sábado, 14 de julho de 2018

ALFREDO E OFÉLIA


Alfredo bom de bico, manco e dependendo da previdência social arranjou uma amante na mesma rua em que morava. Ofélia era o seu nome.  O marido saía para o trabalho, cama ainda quente lá pousava o manco Alfredo. A mulher nada via, pois também saía para trabalhar na maior santa inocência. Idas e vindas o marido foi apresentado ao chifrado como primo mui querido de longa data não visto. Não demorou o pobre corno comprou um automóvel mesmo não tendo habilitação, então foi o Alfredo que era habilitado colocado como motorista da patroa para compras e passeios. Nos finais de semana pescava com o marido, além de levar o casal para festas e outras atividades sociais. Apresentou Ofélia para sua esposa como prima de tal; amigas ficaram para visitas semanais, anedotas, rezas e salgadinhos. Grande família.   O marido não desconfiava de nada, tinha o falso primo da esposa no maior conceito e os amantes gozavam de uma felicidade radiosa.  Mas como nada é para sempre um dia Ofélia engravidou e a casa caiu.  O marido era estéril. Foi o fim do reinado naquela casa de Alfredo, o manco. A mulher o abandonou quando soube e como o marido traído queria fazer um pandeiro do seu couro liso, fugiu para outra cidade. De Ofélia se soube que perdeu a criança e que hoje trabalha numa esquina de má fama.

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