de outrora estão na mesma situação de desespero; presos ou
então mortos. Encostado numa calçada imunda, fedendo a suor reciclado no
próprio corpo, entre uma crise e outra compra uma pedra. Consegue o alívio que dura pouco, o
sofrimento retorna dobrado. Assim são os seus dias de vedador. Não há luz,
somente escuridão-sofreguidão. Mas ele
quer não quer continuar assim. Fácil foi
entrar nesse labirinto de perdição, difícil é encontrar a porta de saída quando
a força maior do vício não deixa. Algumas mãos já passaram pela sua frente
oferecendo ajuda e foram enxotadas. Uma pena; a vida de Jean está ficando sem
tempo.
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