Zé Bochecha fazia jus ao nome. Antes de completar a
maioridade já conseguia carregar nelas uma maçã, dois pêssegos, três bananas,
três picolés no palito e um quilo de açúcar. Merreca, o grande traficante da
Vila Uru viu futuro no menino e colocou-o para fazer entregas de pó no centro
da cidade. Ninguém imaginava que por dentro daquelas bochechas transitavam
drogas em grande quantidade. Deu certo e tudo andou nos conformes. Depois Merreca o usou para trazer quilos de
farinha da Bolívia todos os meses. Zé melhorou de vida, comprou carro, casa e
conseguiu inúmeras namoradas. Estava num
vidão que só. Aí outros traficantes
souberam do Bochecha e passaram a fazer proposta para ele mudar de lado. Muito
dinheiro, muito mesmo. O olho cresceu uma enormidade e não demorou em pular da
barca. Mas ele sabia das consequências, Merreca não iria deixar barato e não
deixou. Dentro de um mês foram três
tentativas de assassinato. Escapou por pouco.
Bochecha apavorou , vendeu tudo e se mandou para Manaus. Hoje é pescador
no Rio Negro, e usa as enormes bochechas para carregar iscas e peixes menores
de dois quilos.
segunda-feira, 11 de junho de 2018
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