SOLIDÁRIOS
Começo do século XIX. Uma grande epidemia de
gripe dizimou metade do povo brasileiro. Nas pequenas vilas do nordeste em que
a ajuda não chegou a tempo os mortos estavam nas ruas. Sem comida e sem
remédios o povo fugia desesperado levando apenas algumas roupas.
Saídos da pequena Maracéu no interior do Ceará
vinte casais e seus filhos em fuga caminharam por meses em busca de um lugar
seguro para ficar. Unidos, todos se ajudaram nos momentos difíceis de
enfermidades e fome. Repartiam bolachas e grãos de feijão. Nas horas de
desespero e abandono um casal apoiava o outro, solidários e cheios de afeto.
Enfrentaram juntos temporais e o pranto de saudade dos queridos mortos. Diante
da desgraça pareciam irmãos de sangue. Aconteceu então o dia em que a vintena
de desterrados e seus rebentos entraram numa fazenda abandonada e encontrou
além de cadáveres por todos os lados uma
maleta com diamantes abandonada num canto. Felizes pelo achado enterraram os
mortos e descansaram.
Planejaram que quando estivessem em um lugar
definitivo dividiriam o montante em partes iguais. Foram dormir com a esperança
de um amanhã melhor e que sem dúvida seria um bom recomeço. Porém durante a noite
dois lobos se apresentaram. Enquanto todos os demais dormiam o casal Noronha
partiu levando o pequeno tesouro da comunidade. Nunca mais foram vistos.
MORAL- Feijão e pão seco são fáceis de repartir, o
duro de repartir é a picanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.