A morte saiu a trabalhar naquela tarde para
escolher suas vítimas como sempre fez. Brancos ou negros, mulheres ou homens,
crianças ou velhos. A morte escolhe, a morte executa. Não existe alerta à
vítima, não diretamente. Numa esquina movimentada parou e ficou observando com
atenção um homem de meia-idade que comia uns churros. Apontou para seu coração
e o homem sofreu um infarto fulminante. Apanhou um ônibus e foi para o outro
lado da cidade. Desceu e entrou num velório. “É daqui que levarei o próximo,
disse para si. ” Mirou num jovem franzino amigo do defunto que ora se velava.
Observou que o fígado do rapaz já estava em estado lastimável. Mexeu seus pauzinhos e o pobre caiu sobre o
caixão; o quase morto e o defunto foram ao piso. Saiu da funerária e foi ao cinema. Sentou-se ao lado de um velhinho, soprou seu
hálito funesto e o octogenário caiu sem dizer ai. A morte olhou para o relógio
que marcava 18 horas. Não estava a fim de fazer horas extras. Ajeitou-se na
poltrona e ficou no aguardo da próxima sessão.
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
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