AS CORES
DA DOR
Fumaça e álcool sempre transitavam pelo corpo de
Marcos. Como um torpedo negro voava com seu automóvel pela via escura, e sem
dizer um ai grudou-se na carroceria de um caminhão carregado. A cola foi seu
próprio sangue vermelho, misturado com a carne moída. Pais marrons de dor
choram agora em desespero. Estão verdes
de constrangimento os amigos que sempre incentivaram suas loucuras. O corpo jaz
branco no caixão envernizado. E agora? O que resta senão lamentar e chorar?
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