Cinquenta anos, bilhões em patrimônio, sem família,
desejo de fazer justiça, matador de bandidos. Certo ou errado, assim é Ted Thompson, filho
de inglês e mãe brasileira. Bandido ele não perdoa, mata.
Já passava da meia-noite e o barulho infernal
continuava na casa grande da rua. Além do som alto, muita gritaria e fogos. O
bebê doente da senhora Renard chorava muito; o senhor Dalmo, octogenário,
sofria dos nervos e toda aquela bagunça fora de hora causava nele um mal
terrível; dona Ivete tentava ver um filme, mãos não conseguia ouvir o que
diziam. A polícia foi chamada e apareceu uma vez quando os abusados pararam com
o barulho para recomeçar depois. Deboche puro. As autoridades policiais não
retornaram mais, mesmo após outros chamados. Então Ted Thompson recebeu um
telefonema anônimo pedindo ajuda. Como? Sempre que passava por algum lugar e
encontrava pessoas honradas deixava seu número caso precisassem. Foi o que
aconteceu. Em quinze minutos estava ele em frente ao portão da arruaça. Como
sabem Ted não iria conversar; conversar os vizinhos e policiais já haviam
tentado. A baderna rolava frouxa embalada por drogas pesadas. Ted olhou para o
ambiente, tirou suas conclusões, sacou sua pistola e fez um auê daqueles,
arrebentando as caixas de som. Fez estragos também nos automóveis que estavam
no pátio. Os malandros fugiam como ratos apavorados, deixando o couro em ásperas paredes. Ted recarregou e
passou fogo nas grandes luminárias e fez pedaços das caixas de bebida que
estavam sobre o gramado. Dois boys revidaram atirando, azar deles, dançaram no
ato. Antes de sair Ted avisou: “Acabem com isso! Darei um jeito em todos se
tiver que voltar aqui!” Então foi caminhando em direção à parte escura da rua e sumiu antes da chegada
dos policiais. Os ratos então saíram dos buracos para pedir providências, como
verdadeiros anjinhos.
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