Faz vinte anos que sou um fantasma. Hoje resolvi visitar
meu túmulo, matar saudade da última morada do velho corpo. Encontrei vasos
quebrados e intacto ainda um vidro de Nescafé que outrora carregava flores. O
reboco se deteriora, porém ainda se lê ‘Ana esteve aqui’, isso escrito com
carvão. Não sei quem é Ana, talvez uma
que namorou sobre o meu túmulo. Gramíneas e outras ervas nascem ao redor, uma
borboleta amarela pousa e sai rapidamente, pois formigas não dão folga. As
letras de bronze que diziam quem eu era foram roubadas. Bem, a verdade é que há
anos não recebo visita. Não adianta reclamar do abandono, assim é, o tempo
passa, todos morrem e chega o dia em que somos completamente esquecidos.
segunda-feira, 5 de março de 2018
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