O pequeno solitário Wladimir de oito anos brincava
na neve nos arredores de onde existiu
um campo de trabalhos forçados à época de Stalin, em Norilsk. Ao mexer uma pequena pedra aconteceu um
estrondo e o lampejo de um raio e milhões de gritos lamuriosos foram ouvidos,
saídos da fenda que estava sob a pedra. Gritavam fome! Frio! Dor! Tortura! Queremos
liberdade! O pequeno caiu para trás assustado.
Enquanto Wladimir tentava entender o que estava acontecendo, os
espíritos martirizados pelos comunistas naquele Gulag transformaram-se em
pequenos pássaros azuis e saíram batendo asas libertas, felizes finalmente.
Cada pássaro que saía da fenda deixava cair uma pena azul que aos poucos formou
no branco da neve a frase “Jamais esqueçam quem cometeu essa ignomínia.” Wladimir não sabia porque, mas sentia-se
feliz. Ergueu suas pequenas mãos e acenou para os pássaros, que fizeram um
bailado em agradecimento e após seguiram para o infinito.
segunda-feira, 18 de junho de 2018
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Dois mendigos embriagados aconchegados num beco, um deles rabiscando num velho caderno emporcalhado. -Está escrevendo o que aí? -...
-
“Rotineiramente vemos o tonto elegendo o próprio carrasco. Primeiramente entra no conto do vigário, ansioso por sombra, água fresca e dinh...
-
“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.