Na década de 1960/ 1970 poucos tinham automóveis na
minha Chapecó. Então todo enterro tinha serviço de transporte de ônibus para
familiares e amigos. Era importante que
todos pudessem ir até o campo santo para dar o último adeus aos que partiam.
Havia também o fato de quanto mais gente no enterro, mais considerado era o
defunto. Mas havia um caso especial; as
irmãs Martinez; Ana, 11, Cláudia, 13, e Mirtes, 14. Fosse onde fosse o velório
não faltavam às irmãs Martinez, com suas carinhas sérias e olhos lacrimejantes. Com chuva ou sol, longe ou perto, lá
estavam. Acredito que na maioria das vezes nem sabiam quem era o falecido; o
negócio delas era rodar. Olhava-se para
o ônibus e lá estava o trio curioso grudado nas janelas rumando ao cemitério. O
falecido era o que menos interessava; o importante era passear de coletivo, ter
coisas para contar. Elas cresceram, foram embora do lugar, os tempos são outros,
não vejo mais ônibus nos enterros e nem as irmãs pelas ruas.
terça-feira, 10 de julho de 2018
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